Ministro-corregedor do TSE dá risada ao ouvir que todo político usa caixa 2


Por Redação JB Litoral Publicado 10/05/2017 Atualizado 14/02/2024

Corregedor do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), órgão máximo da Justiça Eleitoral no país, o ministro Herman Benjamin participou nesta quarta-feira (10) de uma situação inusitada momentos antes de entrar em uma audiência pública para discutir a reforma política na Câmara dos Deputados.

Ao se dirigir à sala da sessão, o ministro ouviu do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), em tom de piada, uma história que o parlamentar diz ouvir sempre de uma correligionário seu no Estado.

A de que só existe dois tipos de político no Brasil, o que usa caixa dois e o mentiroso. Ambos, Castro e Benjamin, riram muito quando o deputado concluiu a frase.

O caixa dois é o dinheiro usado por candidatos sem conhecimento da Justiça Eleitoral. No caso da delação da empreiteira Odebrecht, a prática é enquadrada pelo Ministério Público Federal, quando não envolve suspeita de atos mais graves, no artigo 350 do Código Eleitoral (falsidade ideológica eleitoral), com pena de até cinco anos de prisão.

Durante a sessão houve outras saias justas. Ela foi comandada pelo presidente da comissão da reforma política, Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), e pelo relator, Vicente Cândido (PT-SP), ambos alvos da Lava Jato sob suspeita de receber dinheiro da Odebrecht, via caixa dois, em troca de favores à empreiteira.

Herman classificou na audiência o financiamento empresarial -vetado pelo Supremo Tribunal Federal em 2015 como a “mãe do desastre que vivemos hoje”.

Benajmin foi questionado sobre o que achava da tentativa do Congresso de anistiar o crime de caixa dois eleitoral. Ele não respondeu diretamente, afirmando que o caso está judicializado, mas afirmou esperar que o Legislativo tome, se for o caso, uma decisão “republicana e justa”.

Relator da ação que pede a cassação da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer, ele também foi questionado por deputados se considera que pode haver divisão de responsabilidades nesse caso, ou seja, se é possível excluir Temer de eventual punição, como quer hoje a defesa do atual presidente da República. Também sob o argumento de que não iria se pronunciar sobre assuntos judicializados, o ministro também não respondeu.