“Em Paranaguá, ninguém vai parar”, diz Sindicam sobre greve dos caminhoneiros


Por Cleverson Teixeira Publicado 15/01/2021 às 20h55 Atualizado 15/02/2024 às 18h32
caminhao - caminhões, portos, pranaguá

A Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB) e o Conselho Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) anunciaram uma greve de caminhoneiros para o dia 1º de fevereiro. De acordo com os dois órgãos, os principais motivos da mobilização, a qual pode atingir todo o país, são a alta do preço do diesel e o valor mínimo do frete.

No dia 13 de janeiro, foi realizada uma reunião on-line com, aproximadamente, 50 lideranças. Foi discutida, também, durante o encontro virtual, a discordância do projeto BR do mar, que promove a navegação pela costa litorânea. Dentre os incentivadores do protesto, está o presidente do CNTRC, Plínio Dias.

Para saber se os motoristas que circulam pelo litoral estão articulando a paralisação das atividades, o JB Litoral conversou com o representante do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos Bens de Londrina e Região (Sindicam – LDA), Hilton Antonio Rangel Junior, o qual atua em Paranaguá. Conforme ele, nenhum profissional do volante vai aderir à greve

“Ninguém vai parar. Os caminhoneiros vão trabalhar. Já conversei hoje mesmo com as transportadoras. Elas não vão fechar as portas. Todo mundo vai receber caminhão”, afirma o profissional, que trabalha há 11 anos no município.

Ainda de acordo com ele, grande parte da categoria de todo o Brasil não concorda com o movimento. “A maioria dos caminhoneiros não está pensando em parar. No país, é uma minoria que está querendo. Isso é apenas uma tentativa de greve. Eu acho que é um tiro no pé”, complementa.

Fechamento das rodovias

Sobre a possibilidade de fechamento de estradas e fábricas, a presidência já alertou que irá aplicar multas caso isso ocorra. Para Rangel, o protesto não deve acontecer, já que os sindicatos dos caminhoneiros estão respondendo na justiça um processo de 2015, por terem bloqueado as rodovias.

“Não vão chegar a fechar estrada, porque da última greve que teve, a de 2015, todos os presidentes de sindicato estão respondendo por trancarem as rodovias. É uma liminar de R$ 1 milhão por dia. Se eles estão lutando para responder esse processo, não vão querer ir para a beira da estrada”, reforça o representante, o qual informou que no período de safra Paranaguá recebe sete mil caminhões por dia.

Hilton Antonio Rangel finaliza dizendo que caso as empresas pagassem tudo o que devem para os caminhoneiros, isso não estaria ocorrendo. “Não precisaria baixar o valor do diesel para o caminhoneiro rodar, muito menos aumentar o valor do frete para ele trabalhar, caso as empresas fizessem o pagamento justo. O que nós precisamos é que as elas paguem corretamente os caminhoneiros. Eu trabalho com isso há 22 anos. A minha luta sempre foi essa”, conclui.