Moradores do KM-4, em Antonina, reclamam de qualidade da água


Por Cleverson Teixeira Publicado 20/10/2020 Atualizado 15/02/2024

Mesmo sem a oficialização da entrega da nova adutora, que teve a obra iniciada em julho de 2018, todos os bairros de Antonina são atendidos pelo Sistema Autônomo Municipal de Água e Esgoto (SAMAE). A falta de abastecimento foi resolvida no dia 9 de agosto deste ano, segundo a prefeitura municipal e o SAMAE. Apesar de as torneiras estarem cheias, moradores, principalmente os do bairro KM-4, na entrada da cidade, reclamam da qualidade do serviço. E isso, segundo eles, tem afetado a saúde dos seus familiares.

Conforme denúncia feita ao JB Litoral, a localidade não recebe tratamento de água. Com a coloração escura, os capelistas têm sofrido com problemas estomacais e intestinais. Dona Lucília de Souza Pereira, de 67 anos, relatou que não é de hoje que a vizinhança reivindica melhorias no fornecimento. “A água está vindo muito suja. Está dando muita dor de barriga nas pessoas, principalmente, aqui em casa. Faz anos que ela está assim. Eu coloco um pedaço de pano na torneira e ele fica pretinho”, disse. 

As mais prejudicadas, de acordo com a população, são as crianças, as quais têm desenvolvido sintomas consistentes da virose. Com isso, o povo tem buscado alternativas caseiras para tentar interromper o dilema. Quando chove, segundo os relatos, a situação fica um pouco mais complicada, já que o líquido apresenta um gosto diferente. “Você tem que ferver para poder tomar a água. Os meus filhos, um de quatro e o outro de dez anos, também já sofreram muito com diarreia e vômito. Várias vezes já levei eles ao hospital de Antonina, paguei caro nos remédios, porque os do hospital não estavam fazendo efeito. Eu morei em outro bairro e nunca aconteceu isso. Quando eu vim morar para cá, as coisas começaram a piorar”, desabafou a dona de casa Cláudia Monteiro, residente no bairro há nove anos.

Segundo Cláudia, seus filhos tiveram diarreia e vômito (Foto: Rafael Pinheiro / JB Litoral)

Ela disse, ainda, que os seus dois filhos desenvolveram infecção intestinal e, o mais novo, chegou a ser internado por conta da doença. Segundo Claudia, outras pessoas procuraram o Posto de Saúde do bairro Barigui, em Antonina, que também atende os moradores do Km-4, com sintomas parecidos. “As enfermeiras falavam que chegavam pessoas no posto com os mesmos problemas. A gente não sabe o que fazer. Esses dias, deu dor de barriga no meu marido, também”, concluiu.

O que diz o SAMAE

Samae afirma excelente qualidade da água

O JB Litoral procurou o diretor do SAMAE, Cleber Cezarino, o qual informou que os relatos prestados pelos moradores não procedem. Ele afirma que todos os bairros recebem água potável dos mananciais. “Ela sai da Estação de Tratamento de Água Central (ETA). Esse reservatório recebe da captação dos rios de preservação. A água já vem de lá com uma qualidade excelente. E passa pelo filtro. É feita, também, desinfecção com hipoclorito. Depois é distribuída para vários lugares”, argumentou.

Cezarino disse, ainda, que o Sistema de Água e Esgoto do município possui análises feitas por um laboratório do estado de Santa Catarina, em que todas as normas da portaria são seguidas. Conforme ele, todos os parâmetros de averiguação da qualidade da água são realizados mensalmente, assim como trabalhos desenvolvidos de uma em uma hora. “Eu não tenho nenhuma análise que comprometa o sistema. Se tivesse, a gente ia combater, com certeza”, concluiu.

Secretaria Municipal de Saúde

A equipe de reportagem foi até o Posto de Saúde do Barigui.  Os funcionários disseram que ninguém deu entrada na unidade médica com sintomas de diarreia e vômito. O secretário Municipal de Saúde, Odileno Garcia Toledo, confirmou a informação prestada pelos servidores. “Nada de procura no postinho nem no hospital central. Não temos surto, também. Não tem nada específico”, finalizou.