Não caia em fake news: proteja-se em relação à prevenção da Covid-19


Por Redação JB Litoral Publicado 14/07/2020 Atualizado 15/02/2024
fake news

A propagação do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil deixou a população insegura e com medo de contrair a doença que já infectou quase 2 milhões (1.755.779) de pessoas e matou outras 70 mil em todo o país. Somente no litoral do Paraná, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SESA), até hoje (14), foram registrados 1.775 casos, sendo a maioria em Paranaguá continua com o maior número de casos positivos, somando (1.073). Pontal do Paraná tem (146); Morretes (132); Guaratuba (127); Matinhos (105); Antonina (63) e Guaraqueçaba (6). Com isso, o litoral contabiliza 1.652 pessoas infectadas pela doença desde o começo da pandemia. Até a data, ocorreram, ainda, 27 óbitos na região.

Diante dos números alarmantes e acelerada disseminação da doença, as pessoas têm buscado na internet informações em relação à prevenção e todo o tipo de cuidados para evitar o contágio. Porém, é nesse momento que falsas notícias e informações, conhecidas como fake news, circulam nas redes.

O falso conteúdo, compartilhado nos perfis das redes sociais, gera grandes transtornos para parte da população que acaba sendo convencida pela mentira e repassando as fake news adiante. Inclusive, até mesmo autoridades federais, estaduais e municipais têm sido propagadoras das famosas notícias falsas.

Até o momento, não há vacinas ou medicamentos específicos para a Covid-19. Os tratamentos estão sendo investigados e experimentados por meio de estudos clínicos, enquanto que vacinas já estão sendo testadas.

As principais medidas de prevenção são: lavar as mãos com frequência, higienizar as mãos e superfícies com álcool em gel 70%, e evitar contato próximo com suspeitos da doença. As únicas estratégias que os médicos dispõem buscam prevenir infecções e controlar o avanço e a gravidade da doença, incluindo o uso de oxigênio e ventilação mecânica quando indicados.

O JB Litoral elencou as principais fake news disseminadas a respeito da doença, confira:

A Hidroxicloroquina ou cloroquina é o tratamento mais eficaz disponível contra o coronavírus – Falso

A Organização Mundial da Saúde diz que a cloroquina pode causar efeitos colaterais, como a disfunção grave de órgãos, prolongamento da internação, incapacidade temporária ou permanente e, até mesmo, o óbito, e não tem eficácia comprovada no tratamento da Covid-19.

Não há evidências científicas de que o medicamento funcione, porém, o governo brasileiro fez um protocolo recomendando que ele seja usado no tratamento contra a doença desde o primeiro dia de sintomas.

A Ivermectina previne a infecção pela doença – Falso

A Ivermectina é um antiparasitário, usado há quatro décadas contra infestações por vermes e outros parasitas, como piolhos, e está desaparecendo das prateleiras das farmácias por causa da informação falsa de que a substância previne o contágio pelo coronavírus. O remédio é administrado também por veterinários, para combate de pulgas e carrapatos em animais de estimação.

A realidade é que entre as pesquisas a respeito das possíveis abordagens terapêuticas contra a Covid, chamou a atenção um artigo publicado por pesquisadores do Instituto para a Infecção e a Imunidade Peter Doherty (Austrália), no mês passado. Em estudos laboratoriais preliminares, o medicamento se mostrou eficaz na inibição da replicação do Sars-CoV-2, o coronavírus, no prazo de 24 horas. Embora pareça promissor, o uso desse medicamento ainda precisa ser testado em humanos.

No entanto, municípios do litoral paranaense, como Paranaguá e Pontal do Paraná, e de outras regiões do Brasil, como Itajaí (SC) e Aparecida de Goiânia (GO) estão distribuindo doses do remédio à população.

Chá de abacate com hortelã previne o coronavírus – Falso

As únicas medidas de prevenção confirmadas são aquelas listadas acima (lavar as mãos, evitar contato com pessoas doentes, etc.). Não há nenhuma comprovação, conforme alerta o Ministério da Saúde, de que o chá de abacate com hortelã teria qualquer ação de prevenção à doença.

Uísque e mel contra a Covid-19 Falso

Nem uísque e mel, nem óleos ou chás milagrosos. Vitamina C + zinco também não. Não há, até o momento, nenhum alimento ou medicamento, vacina ou substância, que cure ou combata o novo coronavírus.

Beber água quente ou chá mata o vírus – Falso

O vírus não pode ser combatido com a ingestão de bebidas quentes. Os antibióticos também não são recomendados para prevenção ou tratamento. A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) ressalta também que a vacina da gripe não protege contra o novo coronavírus, apenas contra a influenza.

Além disso, a associação informa que não há evidências científicas que comprovem a eficácia de medidas relatadas nas redes sociais, como lavar o nariz com água e sal, comer alho ou passar óleo de gergelim no corpo.

O vírus não sobrevive em altas temperaturas – Falso

É falso que o coronavírus seja eliminado por temperaturas a partir de 26ºC. No entanto, o clima mais quente dificulta a multiplicação do vírus. Como a maioria das doenças respiratórias, a infecção causada pela Covid-19 se prolifera melhor em climas frios e secos.

Vitamina C pode ajudar a prevenir o coronavírus – Falso

O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, afirma que não há nenhuma evidência que indique que a vitamina C previna ou trate qualquer infecção, muito menos o novo coronavírus.

De acordo com o médico, nenhuma vitamina tem eficácia comprovada na prevenção. Para diminuir as chances de contágio, as melhores práticas são lavar as mãos com frequência, evitar aglomerações e cobrir a boca e o nariz com o antebraço ao tossir ou espirrar.

Outras informações falsas

Beber água de 15 em 15 minutos também não cura ou previne a Covid-19; muito menos beber chá de limão com bicarbonato ou beber muita água e fazer gargarejo com água morna, sal e vinagre. Água fervida com alho também não cura a doença, e alimentos alcalinos não previnem o coronavírus.

Vale lembrar que, até o momento, não há medicamentos, substâncias, vitaminas ou alimentos específicos – e nem mesmo vacinas – que possam fazer a prevenção da nova doença.