Marcelo Roque diz que herdará dívida de R$ 40 milhões da gestão Kersten


Por Redação JB Litoral Publicado 29/12/2016 Atualizado 14/02/2024

Marcelo e Maranhão e os oito volumes do relatório de transição

Numa coletiva de imprensa não divulgada para todos os veículos de comunicação na cidade, o prefeito diplomado Marcelo Roque (PV) e seu vice-prefeito Arnaldo Maranhão (PSB), apresentou um surpreendente relatório final dos 80 dias transição feito com a equipe do prefeito Edison de Oliveira Kersten (PMDB).
 

Exceto por Marcus Antonio Elias Roque (PMDB), nenhum dos atuais vereadores acompanharam o relatório de transição, enquanto que dos eleitos estiveram presentes, Alex Alves (PTC), o “Alex da Ambulância”, Gilson Marcondes (PV), o “Silvio que não é santo”, Fabio Santos (PSDB), Nilo Monteiro (PP) e Tiago Kutz (PRB).
 

Oito volumes que somou quatro mil páginas retrata o estado precário com que a nova gestão irá receber a prefeitura a partir de janeiro, segundo a conclusão de ambas as equipes.

Realizada no auditório da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (ACIAP) e que contou com a presença de seu presidente, Arquimedes Anastácio, uma síntese de tudo o que foi apurado foi apresentado à imprensa e surpreendeu por falhas consideradas básicas pelo prefeito diplomado.

Antes das informações o vice-prefeito Maranhão, usou da palavra para criticar, de forma ácida, os três anos e seis meses da gestão Kersten, do qual ele foi líder da bancada de sustentação até 2015 na Câmara Municipal.
 

“Falta gestão, falta comando e pulso firme. Uma lástima”, disparou Maranhão.

O prefeito diplomado Marcelo Roque também criticou a atual gestão, apesar de ter sido Secretário de Meio Ambiente e Serviços Urbanos (SEMMAS) em 2014.
 

A explanação do relatório começou com a surpreendente informação que creches e escolas da rede municipal de ensino estão sem alvará, documento fornecido pela própria prefeitura. Também chamou a atenção a informação que a prefeitura está sem combustível para começar a gestão. Segundo Marcelo, atualmente estão disponíveis cerca de 8 a 10 mil litros apenas para toda a frota que desfilou recentemente pelas ruas da cidade.

Segundo o relatório, a gestão estava para perder recursos federais por conta de obras inacabadas e algumas por falta da simples apresentação de projetos para sua conclusão.

Com isso, o prefeito diplomado disse que teve que ir a Brasília,  onde conseguiu a prorrogação dos prazos, por mais um ano, para poder concluir obras como o Mega Rocio, Creche do Jardim Iguaçu, Revitalização do Mercado do Café e Restaurante Escola.
 

Dívida de R$ 40 milhões

O prefeito diplomado deu ênfase para saúde financeira do município, depois que o prefeito Kersten anunciou em seu portal e que serviu de fonte oficial para reportagens na imprensa, que deixaria em caixa R$ 130 milhões, além do superávit que constou no orçamento para 2017 previsto em R$ 563 milhões.

O relatório de transição levantou um saldo de R$ 143 milhões em caixa, R$ 13 milhões a mais que anunciado pelo prefeito. Porém, deste valor, dívidas com restos a pagar, 66 processos licitatórios e manutenção de semáforos, o fará começar sua gestão com uma dívida de R$ 40 milhões.

Vale destacar que este levantamento teve como base até o dia 29 de novembro deste ano e não considerou a folha de pagamento de dezembro que, com rescisões de cargos comissionados, férias e 13º salários somam R$ 27 milhões.

Marcelo Roque se mostrou preocupado ainda com o limite legal de gastos com a folha de pagamento, que já ultrapassou o prudencial que é de 51% e, atualmente se encontra em 53,7%, ou seja, faltando apenas 0,3% para alcançar o limite legal.
 

Redução de gastos com cargos comissionados

O prefeito diplomado informou que o gasto com cargos comissionados será reduzido a partir de 2017, deixando de gastar os atuais R$ 1,3 milhão, para R$ 1,15 milhão, em razão da redução de cargos. Ele disse que irá aumentar quantidade de função gratificada. Disse ainda que irá liquidar as empresas já desativadas, Empresa de Desenvolvimento das Ilhas de Paranaguá (Emdeilhas) e Empresa de Desenvolvimento e Habitação de Paranaguá (Emdehpar).

Esta última, por sinal, Marcelo Roque disse que a equipe de transição não recebeu nenhuma documentação ao longo desta gestão. Ocorre que seu pai, Mário Manoel das Dores Roque (PMDB), ao assumir a prefeitura em 2013, fechou a Emdehpar e ela não esteve em atividade durante toda gestão que está encerrando.

Questionado pelo JB se diante do relatório apresentado, investirá em uma auditoria da gestão anterior, como seu pai fez em 2013. Marcelo Roque garantiu que não irá realizar. “Não faremos uma caça as bruxas e sim, trabalharemos para a cidade”, disse o prefeito diplomado.