Estudo da Fiep aponta a configuração política dos próximos 4 anos


Por Redação JB Litoral Publicado 23/10/2014 Atualizado 14/02/2024

Realizado pelo departamento de Assuntos Legislativos da Federação, o mapeamento revela índices de renovação na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional e também aponta a baixa representatividade no legislativo paranaense – 49,5% dos paranaenses não conseguiram eleger seus deputados.

O departamento de Assuntos Legislativos da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) fez uma análise do resultado das eleições no Paraná. O levantamento apontou uma renovação inferior a 50% no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa. A renovação da bancada paranaense na Câmara Federal também ficou abaixo dos 50%.

A equipe utilizou indicadores do Congresso Nacional como base para o estudo – que consideram os resultados das eleições de 2010 e 2014, independentemente de mudanças ao longo da legislatura. De acordo com este parâmetro, a renovação no Congresso em 2014 foi inferior a 2010 – de 46,4% para 43,5% em 2014. Na Assembleia, a renovação foi de apenas 38,8%, com apenas 21 novos deputados eleitos.

Segundo o levantamento, 36,7% da população votou em algum candidato a deputado federal que não conseguiu se eleger. Na Assembleia Legislativa do Paraná esse número é ainda maior – 49,5% dos paranaenses não conseguiram eleger seus candidatos, por conta do voto proporcional, modelo político adotado no Brasil que determina que a proporção de cadeiras parlamentares ocupada por cada partido é diretamente determinada pela proporção de votos obtidos pela coligação, e não pelo candidato.

A pouca representatividade e a baixa inovação preocupou os conselhos temáticos de Assuntos Legislativos, e Política Industrial, Inovação e Design da Fiep, onde o estudo foi apresentado. Para o coordenador do conselho de Assuntos Legislativos, Helio Bampi, os números revelam a necessidade de uma reforma política, para que cada voto tenha mais poder de mudança. “Não vejo saída positiva com esse sistema, que pouco renova. É preciso pensar globalmente e parar de comparar o Brasil com o Brasil. Há uma urgência em avançar em temas onde outros países estão muito mais avançados e, para isso, é necessário um pacto pela inovação e competitividade”, defendeu Bampi.
“Queremos ter um papel ativo na construção do desenvolvimento econômico e social do Paraná”, pontuou Rodrigo Martins, coordenador do Conselho de Política Industrial, Inovação e Design.

“Apresentamos propostas para auxiliar o Estado a definir políticas públicas que poderão melhorar os resultados sócio-econômicos do Paraná por meio do setor produtivo”, disse Martins, referindo-se à publicação “Propostas para Competitividade da Indústria Paranaense – Recomendações para Política Industrial”, construído de forma coletiva, durante a Semana da Indústria, com a participação de lideranças do setor produtivo de todas as regiões do Paraná. “Agora, queremos propor maneiras para a construção de uma governança mais colaborativa, com setor produtivo e poder público em sintonia pelo desenvolvimento do Estado”, concluiu o coordenador.

O estudo realizado pelo departamento de Assuntos Legislativos apontou também o comparativo da composição partidária da bancada paranaense em Brasília (de 2010 para 2014), a formação profissional dos eleitos, principais propostas do governador reeleito Beto Richa, grau de parentesco entre eleitos, número de representantes por região do Estado e representatividade feminina. “Nesta apresentação, quisemos pontuar também que os projetos de lei estaduais propostos entre 2010 e 2014, que não foram votados, serão arquivados – com exceção de projetos de iniciativa do poder Executivo, da mesa e dos projetos vetados. É importante que todos estejam cientes de que muitos dos pleitos do setor produtivo devem ser retomados do zero com a nova legislatura”, destacou Leticia Yumi, coordenadora do departamento de Assuntos Legislativos da Fiep, que apontou a convergência como um dos maiores desafios dos próximos 4 anos. “Nesta última eleição, houve um aumento no número de partidos com cadeiras na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional, o que pode significar uma dificuldade maior para haver consenso em torno dos temas votados”, avaliou.