Dra. Valéria; “por sermos sentimentais, chegamos à frente. Sabemos ler corações e ouvir mentes inquietas”


Por Redação JB Litoral Publicado 08/03/2017 Atualizado 14/02/2024

Apesar de o cordão umbilical ter ficado em Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, desde os nove anos de idade, a médica Valeria Regina Fernandes de Oliveira (PTB) iniciou um caso de amor com a cidade de Antonina e, hoje, vive a alegria de poder retribuir tudo de bom que vem recebendo nas últimas décadas. 

Formada em enfermagem e obstetrícia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e medicina pela Universidade São Francisco da cidade paulista de Bragança Paulista, depois de levar a esperança de vida aos moradores de Atibaia, estado de São Paulo, quis o destino que, justamente o falecimento de seu pai, o antoninense Felizberto, a trouxesse para a terra dos capelistas em 2002. Desde então, vem dedicando corpo e alma na missão de salvar vidas. Passou pela clínica médica do Hospital Silvio Bittencourt Linhares, Diretora Clínica do Hospital e Maternidade de Morretes, Coordenadora do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), Direção Técnica e depois a Direção Geral do Hospital Regional do Litoral. Hoje assume o primeiro cargo vindo diretamente dos antoninenses e, nesta semana, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, concedeu entrevista exclusiva ao JB falando de tudo um pouco.
 

JB – Antonina foi a primeira cidade do litoral a eleger prefeita mulher e, até pouco tempo, teve apenas uma vereadora, hoje possui uma vice-prefeita e duas vereadoras. Como vê esta evolução feminina na política antoninense?
 

Dra. Valéria – O trabalho organizado e árduo do PTB de Antonina agremiou três grandes mulheres que atuam em vários setores de trabalho dentro do município: saúde, agricultura e educação. E o resultado não poderia ser melhor. Duas vereadoras, sendo uma delas a mais votada e a vice-prefeita.

JB – Você teve um papel importante na sucessão municipal, em sua opinião qual a visão do eleitor capelista no voto feminino?
 

Dra. Valéria – Creio que o eleitor votou acreditando que a mulher mãe e profissional da saúde teriam olhos para cuidar de Antonina.
 

JB – Você acredita que a mulher ainda é vista mais como emocional e em segundo plano na vida pública, mesmo depois de eleger uma presidente da República?
 

Dra. Valéria – Sim, o mundo ainda é dos homens, meninos só dividem segredos com meninos. A luta é desigual e justamente por sermos sentimentais é que chegamos à frente. Sabemos ler corações e ouvir mentes inquietas.
 

JB – Como presidente do Provopar quais serão suas principais bandeiras e prioridades?
 

Dra. Valéria – Tenho como grande meta reintegrar os moradores de rua à sociedade. Dar acolhimento às crianças e mulheres, vítimas de violência por meio de ações de acolhimento.

JB – Quais políticas públicas ainda devem ser feitas para melhorar a qualidade de vida das antoninenses?

Dra. Valéria – O bom atendimento no pré-natal e parto humanizado, orientação e acolhimento nas situações de violência, ações imediatas e eficazes contra a pedofilia. Também queremos garantir boas condições biopsicossociais para todas as mulheres de Antonina, promovendo a valorização e independência feminina.

 

JB – O que as mulheres de Antonina podem esperar da Dra. Valéria como política daqui para o futuro, independente de pasta?
 

Dra. Valéria – Acredito na política como meio de transformação social. Portanto, não vejo apenas um cargo político, mas uma maneira de demonstrar o meu compromisso social com todas estas guerreiras antoninenses. O meu caminhar, de agora em diante, será com passos firmes para garantir que minhas queridas amigas antoninenses sejam e tenham o melhor para oferecer aos seus filhos.