Já no início do ano letivo, transporte escolar, em Morretes, é alvo de críticas dos pais

Com o retorno das aulas, no início de fevereiro, os estudantes da rede pública de ensino do litoral, que optam pelo transporte gratuito oferecido pelos municípios, têm enfrentado problemas em algumas cidades da região. Nas redes sociais e grupos de WhatsApp, os moradores expressam sua opinião e cobram soluções para os transtornos.

É o caso de Morretes, onde pais e alunos se manifestaram descontentes com os atrasos no transporte escolar já nas primeiras semanas de aula. “Tem crianças que ficam até meia hora esperando o ônibus passar, outros casos de crianças que ficaram no ponto porque o ônibus não passou, então, não foram para a escola. A prefeitura não está conseguindo atender a demanda, são muitos alunos espalhados, afinal, Morretes não é só o centro, temos várias áreas rurais”, diz um pai que prefere não se identificar por temer retaliação.

Ele também comenta que a impressão dos pais é de que há poucos ônibus e falta de motoristas. “As principais reclamações são sobre as rotas e os horários, e acredito que isso aconteça devido à pouca quantidade de ônibus e motoristas. Mas isso foi falta de estratégia da prefeitura, porque eles tiveram dois anos para solucionar essas questões de trajeto, de licitação, mas deram prioridade a outras coisas. Hoje não está nada resolvido, isso é um descaso com a educação”, comenta.

O que diz a Secretaria de Educação

Procurada pelo JB Litoral, a secretária municipal de Educação e Esporte de Morretes, Adriana Assumpção, esclareceu os questionamentos a respeito do atraso dos ônibus escolares. “Os atrasos se deram em relação à demora de embarque dos estudantes, principalmente no horário de saída, às 11h30, especialmente no Colégio Estadual Rocha Pombo, que conta com uma grande clientela em todos os períodos. Já quanto à falta de atendimento em localidade rural, a situação se deu porque o motorista, ao iniciar o turno de trabalho, constatou que o veículo apresentou problema na porta e optou em não rodar com ele nestas condições, e não havia veículo disponível para substituição”, afirma.

Segundo ela, a situação do atraso foi “algo normal, que acontece ano a ano, pois todos estão no período de adaptação em encontrar seu ponto de embarque”. Porém, neste ano, a circunstância foi mais problemática porque levou em conta um “hiato de uma média de 689 dias afastados das escolas”, diz. 

A secretária ainda destaca o alto número de alunos matriculados nas escolas municipais. “Os dados atualizados, fornecidos pelas direções escolares municipais, mostram que existem 1.991 estudantes matriculados, enquanto os dados anteriores eram de 1.172. Já a rede estadual ainda não forneceu os dados”, informa.

Com o aumento na quantidade de alunos matriculados na rede municipal de ensino, Adriana explica que a Administração Municipal “não conta com número de veículos adequados para atender todas as 39 localidades, que estão organizadas em 24 rotas”.

Desta forma, ela diz que apenas nove rotas são atendidas com veículos da frota própria do município, as demais, são atendidas por empresa terceirizada. “A organização para licitação do transporte escolar se deu no ano anterior, com base nas matrículas efetivas, relacionadas pelas direções escolares de usuários do transporte escolar, que apresentou a demanda média de 1.172 estudantes da rede pública municipal e 863 da rede pública estadual, totalizando 2.080 estudantes. No entanto, na segunda semana de aulas presenciais, houve um aumento significativo de alunos nas mais diversas localidades, inclusive, em novos pontos de embarque”, concluiu a secretária de Educação de Morretes.

Como está a situação em Guaraqueçaba?

O JB Litoral também procurou a prefeitura de Guaraqueçaba, que informou, por meio da assessoria de imprensa, que o transporte escolar atende a 60 crianças matriculadas na rede municipal de ensino e 320 na rede estadual. “Atualmente, 5 lanchas fazem o transporte marítimo, tanto dos alunos do Estado quanto do Município, e a frota de 8 ônibus escolares faz o transporte terrestre”, comenta.  

De acordo com a assessoria de imprensa, em 2021 foi realizado um Processo Seletivo Simplificado (PSS) para a Educação e não houve a quantidade necessária de motoristas de ônibus inscritos. “Por isso, neste ano a prefeitura está abrindo um credenciamento, que já foi para o Jurídico e deve ser publicado a qualquer momento, para a contratação temporária de motoristas até que seja feito um novo PSS”, conclui.

E em Pontal do Paraná?

De acordo com a secretária municipal de Educação de Pontal do Paraná, Adriana Haas Ferreira, o transporte escolar na cidade está indo bem. “Os ônibus atendem bem a nossa demanda, sem problemas mecânicos e internos. Sempre estamos buscando o conforto dos nossos alunos”, diz.

Ela também informa que, atualmente, a empresa responsável pelo transporte escolar é a Pryme, que trabalha com uma frota de 12 ônibus para atender 915 alunos da rede municipal. “Os veículos atendem a 9 escolas, e passam pelo balneário Monções, comunidade do Guaraguaçu, bairro Tabuleiro e por toda a extensão do município até o ponto da travessia para a Ilha do Maciel”, afirma.

Adriana destaca, ainda, que o município também atende às escolas especiais, realizando o transporte escolar com frota própria de três ônibus que auxiliam cerca de 150 alunos diariamente.

Em Matinhos são 28 ônibus escolares

O secretário municipal de Educação, Cultura e Esportes de Matinhos, Alcides Benato, conta que o transporte escolar está funcionando com 29 rotas atendendo todo o município. “São 28 ônibus rodando, que atendem a 7 escolas e 4 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI)”, diz.

Ele também destaca que a frota é própria e atende a 1.907 alunos matriculados na rede municipal de ensino. “Além disso, também atendemos a 200 alunos de Universidades de Paranaguá e Guaratuba”, conclui.

O transporte escolar em Paranaguá

Na maior cidade do Litoral, Paranaguá, a secretária de Educação Tenile Xavier comenta que o transporte escolar está funcionando normalmente neste início de ano letivo, atendendo aos estudantes do Município e do Estado que são moradores no campo e aos alunos da educação especial.

“Atualmente, a frota dos ônibus escolares conta com 16 veículos em circulação. O transporte atende rotas das colônias e áreas consideradas do campo que vêm para o centro da cidade. As rotas dos alunos especiais incluem os bairros Jardim Esperança, São Vicente, Santos Dumont, Vila dos Comerciários, Divinéia, Porto Seguro, Jardim Iguaçu, Raia, Vila Guarani, Porto dos Padres, Serraria do Rocha, Bockman, Jardim Eldorado, Emboguaçu e Ilha dos Valadares”, diz.

Ela informa que são cerca de 300 estudantes que utilizam o transporte escolar municipal.

Guaratuba e Antonina não se manifestaram

As prefeituras de Guaratuba e Antonina também foram procuradas para falar sobre a situação do transporte escolar nas cidades, porém, não houve retorno aos questionamentos enviados pela equipe de reportagem.