Grávida com bebê morto está há 3 dias esperando para retirar o feto, em Morretes


Por Publicado 22/01/2022 às 19h28 Atualizado 17/02/2024 às 00h20
hospital regional

Uma denúncia de omissão de socorro chegou ao JB Litoral por meio de familiares de uma mulher, em Morretes. Pessoas próximas afirmam que Bruna de Oliveira Souza descobriu há 3 dias que o bebê que esperava está sem batimentos cardíacos. O problema é que, como o procedimento não pode ser realizado no hospital local, ela teria sido encaminhada para o Hospital Regional do Litoral (HRL), em Paranaguá, mas lá recebeu a informação de que não há leitos disponíveis devido à lotação de pacientes com Covid-19.

A mulher, que recebeu o diagnóstico de que o bebê estaria morto há pelo menos 10 dias, voltou para casa, mas, com o agravamento das dores, procurou novamente a unidade e passou pela mesma situação de ter que retornar para a casa.

Com a constante reclamação, uma ambulância da cidade histórica ficou responsável por passar na casa de Bruna às 07h da manhã de hoje (22) para levá-la até o HRL. Bruna esperou o veículo, mas novamente não recebeu auxílio. Horas depois veio a resposta de que continuava sem leito na unidade para que ela pudesse ser atendida.

Enquanto a reportagem falava com familiares da jovem, que sentia muitas dores, uma sobrinha, cunhada e irmã afirmaram que o caso era grave e que Bruna corria risco de vida. A falta de atendimento, já tendo sido constatado a morte do feto, pode ser enquadrada como omissão de socorro, porque a situação de saúde da grávida era de risco e, mesmo com o bebê morto, ela não recebia atendimento para retirá-lo.

Instituições respondem

O JB Litoral entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Morretes para entender o que houve com a jovem e porque ela precisou ser tantas vezes transferida ao Hospital Regional. De acordo com o secretário de Saúde, Aaronson Ramathan, as transferências de pacientes com quadros parecidos é necessária por não haver anestesista para esse tipo de procedimento no hospital local.

O Hospital Regional informou que não há, nos últimos 10 dias, nenhum espelho informando a espera de Bruna por um leito. A unidade também ressalta que estão com 8 mulheres que ganharam bebês, esperando vaga na maternidade. A situação ocorreu devido à superlotação da unidade por casos de Covid-19 e H3N2. Mas, o hospital se comprometeu a ajudar com máxima urgência na resolução do caso.

A Secretaria de Estado da Saúde (SESA), informou que a situação está sendo apurada e que estavam em contato com a direção do Regional para entender e auxiliar no problema. A SESA também classificou como “suposições” os relatos de familiares e afirmou que só confirma a situação clínica de Bruna após realizar todos os exames.

Às 19h a SESA entrou em contato com a reportagem para avisar que a grávida estava passando por atendimento no HRL. “A paciente já está sendo atendida no Hospital Regional do Litoral.  A unidade está com um considerável aumento na demanda pelo período de veraneio, bem como de casos suspeitos de Covid-19 e H3N2 ou confirmados. As equipes estão empenhadas na rápida assistência e resolutividade no atendimento”, esclareceram.

O JB Litoral segue acompanhando o caso. Se houver outras informações, uma nova reportagem será realizada.