Juninho Pitbull, promessa do Jiu-Jitsu de Paranaguá, é convocado para representar o Brasil em competições internacionais


Por Luiza Rampelotti Publicado 23/10/2024 às 10h02
Juninho Jiu Jitsu Pitbull
Com apenas 20 anos, o jovem de Paranaguá encara um novo desafio: representar o Brasil em eventos internacionais, após ser convocado pela Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu. Foto: Arquivo pessoal

Robert de Abreu Figueira Júnior, mais conhecido como Juninho Pitbull, vem se destacando no mundo do Jiu-Jitsu desde muito cedo. Com apenas 20 anos, o jovem de Paranaguá já acumula uma carreira impressionante e agora encara um novo desafio: representar o Brasil em eventos internacionais, após ser convocado pela Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu. “Foi uma notícia muito boa e gratificante. Mostra que todo meu esforço está sendo recompensado. Fico muito feliz em poder representar nosso país mundo afora. Isso significa muito para mim e para minha família”, disse o atleta sobre a convocação.

Juninho iniciou sua trajetória no esporte aos 7 anos, quando começou a treinar Muay Thai. Foi a partir dessa experiência que ele conheceu o Jiu-Jitsu, e desde então não parou mais. Hoje, com a faixa roxa no Jiu-Jitsu, ele acumula um currículo invejável: cinco títulos mundiais, o primeiro lugar no Torneio Internacional de Indianapolis, quatro títulos de campeão brasileiro e diversas conquistas em competições estaduais e locais.

Para ele, não há um momento específico que ele considera o mais importante em sua carreira. “Todos os títulos, desde o primeiro até o último, foram marcantes. Cada competição tem sua importância e valor na minha trajetória“, afirma.

Juninho também ressalta o papel fundamental de sua família em seu sucesso. Desde que começou a treinar, seus pais sempre o apoiaram, muitas vezes fazendo grandes sacrifícios para que ele pudesse viajar e competir. “Graças ao apoio dos meus pais, eu tive a oportunidade de viajar duas vezes aos Estados Unidos para competir. Eles sempre acreditaram em mim“, revela.

Além da motivação familiar, Juninho recebeu a Bolsa Atleta da Prefeitura de Paranaguá, o que tem sido fundamental para sua continuidade no esporte em alto nível. “Às vezes, é muito difícil lidar com as questões financeiras e a pressão psicológica de se preparar para competições internacionais, mas a ajuda da Prefeitura tem sido essencial. Todo atleta de alto nível precisa desse suporte para seguir adiante”, diz.

Muito além das competições

Mas a história de Juninho e sua família com o Jiu-Jitsu vai além das competições. Seu pai, Robert Figueira, encontrou no filho uma inspiração para começar a praticar o esporte. “Eu sempre ia com ele para os campeonatos, para incentivar. Mas comecei a ter dificuldades, pois não entendia nada de Jiu-Jitsu e não conseguia dar dicas e instruções como os professores fazem na hora das lutas. Foi aí que comecei a treinar, só para poder ajudar ele”, conta Robert.

O que começou como uma maneira de apoiar o filho, se transformou em uma paixão para Robert, que treina há mais de 13 anos. “Quando você começa a treinar Jiu-Jitsu, sua vida muda, literalmente, para melhor. Me apaixonei e estou até hoje“, diz ele.

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Juninho e o pai, Robert Figueira, são parceiros no tatame. Juntos, eles realizam um projeto social que ensina Jiu-Jitsu para crianças e adolescentes em vulnerabilidade social. Foto: Arquivo pessoal

Pai e filho, além de dividirem o tatame nas competições e nos treinos, são também parceiros em um projeto social que oferece aulas de Jiu-Jitsu para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade em Paranaguá. Há três anos, eles começaram o projeto, que já atende mais de 200 alunos, com idades entre 5 e 17 anos. O objetivo é proporcionar às crianças não só a oportunidade de aprender o esporte, mas também oferecer valores como disciplina, respeito e resiliência, características essenciais para a formação pessoal e cidadã. “O Jiu-Jitsu oferece muitas coisas além das técnicas de luta. Ele afasta as pessoas do mau caminho e ensina lições de vida que você carrega dentro e fora dos tatames”, explica Juninho.

Embora o caminho até aqui tenha sido marcado por muitas conquistas, Juninho enfrentou grandes desafios ao longo de sua carreira. A falta de apoio financeiro e as dificuldades de patrocínio foram alguns dos obstáculos que quase o fizeram desistir. “Tive muitas vontades de parar, mas o que me manteve firme foi a minha família e a vontade de vencer. Quero dar uma vida melhor para eles através do esporte”, afirma o atleta.

Representando o Brasil

O jovem também destaca o orgulho de ser um atleta de Paranaguá, uma cidade litorânea menor, mas que, segundo ele, sempre foi um celeiro de grandes esportistas. “Paranaguá sempre revelou atletas excepcionais, e continua revelando. Nossa cidade é conhecida por formar campeões em diversas modalidades, e eu tenho muito orgulho de fazer parte dessa história”, declara.

Agora, com a convocação para representar o Brasil em competições internacionais, Juninho mantém o foco total nos treinos. “As expectativas são as melhores. Espero representar nosso país e nossa cidade da melhor forma possível. Estamos intensificando os treinos para chegar no melhor nível”, explica ele, confiante no futuro.

Quando questionado sobre suas inspirações no esporte, Juninho menciona os atletas de Paranaguá como grandes exemplos. “Todos os atletas da minha cidade são de alto nível e me inspiram muito. Um exemplo é o John Lineker, que, apesar de não ser do Jiu-Jitsu, me inspirou a conhecer as artes marciais”.

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Meu objetivo é alcançar a faixa preta e ser campeão mundial nessa faixa“, diz Juninho.

Para aqueles que estão começando no Jiu-Jitsu ou em qualquer outro esporte, Juninho dá um conselho: “Treino e mais treino. É preciso resiliência e persistência. Virão derrotas e frustrações, mas o verdadeiro campeão é aquele que não desiste”, afirma.

Quanto ao futuro, Juninho tem grandes ambições. Ele deseja continuar conquistando títulos e inspirando outras pessoas a seguir o caminho do esporte. “Meu objetivo é alcançar a faixa preta e ser campeão mundial nessa faixa. O Jiu-Jitsu está evoluindo muito no Brasil e no mundo, e espero fazer parte dessa evolução. Quero continuar trazendo alegria para minha família, minha cidade e meu país”, conclui.

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