Espécie da Baleia morta encontrada na Ilha do Mel é a 2º maior do mundo e rara no Brasil


Por Publicado 23/09/2021 às 20h29 Atualizado 16/02/2024 às 14h17

O Instituto Água e Terra (IAT) vinculado à secretaria estadual do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, orienta a população e turistas a não retirarem do local a ossada ou fragmentos dos ossos da baleia-fin, encontrada morta na Ilha do Mel na última terça-feira (21).

Este é o primeiro registro oficial de aparecimento deste tipo de baleia no Paraná. A baleia-fin é a segunda maior espécie do oceano, menor apenas que a baleia-azul. O animal foi encontrado pela equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, parceiro do IAT nos cuidados com a fauna marinha, após um acionamento da população. Segundo relatos, o animal estava já em estado de decomposição.

Técnicos do projeto identificaram o espécime como um macho, de quase 20 metros pesando cerca de 40 toneladas. O aparecimento da baleia traz um grande potencial de descobertas para a comunidade científica, afirma a bióloga do Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná, Camila Domit. “É o primeiro registro oficial da espécie na nossa costa e por ser uma espécie de grande interesse nacional e internacional com relação ao conhecimento da sua população, dos indivíduos, biologia e ecologia, nós conduzimos o trabalho com todo o cuidado possível. Nós ainda não sabemos a causa da morte, já que o animal chegou a praia bastante decomposto“, explica a bióloga.

Camila ainda ressalta que muito provavelmente não se chegará ao motivo da morte, mas que é necessário colher o máximo de informações que der. “Possivelmente não chegaremos a informação do motivo da morte, mas teremos uma coleta bastante importante sobre a origem desse animal, a qual população pertence e mesmo outras informações com relação a condição de saúde das baleias que tem sido tema tão importante nas discussão, principalmente nessa década da ciência oceânica pelo desenvolvimento sustentável. É um passo dentro da ciência poder ter acesso a um animal como esse e coletar o máximo de informações possível“, diz.

O laboratório da Universidade reitera, que devido ao desconhecimento da causa da morte do animal, o contato com a carcaça pode acarretar doenças associadas ao estado de putrefação. Cerca de 60 pessoas participaram da operação de manejo do animal, entre biólogos, oceanógrafos, veterinários, servidores da prefeitura de Paranaguá. Foi coletado material biológico para realizar a necropsia e definir a causa da morte. A etapa seguinte é a escavação de uma cova para enterrar a carcaça.