No escuro prevaleceu o interesse de grupo!


Por Redação JB Litoral Publicado 25/12/2014 às 17h30 Atualizado 14/02/2024 às 04h44

Mesmo não sendo criada por vereador, deputado estadual, federal, senador, prefeito, governador e presidente, a famosa “Lei de Gerson”, aquela de levar vantagem sempre, ainda é usada em muitas esferas de poder, com a finalidade de defender o interesse pessoal e o de grupos.

Nas Câmaras Municipais de muitas cidades brasileiras, inclusive as do nosso litoral, esta nefasta legislação tem sido combatida com ferramentas simples, porém, com falta de vontade daqueles políticos que desejam manter os vícios antigos. A maior delas, já conta em cidades como Guaratuba, Antonina e a caçula Pontal do Paraná, que é o fim do voto secreto no Poder Legislativo.

Com esta ferramenta, a possibilidade da compra de votos de vereadores em negociações de vetos, cassação e eleição da mesa diretora, ganha um forte obstáculo. Na eleição do sábado, que fez o vereador Jozias Ramos retornar à presidência do Palácio Carijó, a votação ainda foi secreta e foram muitas as reuniões de grupos adversários para definir a estratégia de composição.

Na véspera da escolha, uma reunião com 12 vereadores foi realizada na casa de um deles e resultou na vitória arrasadora pelo placar de 11 contra 4 e contra 1. O vereador Márcio Costa optou por não depositar seu voto na urna e sequer esteve na eleição.

Mas a pergunta que se faz é: por que a necessidade de 12 vereadores reunirem-se em favor de um candidato? Eles não são formadores de opinião e com discernimento suficiente para decidir por si mesmo e de forma individual, a melhor opção para administrar a Casa de Leis? O que está em jogo? O interesse do grupo ou o melhor para a comunidade?

São perguntas que apenas uma votação aberta é capaz de evitar. Muito se falou nas redes sociais em valores que partiram de R$ 50 mil pelo voto na eleição, algo que acho um absurdo e nada crível. Sou da opinião, que todos aqueles se vendem, nunca valem o valor pago.

Também considerei extremamente vil a tentativa frustrada de constrangimento do presidente eleito, com a exposição de sua foto, através do Whatsapp. Uma tática de golpe baixo, que julgava extinta na política de nossa cidade.

É preciso lembrar que Jozias, além de vereador é marido, pai e avô e com esse tipo de atitude não se constrange apenas o político. Espero que o presidente eleito leve o caso à polícia e faça com que a justiça puna no rigor da lei quem fez esta baixaria, o que não será difícil por se tratar de celular que precisa de registro do número.

Mas problemas pessoais a parte, o JB deseja que Jozias e sua mesa diretora invistam em transparência, aprovem o fim do voto secreto e façam uma boa gestão até 2016.