Na última semana de maio, um prédio histórico localizado no centro de Paranaguá, mais precisamente na rua Marechal Deodoro, ao lado da Loja Maxi Mundial, foi demolido do dia para a noite, causando revolta por parte dos moradores nas redes sociais que entenderam o ato como uma agressão à história parnanguara. O local, no início do século passado, foi um cassino, tendo como vizinho o ilustre Dr. Roque Vernalha. Apesar disso, a Prefeitura ressalta que a demolição foi legal, pelo local não estar no setor histórico do município e sim no de proteção do município.
O primeiro a noticiar tal fato foi o fotógrafo Iroze Benck Picanço, que fotografou o local à noite no dia 18, data em que foi demolido. Em sua postagem, a discussão “fervilhou”. O historiador Florindo Wistuba, lamentou nas redes sociais a demolição do local, frisando a importância histórica do local, que já foi uma casa de jogos e shows, afirmando que “Mais um prédio histórico, que se encontrava na área envoltória do tombamento, neste final de semana não conseguiu resistir. Para quem não sabe, o prédio era um hotel cassino, com shows e criou uma grande discórdia com o vizinho, o Dr. Roque Vernalha e que, infelizmente, gerou a morte do Prefeito Dr. Roque Vernalha”, informou o historiador. Ainda segundo Wistuba, “para uma cidade que deseja ter turismo, não é derrubando prédios históricos que um dia vai conseguir”.
Quem comentou o fato também na grande rede foi o proprietário da Loja Giramundo, Márcio Furtado Niwa, que informou que o imóvel seria de propriedade de Mário Abe e teria sido vendido para o proprietário da Loja Planeta Jeans, algo que não foi confirmado oficialmente. Outro que comentou tal fato foi o ex-vice-prefeito de Paranaguá, Fabiano Elias, que afirmou: “Como podem demolir uma fachada dessas, em área protegida?!”, completando ainda que aguardaria uma resposta por parte da Prefeitura quanto ao zoneamento urbano do local.
Não só críticas foram feitas a demolição, outros cidadãos fizeram questão de elogiar tal fato, afirmando que isso é decorrente do progresso, afirmando ainda que o local, estava abandonado, torne-se novamente ativo. O usuário Silvio Renato Pereira de Mello afirmou que na mesma quadra do local haviam outros prédios antigos que também foram demolidos: “Eu morei nesta rua, tinha a casa da família Vernalha, a casa da família do Caetano Munhoz da Rocha, a casa do Dr. Anibal Ribeiro, agora um prédio que estava abandonado há mais de 20 anos que foi demolidos fazem estes comentários? Isso se chama progresso”. No mesmo sentido, a usuária do facebook, Eloise Santos, ressaltou “tinha que demolir mesmo, naquele terreno abandonado o paredão podia cair a qualquer momento em cima de alguém, estava horrível e era habitat de morcegos”. “Acho que este local seria bom se todos os pontos comerciais fossem bares, cafés, restaurantes, um grande centro gastronômico.O turista iria gostar”, completa a usuária Dalgisa Bonaldi.
Prefeitura diz que demolição foi legal
Sobre a questão da demolição do casario da Rua Marechal Deodoro, a Prefeitura informou ao JB, que “por meio da Secretaria Municipal de Planejamento informou que os técnicos, baseados na Lei Complementar 62/2007 que institui o Zoneamento de uso e ocupação do solo do Município de Paranaguá, na seção II, artigo 113, inciso 1º diz que é considerado unidade de interesse de preservação todo imóvel no setor histórico e área envoltória”.
Sobre a questao do imóvel ser pertencente ao centro histórico, que foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN), a assessoria responde que, de acordo com a Lei exposta anteriormente, “o imóvel em questão está no setor de proteção, e não no setor histórico. Além disso, todo o processo relacionado ao imóvel em questão ocorreu conforme os procedimentos requeridos pela Prefeitura de Paranaguá, passando pela análise e verificação necessárias”, finaliza.