IFPR registra patente inédita de dispositivo de segurança para soldadores surdos


Por Redação JB Litoral Publicado 07/07/2017 às 09h35 Atualizado 14/02/2024 às 19h17

Alunos do Curso Técnico em Mecânica do Campus Paranaguá, do Instituto Federal do Paraná (IFPR), desenvolveram neste ano um dispositivo de proteção voltado para pessoas com deficiência auditiva para processos de soldagem e corte com indicação visual de ruídos e outras condições operacionais. O projeto surgiu exatamente da necessidade de inclusão de alunos surdos do próprio instituto, na matéria de soldagem no curso em questão. O dispositivo, que já foi patenteado, demonstra a importância do campus do IFPR no Litoral para o cenário de inovação tecnológica e desenvolvimento profissional regional, sendo que o espaço foi inaugurado pelo Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2010.

Segundo a assessoria do Instituto Federal, os equipamentos de proteção atuais não alcançam pessoas com necessidades específicas, sendo que o projeto elaborado está adaptando uma máscara de solda (aquelas que protegem de radiação e respingos metálicos durante o processo) para também captar os ruídos deste processo, transmitindo sinais luminosos indicativos para a própria máscara. Ainda em fase de protótipo, a ferramenta irá proteger e fazer a tradução de ruído para sinal luminoso, algo que será essencial para ajudar os deficientes auditivos.

De acordo com a entidade, a equipe do projeto é composta pelos docentes Marina Izabelle Grabarski e Rafael Rogora Kawano, e pelos estudantes do Curso Técnico em Mecânica Eduardo Ribeiro dos Santos, João Nogueira, Lucas Veiga Filadelfo e Maria Clara Chaves Pereira, todos do campus Paranaguá.

A estudante Maria Clara Chaves Pereira, uma das autoras do projeto, destaca a necessidade de as empresas trabalharem de forma mais intensa pela inclusão. “Este é um projeto que está começando agora, mas não tem uma validade”, explica. “Ano que vem os alunos surdos vão poder usar a máscara e, por ser um projeto estudantil, também vão poder adaptar para outras necessidades que a gente ainda não percebeu. Este é um projeto vivo, que vai continuar crescendo”, completa a docente Marina Grabarski. O IFPR inclusive já solicitou ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), autarquia federal vinculada ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o registro de patente do dispositivo em questão, demonstrando a viabilidade e a inovação do projeto.

 

IFPR reconhece trabalho positivo dos alunos
 

No último dia 22 de junho, a reitoria do IFPR inclusive realizou um café da manhã comemorativo com a presença dos criadores do projeto, gestores do Instituto e do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (Napne/IFPR). “O primeiro passo foi a capacitação, por meio de workshops que falaram sobre inovação e propriedade intelectual, inclusive com a participação de servidores do Inpi. Neste ano, aconteceu a criação do Núcleo de Inovação Tecnológica do IFPR, presente em todos os campi, que concentra as demandas desta área e é ligado à Proepi. Por fim, produzimos atos normativos internos que viabilizassem estas solicitações”, destaca o Pró-reitor de Extensão, Pesquisa e Inovação, Marcelo Estevam, fazendo um retrospecto da ferramenta até o momento. “Este é mais um exemplo de que podemos mudar a realidade local por meio de soluções tecnológicas que oportunizam a aprendizagem”, afirma Cléber Serafin, Diretor de Inovação da Pró-reitoria de Extensão, Pesquisa e Inovação do IFPR.  Segundo ele, há, inclusive, demandas em outros campus da ferramenta em questão, demonstrando a aptidão do projeto e da realização de pedidos.

 

Fonte: Coordenadoria de Comunicação do IFPR e Prefeitura de Paranaguá.