Morte de jovem parnanguara não teria relação com vacina, apontam especialistas


Por Publicado 17/08/2021 às 21h48 Atualizado 16/02/2024 às 10h32

Atualização: esta matéria foi atualizada na tarde de quarta (18) com novas informações sobre o caso.

O estudante Fabiano Bonafini morreu em Paranaguá na manhã de domingo (15) após ter, segundo relatos de pessoas próximas, um mal súbito. O jovem de 19 anos era estudante de Administração e teria tomado a primeira dose da vacina ComyRNAty, da Pfizer/Biontech, por volta das 20h40 de sábado (14).

Binho, como era conhecido, trabalhava na empresa ARJ Transportes e completaria 20 anos no final de 2021. Comentários demonstram o talento do jovem na cozinha: inclusive Fabiano estudava Gastronomia no Senac, para aprimorar uma de suas maiores qualidades. “Quero guardar as lembranças, nossas risadas. Você sempre ao meu lado. Nossa culinária (…) te amo”, escreveu uma tia, entre diversas outras homenagens que inundaram as redes sociais.

A morte precoce do estudante acabou causando reações de incredulidade entre familiares, amigos e ex-colegas da escola. O Instituto Estadual de Educação Dr. Caetano Munhoz da Rocha, colégio no qual o jovem estudou, prestou uma homenagem. “Hoje perdemos nosso ex-aluno Fabiano Bonafini. Nenhum momento será esquecido. Nenhuma memória ficará para trás. A marca que você deixou é eterna. As lembranças contarão histórias para todo sempre. Família IEE de luto. Que Deus te receba de braços abertos e de forças para toda sua família e aos amigos”, diz o comunicado de pesar. Com mais de 500 reações entre compartilhamentos e curtidas, alguns comentários demonstram quem era Fabiano. “Um aluno dedicado e educado”, disse uma ex-professora. “Um rapaz muito meigo, de olhar doce”, reafirmou outra profissional da educação.

Amigos e familiares também demonstraram tristeza e espanto pela perda de alguém tão jovem. A publicação de uma tia conta com centenas de reações desejando força e lamentando o ocorrido.

Segundo relatos, Fabiano Bonafini já havia tido uma parada cardíaca em 2017 e a recuperação foi considerada “um milagre”. Ainda de acordo com familiares, não foi encontrado nada de anormal em sua saúde, inclusive no coração, à época.

Agora, o jovem teria tido outro mal súbito. Médicos consultados pelo JB Litoral explicam que essa condição explica algo fora do comum, podendo caracterizar desde infarte até causas neurológicas.

Especialistas acreditam não haver relação da vacinação com causa mortis

O JB Litoral entrou em contato com o Instituto Médico Legal (IML) que informou que ainda não há laudo definitivo sobre a morte do estudante. Portanto, ainda não é possível precisar o que teria acometido Fabiano.

Mas, especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que muito provavelmente não há ligação entre o falecimento com a aplicação da vacina no dia anterior. “Se fosse choque anafilático teria sido poucas horas depois. Como foi mais de 12 horas depois, provavelmente não foi por choque anafilático. Além disso, se essa fosse a causa, teria sido facilmente evidenciado pelo IML”, disse um médica especializada em vacinas. 

O fato de já ter passado por algo parecido no passado agrava o quadro do paciente, segundo um profissional da saúde. Nessas situações, o ideal é consultar um médico para saber se é adequado tomar a vacina.

Um dos entrevistados afirmou que a alergia a substâncias pode causar reações, mas levaria mais tempo do que a situação de Fabiano. “Se fosse reação aos componentes da vacina, teria que ser uma reação mais tardia, de pelo menos 7 a 14 dias. Então é pouco provável que o evento tenha sido relacionado à vacina”, explicou um dos especialistas.

Assim que saírem novas informações sobre o que teria causado o óbito de Fabiano Bonafini, o JB Litoral complementará este conteúdo.