Grávida com bebê morto está há 3 dias esperando para retirar o feto, em Morretes
Uma denúncia de omissão de socorro chegou ao JB Litoral por meio de familiares de uma mulher, em Morretes. Pessoas próximas afirmam que Bruna de Oliveira Souza descobriu há 3 dias que o bebê que esperava está sem batimentos cardíacos. O problema é que, como o procedimento não pode ser realizado no hospital local, ela teria sido encaminhada para o Hospital Regional do Litoral (HRL), em Paranaguá, mas lá recebeu a informação de que não há leitos disponíveis devido à lotação de pacientes com Covid-19.
A mulher, que recebeu o diagnóstico de que o bebê estaria morto há pelo menos 10 dias, voltou para casa, mas, com o agravamento das dores, procurou novamente a unidade e passou pela mesma situação de ter que retornar para a casa.
Com a constante reclamação, uma ambulância da cidade histórica ficou responsável por passar na casa de Bruna às 07h da manhã de hoje (22) para levá-la até o HRL. Bruna esperou o veículo, mas novamente não recebeu auxílio. Horas depois veio a resposta de que continuava sem leito na unidade para que ela pudesse ser atendida.
Enquanto a reportagem falava com familiares da jovem, que sentia muitas dores, uma sobrinha, cunhada e irmã afirmaram que o caso era grave e que Bruna corria risco de vida. A falta de atendimento, já tendo sido constatado a morte do feto, pode ser enquadrada como omissão de socorro, porque a situação de saúde da grávida era de risco e, mesmo com o bebê morto, ela não recebia atendimento para retirá-lo.
Instituições respondem
O JB Litoral entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Morretes para entender o que houve com a jovem e porque ela precisou ser tantas vezes transferida ao Hospital Regional. De acordo com o secretário de Saúde, Aaronson Ramathan, as transferências de pacientes com quadros parecidos é necessária por não haver anestesista para esse tipo de procedimento no hospital local.
O Hospital Regional informou que não há, nos últimos 10 dias, nenhum espelho informando a espera de Bruna por um leito. A unidade também ressalta que estão com 8 mulheres que ganharam bebês, esperando vaga na maternidade. A situação ocorreu devido à superlotação da unidade por casos de Covid-19 e H3N2. Mas, o hospital se comprometeu a ajudar com máxima urgência na resolução do caso.
A Secretaria de Estado da Saúde (SESA), informou que a situação está sendo apurada e que estavam em contato com a direção do Regional para entender e auxiliar no problema. A SESA também classificou como “suposições” os relatos de familiares e afirmou que só confirma a situação clínica de Bruna após realizar todos os exames.
Às 19h a SESA entrou em contato com a reportagem para avisar que a grávida estava passando por atendimento no HRL. “A paciente já está sendo atendida no Hospital Regional do Litoral. A unidade está com um considerável aumento na demanda pelo período de veraneio, bem como de casos suspeitos de Covid-19 e H3N2 ou confirmados. As equipes estão empenhadas na rápida assistência e resolutividade no atendimento”, esclareceram.
O JB Litoral segue acompanhando o caso. Se houver outras informações, uma nova reportagem será realizada.