Marcelo Roque: “maior presente para a cidade seria que não perdêssemos mais nenhuma vida para a Covid-19”


Por Redação JB Litoral Publicado 28/07/2020 às 16h23 Atualizado 15/02/2024 às 13h32

Em meio a uma pandemia, a “Cidade Mãe do Paraná” comemora seus 372 anos de história em quarentena, com isolamento social e longe da Praça de Eventos Mário Roque.

Nesta mesma época, em anos anteriores, a cidade tinha um cronograma de festividades e outros eventos relacionados ao seu aniversário. Porém, devido ao coronavírus, a Covid-19, este ano será diferente para toda a população. Sem festas, shows ou qualquer outro tipo de aglomeração na Praça de Eventos, os moradores comemorarão a passagem de mais um ano do município dentro de casa, ao lado dos familiares.

O momento é de reflexão e o JB Litoral traz uma entrevista especial com o prefeito de Paranaguá, Marcelo Elias Roque (Podemos), onde ele fala de obras entregues e Covid-19.

JBL – No que diz respeito às obras, o que a cidade receberá de presente nestes 372 anos?

Prefeito – Devido à pandemia do novo coronavírus as obras previstas para serem entregues, neste ano, foram sendo inauguradas conforme a sua conclusão, sem cerimônias tradicionais e, sobretudo, sem público. Foi o caso da entrega do restauro da Estação Ferroviária, Arena Albertina Salmon, assim como a entrega do Complexo de Lazer e Meu Campinho da Ilha dos Valadares, Nilson Neves e Alexandra. Na Avenida Munhoz da Rocha Neto (na extensão do Aeroparque), a Prefeitura de Paranaguá concluiu as obras de asfaltamento, assim como nos bairros Vale do Sol e Jardim Esperança.

JBL – O coronavírus marcará este aniversário. Qual montante de investimento feito no combate da Covid-19? Quanto foi usado do cofre municipal e o que já repassou o Governo Federal e Estadual até este momento?

Prefeito – Paranaguá já gastou aproximadamente R$ 2,5 milhões, oriundos do remanejamento de verba de secretarias, por exemplo, Cultura e Turismo, que seriam utilizadas até o final do ano, para as Secretarias Municipais de Saúde e Educação. Nos veículos oficiais de imprensa do Governo Federal foi divulgado um repasse de R$ 18 milhões para a cidade que não ocorreu. Não chegou nem 1/4 desse valor. Inclusive a Rede Globo fez uma matéria sobre esse assunto.

JBL – Dos presentes essenciais neste momento, qual a estrutura de atendimento que o município possui para o combate à doença, entre equipamento e profissionais de saúde?

Prefeito – Não podemos classificar nada relacionado ao coronavírus como positivo. O impacto na vida das pessoas vai ser uma marca deixada por muito tempo. Então, longe de ser um presente, que você escolhe para dar, estamos fazendo as nossas obrigações todos os dias, fazendo tudo que está ao nosso alcance. Além dos investimentos específicos para a Covid-19, como aquisição de insumos, contratação de pessoal, preparação do hospital de campanha e a distribuição da ivermectina, conforme a indicação médica, os investimentos básicos feitos ao longo de 3 anos e meio estão fazendo a diferença para que a ordem na Saúde seja mantida.

O Estratégia Saúde da Família saltou de 8% para 85% de cobertura, com a contratação de agentes de endemias e agentes comunitários de saúde que fazem a diferença e ajudam na triagem da distribuição de medicamentos.

Unidades de Saúde entregues, como a Leblon, Porto Seguro e Valadares, não deixam o sistema sobrecarregar com outras demandas do dia a dia. A realização de concursos e testes seletivos, que fortalecem a cada dia a nossa equipe, podem ser constatados nos editais e convocações publicados. A aquisição do Vacina Móvel, que trabalha na prevenção da gripe para evitar que o sintoma seja associado à Covid-19, bem como aquisição de outros veículos essenciais. Sem falar na Entrega do Hospital Erasto Gaertner, que tirou de circulação, na capital, muitos ônibus que levavam pacientes debilitadas, e que hoje, fazem o tratamento perto de casa sem se expor a riscos maiores da Covid-19.

JBL – Um dos grandes presentes para a população, nestes 372 anos, tem sido a regularização fundiária. Nessa questão, há alguma perspectiva de a REUBS abranger as famílias da Ilha dos Valadares?

Prefeito – Seria um presente se os gestores que passaram nos últimos anos tivessem feito a tarefa de casa. Não podemos resolver uma questão histórica que tem a idade da cidade em três anos, mas sim, nossa equipe já avançou muito nessa tratativa, inclusive já tivemos sucesso em bairros menores como o Parque Agari.

JBL – Com a esperança do final da pandemia, como a administração pública planeja as futuras ações?

Prefeito – Como falamos em esperança de término da pandemia, isso não tem data certa para acontecer, ainda mais quando os EUA anunciam a compra de todas as doses da primeira vacina. As secretarias manterão suas ações, conforme proposto no PPA, mas na medida do possível e de acordo com o impacto financeiro que o orçamento tiver que absorver. No momento, estamos focados no enfrentamento do coronavírus em nossa cidade.

JBL – Como serão os parabéns da prefeitura sem as tradicionais festas, desta época do ano, na cidade?

Prefeito – Vai ser um momento reflexivo para todos nós, amar Paranaguá é desejar dias melhores e fazer a sua parte, se cuidando e cuidando da sua família, para que isso aconteça logo.

No dia 29, às 8h faremos o hasteamento da bandeira sem a presença do público. Para acalentar os corações parnanguaras, preparamos um programa alegre, informativo e bem otimista que vai ao ar no Facebook e na TV Cidade Educadora no Canal 7.2, também no dia 29 de julho às 14h. E, recentemente, em conversa com o representante da AMEP sugerimos que a atual marcha para Jesus seja realizada no formato de carreata, prezando pela segurança de todos.