Funcionários da Viação Rocio continuam em greve e situação é incerta


Por Redação Publicado 24/01/2021 Atualizado 15/02/2024

Lucas Sarzi

Já faz mais de 10 dias que seguem em greve os funcionários da Viação Rocio, empresa responsável pelo transporte público de Paranaguá. Nesta segunda-feira (25), a expectativa é de que a audiência de conciliação, marcada pela desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, Thereza Cristina Gosdal, coloque um ponto final na situação. A audiência será realizada por videoconferência e a direção sindical, assim como os trabalhadores em greve, aguardará o desfecho em frente ao sindicato. Enquanto nada é resolvido, os trabalhadores seguem sem nenhuma posição e a população continua sendo prejudicada.

Conforme a decisão prévia da desembargadora, o “eventual reconhecimento de abusividade da greve só pode ser reconhecido depois de exaurido o contraditório e a ampla defesa”. Por isso, foi dado prazo para que houvesse, pelo menos, a audiência de conciliação. 

Em contrapartida, a preocupação da Justiça é com quem precisa dos serviços do transporte público, a população. Como é considerada atividade essencial, a classe não pode parar totalmente e, muito menos, deixar a população desabastecida do transporte público.

Para evitar que o atendimento indispensável de quem precisa de ônibus na cidade seja afetado, a Justiça determinou que, enquanto durar a greve, seja mantida, também, uma frota mínima. “Manutenção em atividade de, no mínimo, 50% da frota circulante e de um mecânico para eventual suporte. Durante todo o período de paralisação”.

Conforme Thereza Cristina Gosdal, foi fixada multa de R$ 30 mil por dia de descumprimento da decisão. Com a audiência de conciliação, que está marcada para esta segunda-feira, às 14h30, a greve dos trabalhadores da empresa de transporte pode chegar ao fim ou, pelo menos, haver algum tipo de negociação para os próximos dias.

Entenda a greve

Os trabalhadores pararam as atividades no dia 14 de janeiro, reivindicando melhorias e manutenções nos veículos, uniformes, quitação do banco de horas, regularização dos salários atrasados e parcelados pela empresa. Depois de duas reuniões, o advogado do Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários e Anexos de Paranaguá (Sindicap) informou ao JB Litoral que os diretores da Viação Rocio admitiram que os pedidos dos trabalhadores são legítimos, mas não teriam, ainda, nenhuma proposta. 

Enquanto segue a greve, ficou determinado que a cota mínima de veículos circularia em Paranaguá, o correspondente a 10 carros da frota. Por conta disso, a prefeitura da cidade se antecipou e cadastrou, pelo menos, 50 veículos alternativos que podem fazer o transporte de passageiros enquanto durar a greve. Conforme o secretário de serviços urbanos, Cláudio Roberto Mariano, os veículos devem fazer a rota correspondente às linhas de ônibus, cobrando a mesma tarifa (R$ 3,70) para não prejudicar os passageiros.