Dois pregões comprariam quase 3 milhões em rolos de papel higiênico para prefeitura


Por Redação JB Litoral Publicado 27/06/2015 às 08h00 Atualizado 14/02/2024 às 08h25

Em fevereiro deste ano, a denúncia feita pelo JB das compras milionárias de sacos de lixo e papel sulfite em duas licitações que atenderiam as secretarias municipais resultou no cancelamento de ambas as compras. 

Na época, o Pregão Presencial 02/2015 mostrou que a prefeitura pretendia gastar R$ 2.778.213,06 na compra de 2.579.136 rolos de papel higiênico para o período de um ano, o que significa um consumo diário de 9.919 rolos ao dia. O JB observou ainda que o teto máximo definido pela prefeitura para compra do papel higiênico é de R$ 1,07 por rolo e um levantamento feito pela reportagem junto aos principais supermercados da cidade mostrou que o preço de varejo, sem levar em conta valores atacadistas, variou de 30,8% a 29,4% mais barato.

Os pregões 02 e 106 deste ano, juntos, comprariam exatos 2.937.696 rolos de papel higiênico para consumo das secretarias municipais em um ano, o que significaria o uso de mais de 11 mil rolos por dia.

Agora o JB constatou que o Pregão 106/2015 pretende comprar dois tipos de papel higiênico: de oito rolos com 300 metros e de folha dupla com rolo de 30mx10cm. No primeiro serão comprados 800 rolos por R$ 2.602,00. Por sua vez, no segundo são 357.760 mil rolos que custarão aos cofres públicos R$ 357.704,10. Juntos, os dois tipos de papel higiênico somam 358.560 rolos que custarão R$ 360.306,10. Isso significa um consumo diário de 1.440 rolos, ou seja, 180 rolos a cada hora de trabalho na prefeitura. Por sua vez, o Pregão 02/2015 que trata da aquisição de material de limpeza e higiene, em atendimento as secretarias municipais, tem como itens a serem comprados os dois mesmos tipos de papel higiênico do Pregão 16/2015. Todavia, a quantidade definida é bem superior ao outro pregão. No caso dos rolos de 300 metros, seriam comprados 58.576 rolos por R$ 238.916,86. E no rolo de folha dupla de 30 centímetros seriam comprados 2.579.136 por R$ 2.778.213,06. Juntas, as duas compras somam 2.637.712 rolos ao ano, o que significa o consumo de 10.593 rolos por dia, ou seja, uma média de 1.324 rolos sendo usados por hora na prefeitura.
Todavia, o pregão 02/2015 foi revogado alegando irregularidade constada no pregão, mas o Portal da Transparência não informa o que ocorreu de irregular.

A reportagem do JB procurou a prefeitura e questionou qual a irregularidade constatada no Pregão nº 02/2015 e o porquê da extrema diferença na quantidade (100 contra 5.590 unidades) e também falta de especificação (embalagem) entre os produtos do Pregão 016/2015. A prefeitura respondeu apenas o primeiro questionamento, alegando que, de acordo com a Comissão Permanente de Licitação, houve erros na definição dos quantitativos. O segundo questionamento não foi respondido.