Um presente de inclusão para Paranaguá: Centro de Autismo é símbolo de esperança e rede de apoio de famílias atípicas

ESPECIAL 376 ANOS


Por Redação
Em quatro anos de funcionamento, o Centro de Autismo já atendeu mais de 3.260 crianças e jovens. O espaço fica localizado na SEMI. Foto: Juan Lima/JB Litoral
Em quatro anos de funcionamento, o Centro de Autismo já atendeu mais de 3.260 crianças e jovens. O espaço fica localizado na SEMI. Foto: Juan Lima/JB Litoral

Nesta segunda-feira (29), Paranaguá celebra seus 376 anos, e entre as comemorações destaca-se o quarto aniversário do Centro Educacional Municipal de Referência ao Transtorno do Espectro Autista (CEMR-TEA), completado em junho. Inaugurado em 2020, o centro se tornou um símbolo de esperança e transformação para as famílias de crianças e jovens autistas na cidade, se consolidando como um dos pilares das políticas sociais do município.

A história do CEMR-TEA é marcada por um ideal: a inclusão. A primeira-dama Amanda Roque, movida pela paixão pela causa, teve a visão de criar um espaço dedicado às crianças e jovens autistas da cidade, e o prefeito Marcelo Roque (PSD), compreendendo a importância do projeto, o abraçou com entusiasmo. A união de esforços e a crença no poder do acolhimento deram vida a este centro, que se tornou o segundo do Paraná, atrás apenas da capital Curitiba.

O Centro de Autismo oferece tratamento especializado, incluindo terapias e suporte para os pais, visando garantir o desenvolvimento saudável e a inclusão social das crianças autistas. Em quatro anos de funcionamento, ele já atendeu mais de 3.260 crianças e jovens, um número que demonstra a crescente demanda por seus serviços e o impacto positivo que ele causa na vida das famílias. A cada ano, o centro tem ampliado seu alcance: sendo 76 atendimentos em 2020; 187 em 2021; 375 em 2022; 1.221 em 2023; e 1.409 nos primeiros sete meses de 2024.

A equipe multidisciplinar do centro oferece uma gama completa de serviços, incluindo:

Desde 2020, Maria Cecília realiza o tratamento no Centro de Autismo e já apresenta grandes evoluções. Foto: SEMEDI

Um processo de acolhimento e diagnóstico humanizado


O CEMR-TEA é um lugar onde as famílias encontram um porto seguro e um abraço acolhedor. O centro prioriza a humanização em cada etapa do processo, desde a recepção até o diagnóstico e o acompanhamento. As famílias são recebidas com atenção e cuidado, e o diagnóstico é realizado por uma equipe multiprofissional, com entrevistas, observações clínicas e avaliações detalhadas”, diz a secretária municipal de Inclusão, Camila Leite.

Ela explica que o objetivo principal é traçar um plano de intervenção personalizado, considerando as necessidades e características de cada criança, com foco em seu desenvolvimento individual.

O centro oferece suporte não apenas para as crianças, mas também para os pais, por meio do programa Prapais, que proporciona orientação e capacitação para lidar com os desafios do TEA. Os pais recebem apoio e ferramentas para compreenderem o autismo de forma mais profunda e desenvolverem estratégias para o dia a dia, com a orientação de profissionais especializados, como terapeutas ocupacionais, psicólogos e psicopedagogos.

A promoção das políticas públicas, o número de crianças atendidas, a ampliação de terapias e profissionais, os cursos de capacitação para a área de educação e comunidade geral, tudo isso demonstra o sucesso do Centro de Autismo, que se destaca como um exemplo de como a inclusão social pode ser alcançada por meio de um trabalho humanizado”, afirma Camila.


Exemplo de superação e inclusão


A história de Maria Cecília, de 10 anos, diagnosticada com TEA aos 5, ilustra a importância do centro para as famílias parnanguaras. A menina, que antes apresentava dificuldades de socialização, hoje frequenta a escola, participa de atividades esportivas e culturais e demonstra uma evolução significativa em seu desenvolvimento.

Ao JB Litoral, sua mãe, Joyci Patrícia Minelli, descreve a transformação da filha. “Antes, Maria não conseguia ficar em uma sala de aula com mais alunos e a professora. Ela não conseguia acompanhar a aula e não deixava a professora dar a aula também. Ela não abraçava, não beijava. Hoje em dia, vai para a escola normalmente, abraça e beija. É outra criança, muito comunicativa”, conta com orgulho. 

Para Joyci, o Centro de Autismo foi fundamental nessa jornada. “O centro é minha rede de apoio. A informação que a gente recebe aqui, o acompanhamento das terapias, tudo isso nos dá força para seguir em frente”, finaliza.

Ao JB Litoral, sua mãe, Joyci Patrícia Minelli, descreve a transformação da filha. Ela destaca que o Centro de Autismo foi fundamental nessa jornada. Foto: SEMEDI

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