Iate Clube passa por reformas e quer recuperar alto padrão


Por Luiza Rampelotti Publicado 30/09/2020 Atualizado 15/02/2024

Prestes a completar 68 anos no dia 16 de dezembro, o Iate Clube de Paranaguá (ICP) quer resgatar seus tempos áureos, vividos em épocas passadas e que o consolidaram como uma das melhores e mais importantes associações do gênero em todo o Brasil. Nas décadas de 80 e 90, por exemplo, o clube foi muito conhecido pela qualidade dos eventos que promovia, como o Baile do Hawaii e o Baile do Chopp, além dos frequentes concursos de pesca, torneios de truco e regatas de veleiros.

Tudo isso começou na década de 50, com o sonho do comerciante parnanguara Ivo Petry Maciel, que chegou a duvidar da possibilidade de o desejo se tornar realidade. Porém, após inúmeras tentativas fracassadas, o Iate Clube, finalmente, foi fundado, juntamente com mais 30 sócios-fundadores, no ano de 1952.  

De lá para cá, mais que a simples narrativa da evolução de uma sociedade náutica, a história do Iate é, também, um pedaço da própria história do município. Com o objetivo de preservar as memórias e executar um projeto de retomada do desenvolvimento, o atual comodoro Rafael Gutierres Junior, junto à diretoria, decidiu lutar para que a associação volte a brilhar.

Rafael destaca as melhorias que estão sendo realizadas desde o início da gestão. (Foto: Maisy Pires/JB Litoral)

Com uma gestão iniciada em janeiro de 2019, Gutierres conta que quando aceitou o desafio de ser o comodoro, foi alertado a respeito de um Iate Clube deficitário, sem dinheiro em caixa para a realização de obras. “Quando entramos, fomos informados de que o clube possuía um déficit financeiro e não tinha condições de fazer nada, porque o dinheiro já era insuficiente para gerir o ICP. Dessa forma, realizamos uma eficiente reforma administrativa e conseguimos enxugar o que era preciso”, diz.

Reforma administrativa e estrutural

Com essa reforma, a quantidade de participantes da diretoria, bem como dos colaboradores, foi diminuída. Atualmente, o Iate conta com 07 diretores e 20 funcionários, que administram a instituição como uma empresa. “Hoje somos uma empresa e gerimos o clube dessa forma, ou seja, precisamos entregar uma boa prestação de serviços para todos os nossos associados. Por isso, estamos recebendo vários novos sócios por conta dessa transformação primordial”, afirma o comodoro.

Com a “casa em ordem”, financeiramente, foi dada a largada para o início da execução de diversas obras com o intuito de melhorar as estruturas do ICP e transformar o clube. Os banheiros do local foram reformados; o salão principal também, que abrigará um lounge, mesas de ping-pong e sinuca; os guinchos, tratores e barcos tiveram manutenção, bem como os flutuantes e parte elétrica; vidros blindex foram instalados em todo o prédio; uma loja de conveniência foi construída; e sala de televisão, que beneficiará todos os associados. Um sistema de monitoramento, com 32 câmeras de segurança, foi instalado.

Além disso, duas churrasqueiras gourmets estão sendo construídas, em uma área privilegiada, com vistas para o Rio Itiberê, varanda e deck. A cozinha gourmet também está prestes a ser finalizada, com todos os equipamentos e estruturas já instalados no local que será o futuro Restaurante do Iate Clube de Paranaguá. “A cozinha atenderá todos os sócios e convidados com um cardápio variado, também teremos um Chef de Cozinha que irá administrar o restaurante com muita qualidade”, comenta Gutierres, que informa que também estão sendo finalizadas as novas dependências dos funcionários, com cozinha e banheiro exclusivos.

Todas as reformas e construções estão acontecendo com recursos próprios do clube e, também, com parte da mão de obra sendo executada pelos próprios colaboradores. A previsão para a conclusão e inauguração é em dezembro.

O comodoro destaca que tudo isso foi possível graças à eficiente reforma administrativa promovida pela atual gestão. “Todas essas obras são realizadas com os recursos em caixa, sem precisarmos de empréstimo. Ou seja, com o enxugamento, conseguimos fazer tudo isso e ainda temos dinheiro para concretizarmos outros sonhos”, conta.

Realização do sonho está próxima: sede na Ilha da Cotinga

Um desses desejos é a reforma e transformação da sede do Iate Clube localizada na Ilha da Cotinga, adquirida na década de 80 por meio de uma cessão de área realizada pela União. O local possui 18 mil metros quadrados. “Nosso objetivo é transformar aquele espaço em uma área campestre, para atendermos o associado com um local de lazer e descanso, principalmente, aos finais de semana. Queremos construir apartamentos, churrasqueiras, piscinas, e o sócio poderá ter toda a estrutura para ficar lá. Poucos clubes no Brasil têm sede em uma ilha e a estrutura como a que queremos implantar”, afirma o comodoro.  

A Ilha da Cotinga foi o primeiro ponto de colonização do Paraná, tendo um valor histórico e cultural inestimável. Lá, também está localizada a Ermida Nossa Senhora das Mercês, uma das primeiras igrejas católicas do Estado, construída em 1677. Pensando em incentivar o turismo local, o Iate Clube está em conversação com o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) para a realização do restauro do templo.

“Quando houve a ampliação do cais do TCP, a contrapartida solicitada pelo Poder Público foi o restauro da Ermida. Estamos pedindo que essa reforma aconteça o quanto antes, para podermos ter um atrativo a mais para Paranaguá e para o Estado, fomentando o turismo local, pois, com o restauro, de toda a Rua da Praia será possível observar a igreja”, explica Rafael Gutierres.

Mesmo com a crise, mais associados

Todas as obras e projetos estão sendo realizadas durante um período de crise econômica motivada pela pandemia do novo coronavírus, que obrigou o fechamento do Iate Clube devido às medidas de isolamento social. Porém, a situação difícil serviu como impulso para a realização das manutenções, buscando entregar um ICP muito mais moderno e agradável aos seus associados, colocando, novamente, o espaço entre um dos mais importantes.

Os flutuantes também foram todos reformados, garantindo maior segurança aos associados. (Foto: Maisy Pires/JB Litoral)

“Hoje, temos uma média de 200 sócios, com cerca de 130 embarcações. Durante esse período de nova gestão, conseguimos mais, aproximadamente, 20 associados, apesar da crise econômica, todos vieram devido às transformações que o clube está enfrentando. Estamos conseguindo atingir nossos objetivos de resgatar o Iate Clube, colocando-o nos padrões que ele merece, sempre buscando novos sócios e, com isso, crescer cada vez mais. Tenho certeza que com esse startque foi dado, os próximos diretores e comodoros que vierem darão seguimento aos projetos”, conclui.