Federações portuárias realizam plenária e decidem combater reformas de Temer


Por Redação JB Litoral Publicado 14/03/2017 às 10h20 Atualizado 14/02/2024 às 20h28

Com uma fraca participação de lideranças sindicais, a qual passou de pouco mais de 200 pessoas para um evento de abrangência nacional, na quinta e sexta-feira, dias 09 e 10, federações portuárias nacionais estiveram reunidas no Prodigy Hotel Santos Dumont, no Rio de Janeiro, em uma Plenária Nacional onde debateram as reformas trabalhista e previdenciária do Governo Federal, além da terceirização da mão de obra.

De acordo com o Presidente Mário Teixeira participaram da Plenária: 84 lideranças sindicais das entidades filiadas à Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga, Vigias Portuários, Trabalhadores de Bloco, Arrumadores e Amarradores de Navios nas Atividades Portuárias (FENCCOVIB); 69 da Federação Nacional dos Estivadores (FNE); 45 da Federação Nacional dos Portuários (FNP); e mais cinco convidados, totalizando 203 sindicalistas. Público muito fraco, diante da quantidade de trabalhadores que cada federação representa no país.

Convocado pela FENCCOVIB, FNE e FNP o evento debateu as principais reformas propostas pelo governo do Presidente Michel Temer (PMDB), através do Projeto de Lei 6.787/16 e a reforma previdenciária, por meio da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287/16, que foram reprovadas na Plenária de forma unânime. Segundo os presentes, elas irão desestabilizar as relações de trabalho e dificultarão o acesso à aposentadoria integral dos trabalhadores com a idade mínima de 65 anos e mais 49 anos de contribuição, para que o benefício seja recebido de forma plena.

 

Intersindical presente na Plenária
 

Representantes da Frente Intersindical de Paranaguá estiveram presentes os sindicatos dos Conferentes, Arrumadores, Estiva, Bloco, Consertadores e Vigias Portuários, por meio de seus representantes como, o Presidente Carlos Tortato (Conferentes), o Presidente João Lozano e o Secretário Everson Farias (Estiva), o Secretário Laudemir Rodrigues (Arrumadores) entre outros. Presente ao evento, o arrumador Fabiano Rodrigues Oliveira, o Fabiano Jamanta, falou que foi unânime a decisão da plenária contrária às medidas propostas pelo governo Temer. “Todos os presentes, independentemente dos sindicatos, foram unânimes em estar contra de forma intensa às mudanças pretendidas pelo governo federal. Isto é um ataque ao trabalhador portuário e ao trabalhador de uma maneira geral. Não podemos permitir que estas reformas sejam feitas de forma arbitrária, sem ouvir a classe trabalhadora, impondo regras que inviabilizarão as pessoas de se aposentarem, de autorizar que nossos companheiros tenham que estar em atividade braçal até os 65 anos para poder receber seu merecido descanso. Estamos unidos e vamos fazer nossa parte”, comentou.

 

Paralisação Nacional

No encontro ficou decidido que mais de 20 mil trabalhadores avulsos e vinculados de 12 portos brasileiros paralisarão as atividades, por 24 horas, nesta quarta-feira (15), contra as reformas,  previdenciária e trabalhista.

A decisão foi aprovada na tarde de sexta-feira (10), durante a plenária das federações nacionais dos Estivadores, Portuários e Avulsos, a fim de chamar a atenção acerca do problema, além de destacar outras situações, como as alterações propostas pela classe empresarial. “Ficou decidido que na próxima quarta-feira faremos uma pausa de 24 horas para conclamar os companheiros portuários e toda a sociedade de uma maneira geral para que lutemos juntos contra as arbitrariedades deste governo, que quer roubar nossos direitos. Em Paranaguá não será diferente, iremos nos mobilizar de forma bem ampla. Além disto, repudiamos a proposta de extinção dos Sindicatos dos Consertadores, Vigias e Bloco a serem incorporados pelos Arrumadores e Estiva. É preciso debater o assunto antes de tomar qualquer decisão, por isto vamos realizar a manifestação”, comentou Jamanta.

Para o presidente dos Conferentes, Carlos Antonio Tortato, o objetivo principal da plenária foi fazer uma análise de conjuntura e conscientização dos trabalhadores para provável iniciativa do Governo Federal de mexer na lei portuária para atender os pleitos empresariais ligados à classe patronal. “Tiramos também posição de enfrentamento juntamente com as centrais sindicais e outros segmentos da sociedade civil organizada em face das reformas trabalhista e previdenciária”, concluiu.