Fumaça da Coamo é suspeita de provocar forte mau cheiro no bairro


Por Redação JB Litoral Publicado 10/12/2013 às 21h00 Atualizado 14/02/2024 às 01h20

Conviver com um forte mau cheiro, normalmente no período da noite, a ponto de causar irritação na garganta e nos olhos, tem sido o drama dos moradores do bairro da Costeira em Paranaguá nos últimos anos.

A suspeita de alguns moradores que residem mais próximos da fábrica da Coamo – Agroindustrial Cooperativa, é que a causa do forte mau cheiro que se espalha por todo o bairro, seja das chaminés que exalam densa fumaça a partir das 18 horas.     

Morador no bairro há mais de 10 anos, o vice-prefeito da gestão passada, o advogado Fabiano Vicente Elias, reforça o que dizem os moradores, que o problema ocorre, normalmente, no período noturno. Ele diz que não conseguiu identificar esse mau cheiro que, em algumas oportunidades, causa irritação na garganta e olhos e enjôos. “Acredito que nos últimos anos, em pelo menos duas oportunidades, tive que sair de casa com a família porque estava insuportável”, informa o advogado que reside na Rua Rodrigues Alves, distante cerca de meio quilômetro da Coamo.

O ex-vice-prefeito garante que o mau cheiro não é causado pelo fluxo e refluxo das marés. Diz ainda que o manguezal da Costeira, mesmo contaminado pelos dejetos do Rio do Chumbo, não ocasionaria tanto desconforto. “Não sei se é da Coamo, mas vários vizinhos me disseram que, quando há uma espécie de fumaça saindo da chaminé da fábrica, o mau cheiro se espalha”, informa Fabiano Elias.

Durante o período que exerceu o cargo de vice-prefeito, Fabiano Elias disse que trabalhou no sentido de descobrir a origem do mau cheiro e buscar uma solução para os moradores do bairro.  

O advogado conta que tratou do assunto com o IBAMA e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Há cerca de dois ou três anos atrás, Fabiano Elias ligou para o comandante do Corpo de Bombeiros, porque o incômodo estava causando irritação na garganta e nos olhos. Nesta oportunidade, uma viatura do Corpo de Bombeiros fez uma avaliação no bairro, mas não conseguiu identificar a origem do mau cheiro. Porém, após esta última reclamação, as incidências diminuíram bastante. “O interessante é que, em todas as vezes que foi necessário buscar os organismos públicos, isso aconteceu à noite, quando todos os setores de fiscalização estavam fechados e a incidência desse mau cheiro acontece durante pouco tempo. Nunca conseguiram fazer o flagrante. Além disso, fiz alguns contatos com a empresa que faz o controle da poluição ambiental em São Paulo para a instalação de um desses aparelhos para medição da contaminação do ar e sugeri à prefeitura que buscasse  a contratação temporária desse serviço para avaliar o grau de poluição do ar, mas isso não aconteceu. No final do ano de 2011 quase consegui um desses medidores de poluição em comodato, para fazer uma avaliação, mas a empresa na última hora desistiu de enviar o aparelho e até hoje não sei o porquê”, finalizou Fabiano Elias.

Dois tipos de fumaça

Com a sede localizada a pouco mais de 200 metros da fábrica da Coamo, no dia 15 de setembro, por volta das 18 horas, o JB notou o forte mau cheiro e foi até a empresa e, na medida em se aproximava, o mau cheiro aumentava. O carro da reportagem parou na Travessa Jamil Buffara, ao lado do muro da Coamo, onde o mau cheiro era sentido e registrou dois tipos diferentes de fumaça que saiam de diferentes chaminés.   De duas chaminés localizadas logo abaixo da correia transportadora da Coamo, saia uma fumaça escura e de outra mais adiante, próxima do pórtico que identifica a empresa, saia uma fumaça branca. Além do registro fotográfico, o JB fez um vídeo de onde saia à fumaça mais escura, em razão do som produzido que era possível ouvir do local onde estava o carro.

A reportagem do JB entrou em contato com o gerente da Coamo, em Paranaguá, Alexandro Cruzes e questionou se as chaminés da Coamo possuem filtro para fumaça, quais as operações na fábrica que geram resíduos gasosos, do que resulta a fumaça de cores branca e preta e se o forte mau cheiro que exala em todo o bairro teria como origem alguma operação da Coamo. O gerente disse que não caberia a ele responder aos questionamentos e que repassaria as perguntas para a assessoria de comunicação da Coamo para respondê-las. Porém, até o fechamento desta edição, não houve retorno. Veja na aba “Vídeos” a filmagem feita pelo JB no dia 15 dos dois tipos de fumaça feito ao lado do muro da Coamo.  

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