Municípios arrecadam cobertores e agasalhos para famílias em vulnerabilidade social


Por Redação Publicado 18/06/2021 às 21h04 Atualizado 16/02/2024 às 05h32

Junto com o inverno, a carência sempre chega ou aumenta para os mais necessitados. De acordo com um levantamento feito por alunos do Campus Litoral da Universidade Federal do Paraná (UFPR) no ano passado, 12,9% dos moradores do litoral estão inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) e o número de pessoas em situação de vulnerabilidade social tende a crescer na região, durante a pandemia. Isso porque muitas famílias da localidade sobrevivem da renda do turismo, um dos setores mais prejudicados neste momento.

O CadÚnico é um instrumento que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda, permitindo que os governos conheçam melhor a realidade socioeconômica da população.  Em outras palavras, a base de dados mostra que mais de 34,4 mil habitantes do litoral estão na estatística. Desse número, ainda de acordo com o estudo da UFPR Litoral, 87% estão inscritos no Programa Bolsa Família, o que significa que a renda per capita dessas famílias está na faixa de R$ 89,00 a R$178,00 por mês, o que categoriza extrema pobreza e as deixa vulneráveis, principalmente nas baixas temperaturas.

Quem vive com pouco, passa frio. Um exemplo disso, é o parnanguara Claudio Valdomiro de Oliveira, de 42 anos, que trabalha coletando materiais recicláveis para ajudar a família de quatro pessoas. Ele relatou, ao JB Litoral, que precisa da ajuda de entidades e amigos, principalmente na estação mais fria do ano.

“Eu não recebo nenhum auxílio, mas toda ajuda é bem-vinda, principalmente roupas e cobertores, agora no inverno”, contou o coletor de recicláveis. No entanto, a fala de Claudio evidencia que a realidade de quem precisa de ajuda, quando falamos de inverno e de vulnerabilidade social, é maior do que apontam os números.

 Arrecadação de agasalhos

Para tentar amenizar os perigos do frio, os municípios do litoral fazem campanhas de arrecadação e distribuição de roupas e agasalhos, durante os períodos mais rigorosos do inverno. Paranaguá e Guaratuba, as maiores cidades da região, já começaram suas campanhas deste ano.

O Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar), de Paranaguá, iniciou a campanha “Doe um agasalho e aqueça um coração” na quinta-feira (11). Agasalhos, calçados, cobertores e meias, novos ou em bom estado, estão entre as peças que podem ser doadas até o dia 15 de setembro. Os itens arrecadados serão entregues a famílias parnanguaras cadastradas no Provopar, casas de recuperação e asilos.

De acordo com a presidente do Provopar Paranaguá, Morgana Santos Gonçalves, “mais do que nunca, a instituição conta com as doações da população”.

“Sempre nos deparamos com momentos difíceis em nossas vidas, mas em fase de pandemia, muitas coisas se complicaram e isso é muito visível. Muitas famílias estão passando dificuldades, sem condições de comprar o básico, então, é agora que o nosso coração precisa falar mais alto para que possamos ajudar o próximo da forma como pudermos. Toda e qualquer doação de agasalhos e cobertores são bem-vindas. Cada um doando um pouco de si, vamos conseguir ajudar muitas pessoas que precisam”, enfatizou Morgana.

Onde doar?

Em Guaratuba, a Secretaria de Bem Estar e da Promoção Social firmou parcerias com outras instituições do município para incentivar ainda mais pessoas a contribuírem com a campanha de arrecadação de agasalhos e cobertores. As coletas estão acontecendo no sistema drive-thru, desde o primeiro dia deste mês.

Os itens de inverno podem ser entregues até dia 30 de junho, além da Secretaria de Bem Estar e da Promoção Social, nas escolas municipais, no Colégio Monteiro Lobato e também nas secretarias da Educação e da Saúde.

Em Paranaguá, os voluntários podem entregar suas doações nos seguintes pontos de coleta: Hiper Condor, Condor Centro, Bavaresco Palmital, Bavaresco Parque São João, Provopar e na escola municipal Randolfo Arzua.