Família de adolescente que perdeu a perna em acidente de trânsito em Guaratuba pede ajuda


Por Publicado 18/11/2021 às 18h19 Atualizado 16/02/2024 às 19h34

Um acidente grave no início do mês, em Guaratuba, ganhou os noticiários por mais uma vez envolver pessoas alcoolizadas na condução de veículos

À época, o JB Litoral chegou a divulgar uma reportagem sobre o acidente, que você pode conferir clicando aqui. O caso envolveu Luan Vasconcellos Cordista, de 17 anos, que precisou ser amputado após um carro bater violentamente enquanto ele pegava uma bicicleta no porta-malas do veículo de sua mãe.

Entretanto, 12 dia após o ocorrido, sua mãe, Andreia Godoi Vasconcellos, vem solicitando ajuda por meio das redes sociais para custear os gastos que estão tendo nesse período de tantas dificuldades. No Facebook, ela postou seu apelo. “Ainda continuo contando com a ajuda de todos, já que nossas dificuldades começam agora. Qualquer valor é bem vindo, qualquer palavra nos consola. Para quem quiser conhecer o Luan, pode me contactar, pois minha casa estará sempre aberta“, diz.

O auxílio principal é para recuperar o carro que, hoje, serve para realizar todas as demandas do Luan, já que o veículo é a única forma de transporte para tratamento com psicólogos, fisioterapeutas, escolas e todas as necessidades básicas de um adolescente. Para os interessados em contribuir com qualquer valor, a chave pix é 43

984075677.

JB OUVE RELATO

A reportagem procurou a família de Luan para que fornecesse mais detalhes sobre o acidente para que possam ser esclarecidos. Andreia Godoi concedeu entrevista exclusiva ao JB Litoral relatando como o fato ocorreu sob sua ótica. Confira o relato abaixo. A descrição é pessoal e o conteúdo forte.

Andreia Godoi Vasconcellos: Eu saí cedo pra trabalhar no sábado, dia 6 de novembro. Naquele dia fui de carro e meu filho foi logo depois de bicicleta. A princípio não era para ele trabalhar, mas faltou alguém e meu patrão pediu para chamá-lo e fazer um extra. E ele foi. Nós trabalhamos o dia todo. Quando saímos, lá por umas 4h30 da tarde, ele me pediu para colocar a bicicleta no porta-malas para irmos embora e coloquei. Estava indo buscar o meu marido que trabalha em uma pousada, quando chegou na Avenida Paraná, meu filho pediu para parar no acostamento, porque queria ir ao banheiro e ver algumas coisas no computador. Sinalizei o carro, parei no acostamento, liguei o pisca-alerta e ele desceu pra pegar a bicicleta. A minha última lembrança é ele batendo na porta do porta-malas para eu destravar e ele conseguir abrir. Foi neste momento que houve a batida.

Eu caí na vala, como estava de cinto não me machuquei. O carro que bateu também caiu na vala mas de frente e eu de lado. Dentro do carro, até soltar o cinto, eu tive 200% de certeza que meu filho estava morto, prensado entre os dois carros, porque ele estava abrindo o porta-malas quando houve a batida. Então, alguém me ajudou a sair do carro e estava muito desesperada procurando pelo meu filho. Foi quando o vi caído no chão com a perna esquerda dobrada. A direita estava esticadinha, mas a esquerda, do joelho para baixo já não tinha mais nada.

A batata da perna já estava toda aberta, cheia de músculo para fora, gordura, carne sangrando demais. Foi quando vi o rapaz sair do carro totalmente embriagado, com apenas um cortezinho na boca e meio desnorteado. Estava muito embriagado mesmo, sem falar coisa com coisa e andando para lá e para cá. Ele só teve a consciência de voltar para o carro para pegar as latinhas de bebida, que estava dentro e jogar no mato. Ele também jogou uma bebida de vidro na vala, que não sei dizer se era vodca ou o que era. A acompanhante dele saiu do carro e estava embriagada também. Os dois estavam sem cinto. Ela bateu com a cabeça no para-brisa do carro e cortou o supercílio. O pessoal pedia para ela ficar sentada, porque já tinham chamado os bombeiros e a polícia. Foi tudo muito rápido, logo chegou a Polícia Rodoviária, depois chegou o SAMU.

E aí meu filho foi levado para o hospital daqui de Guaratuba, mas como perdeu muito sangue e reclamava que não estava sentindo os dedos do pé, ele foi encaminhado para Paranaguá por volta das 22h . Lá pelas 2h da manhã o cirurgião veio me dizer que não tinha como salvar a perna dele, porque tinha muito músculo, muito vaso que tinha sido dilacerado, então teve que fazer amputação.