Igreja centenária de Morretes é restaurada por empresário curitibano


Por Publicado 28/01/2021 às 15h51 Atualizado 15/02/2024 às 19h02

Esquecida por décadas, a Igreja Bom Jesus do Cardoso voltou a ganhar notoriedade nas últimas semanas, pois a igrejinha, localizada na estrada do Anhaia, em Morretes, está sendo restaurada pelo empresário curitibano Ademar Batista Pereira, de 60 anos.

Ademar, que é dono do Espaço Torres Eventos e da escola Atuação, em Curitiba, contou ao JB Litoral que estava em busca de uma área para construir um condomínio e acabou encontrando o templo. “Moro em Curitiba há mais de 30 anos, mas conheço Morretes há muito tempo. O empresário Jean Hunzicker estava me auxiliando na compra do terreno e comentou da igreja. Ao saber da história e da importância para a comunidade, comentei com a minha esposa, que é devota de Nossa Senhora Aparecida, e decidimos restaurar”.

A obra

Patrimônio histórico do município, o local, que já recebeu muitos fiéis durante cultos e festas religiosas, está em uma área particular, que pertencia a antiga indústria de lápis, John Faber. “Mesmo estando em uma área particular. Deixarei aberta à comunidade. Já tem um pessoal que quer cuidar e o Padre Luiz Gonzaga ficará responsável pela parte religiosa”.

Ele criou uma página na rede social Facebook para a comunidade acompanhar o andamento da obra. “Tem uma equipe trabalhando para recuperar a igreja e fazer todo o entorno. Acredito que será investido uns R$ 50 mil, pois teremos que fazer praticamente tudo”.

O empresário ressaltou que não sabe muita coisa sobre a igreja. “Não consegui muitas informações. Apenas algumas fotos na internet. Estamos à disposição da comunidade para que compartilhem fotos e um pouco da história. Até para conhecermos um pouco mais”.

A história

Foto: reprodução

O JB Litoral tentou apurar a história da Igreja Bom Jesus do Cardoso, porém, por se tratar de uma propriedade particular, não há muita informação.

Segundo o site Paraná Portal, o que se sabe é que a igreja pertencia ao Domingos Cardoso de Lima. O historiador e escritor, Eric Hunzicker, disse que se tratava de um homem muito rico, devido ao sucesso da mineração de ouro e egocêntrico.

“Ele tinha uma banda de música própria e contam historiadores que quando ele viajava a Paranaguá enviava na frente seus serviçais e a banda de música. Na entrada da cidade, quando ele aparecia, a banda tocava e os serviçais soltavam foguetes para anunciar sua chegada”.

Além disso, depois da família Cardoso, a igreja ficou sob os cuidados da família Malucelli, conta Wilson Malucelli, que também participava das orações e festividades na capela.

Wilson Malucelli relata que a última pessoa que estava cuidando da Igreja era Edith De Bona. “Infelizmente, tivemos que entregar a chave da igreja para o pároco de Morretes, pois como não tinha nenhuma comunidade próxima à capela, ela sofria ação de vândalos que roubavam bancos e altares, além de quadros de santos. Isto desestimulou a família Malucelli”.