Por Marinna Protasiewytch
Entrando em campo para levar o nome da cidade, jovens jogadoras dão o exemplo de que os tempos estão mudando. Com a bola nos pés, elas transformam o ambiente do futebol nas quadras e mostram que o lugar da mulher é realmente onde ela quiser.
Da paixão do irmão surgiu a de Julia, que desde pequena já jogava bola pela casa. “Desde criança, meu irmão sempre esteve envolvido com o futebol. Comecei a brincar de bola com 9 anos, é algo que desde cedo sabia que ia ser difícil de fugir”, lembrou Julia de Moura Proença Pereira, que tem apenas 22 anos, mas já trilha seu caminho no mundo dos esportes, dentro e fora de quadra.
“Hoje eu estou no Rio Branco Fut7, sou auxiliar técnica da equipe masculina. Atualmente, estamos disputando a Copa Popular Série Ouro, classificamos na primeira fase e estamos nas oitavas de final”, contou Julia que também vai disputar a Série Prata do Paranaense de futsal pelo Rio Branco, como atleta.
Junto com ela está Amanda Lanolette, pivô do Divas Team e eleita uma das melhores atletas do Paranaense Fut7 de 2020. “Estou extremamente feliz de estar realizando meu sonho vestindo as cores Rio Branco. Aquele friozinho na barriga já está gigantesco, mas irei me dedicar ao máximo pra ajudar a equipe a ter bons resultados e conseguir ir longe nesse projeto”, contou a atleta que vai conciliar as duas equipes nas disputas do Fut7 e futsal.
Oportunidade alvirrubra
Como uma janela de oportunidade, surgiu o projeto da equipe feminina que vai levar o nome do Leão da Estradinha pelo estado. Além dos nomes de Julia e Amanda, o time vai contar com outras jogadoras conhecidas, além de realizar uma peneira para angariar novas atletas. Com esse novo espaço, é possível ver que as coisas estão mudando. Porém, ainda é possível muito mais evolução no reconhecimento da mulher no esporte.
“A presença de mulheres no meio do futebol ainda mexe e causa muita revolta para alguns homens. Ainda é difícil você trabalhar nesse meio e ser respeitada pela maioria. Acredito que está melhorando, porém falta muito pro homem entender que a mulher pode estar onde ela quiser. Eu sempre uso disso, não como um incentivo, mas sempre faço meu trabalho da melhor maneira possível. Trato meus atletas como atletas, uso do respeito, e assim vou ganhando espaço e principalmente confiança”, relata Julia que se destaca no meio participando da comissão técnica do time masculino do Leão da Estradinha, como auxiliar.
Já Amanda acredita que o meio “ainda precisa melhorar, tanto em relação à visibilidade das atletas e campeonatos, quanto às premiações, salários, patrocínios e etc., que ficam bem aquém dos valores praticados no futebol masculino”.
As jogadoras e comissão ainda aguardam a melhora da situação da pandemia para entrarem em campo e dar o ponta pé inicial nas preparações para o Paranaense.