Com rachaduras e remendos, Bento Rocha será recuperada com R$ 14,6 milhões


Por Redação JB Litoral

  Inaugurada em 2005, a obra milionária tinha como promessa de durabilidade entre 20 a 30 anos. Porém, em menos de quatro anos a via já apresentava rachaduras, colocando em risco a segurança dos motoristas e da população.
  Rachaduras imensas, remendos por toda sua extensão, falta de sinalização, mato e sujeira na ciclovia e em suas margens. Esse é o retrato da precariedade da Avenida Bento Rocha, importante via de acesso ao Porto Dom Pedro II. Construída em 2004/2005, a obra de concreto custou mais R$ 15 milhões e a promessa de durabilidade era entre 20 a 30 anos. Porém, em menos de quatro anos já apresentava problemas e insegurança. A APPA abriu nova licitação para recuperação do pavimento de concreto, num valor de R$ 14.667,51milhões.
  A utilização das vias urbanas, que interligam a rodovia – sob concessão federal – e o Porto de Paranaguá, é prejudicada devido à intensa movimentação de caminhões carregados, causando transtornos aos moradores, aos próprios caminhões e aos operadores portuários. O grande volume de caminhões, que segundo a APPA chega a dois mil por dia – em períodos de pico de safra – além da passagem de veículos pequenos e a falta de manutenção e melhorias faz com que a Avenida Bento Rocha apresente sérios problemas, colocando em risco os motoristas e a população. A reportagem do JB percorreu o trecho e registrou alguns desses problemas. Às margens da avenida é possível encontrar moradias, comércios e duas escolas municipais: Randolfo Arzua, na Vila Portuária, e Presidente Costa e Silva, no bairro Rocio. Ao longo da via, as placas de concreto estão soltas, algumas cedidas, o que obriga os motoristas a trafegar em “ziguezague” e até mesmo invadir a pista contrária. Além disso, em vários trechos é possível ver o desnível do concreto, consequência dos remendos deixados no local. A obra do Governo do Estado e da APPA na época custou aos cofres públicos o valor de R$ 15.937 milhões, num trecho de 25 quilômetros. O desgaste prematuro da obra causou espanto na ocasião e também tornou a avenida perigosa até os dias atuais.

 Nova licitação

  A APPA e o Departamento de Estradas e Rodagem (DER) assinaram convênio de colaboração para realização das obras de recuperação da avenida no ano passado. De acordo com o projeto executivo, a pavimentação do acesso contempla um trecho de 2.898,34 metros de extensão, do final da ponte do Rio Emboguaçu até a Avenida Portuária. O projeto prevê o serviço principal de recuperação das placas de concreto, através de demolição, remoção de pavimento e substituição das placas, desta vez com placas armadas. 40% das placas têm que ser completamente removidas e reconstruídas, além da readequação do sistema de drenagem e da ciclovia da via. Com o convênio, o DER realizará o projeto executivo da obra e a Appa irá financiar a execução. Ambos fiscalizarão a obra, que tem prazo de 180 dias para ser realizada.
Drenagem
  De acordo com o projeto, uma das principais causas da ruptura precoce dos pavimentos foi a acumulação superficial e a penetração de água para as camadas subjacentes. A água infiltrada pelas juntas do pavimento e acostamento causa a saturação e degradação da base do pavimento existente, bombeando e carreando o material fino da base, gerando vazios sob as placas que ocasionam trincas e quebras nas placas de concreto. Desta forma, além da recomposição das camadas comprometidas e vedação das juntas, é fundamental conduzir a água infiltrada ou subterrânea para as galerias de água pluvial e bueiros de passagem. Para essa situação, a primeira medida a ser executada pela empresa vencedora da licitação será a limpeza e desobstrução dos bueiros, caixas e saídas existentes, que não serão substituídos ou inutilizados. “Com o intuito de evitar a permanência de água sobre a pista, os segmentos de galeria com velocidades de escoamento muito baixas, com áreas de contribuição altas ou que não suportavam a vaza existente, verificamos o dimensionamento e indicamos a troca do bueiro executado por outro de maior diâmetro e novos emissários para deságues em locais mais indicados. Nestes pontos também os poços d’ visita e caixas de ligação devem ser substituídos por caixas de dimensões compatíveis. Diâmetros maiores são indicados também para os emissários que sofrem influência da maré. Essa galeria tem reserva para acumular água em períodos de maré cheia, onde o escoamento é prejudicado”, explica o edital de licitação da APPA.
Ciclovias
  A ciclovia existente não se encontra em condições adequadas para garantir a segurança e conforto aos ciclistas e eventuais pedestres. Para mudar esse quadro, o projeto prevê a reconstrução da estrutura com reforço da base nas entradas de veículos. A reconstrução da ciclovia deverá conter camada base de brita graduada simples, com 15 cm de espessura na ciclovia e 30 cm de espessura nas entradas de veículos.

 

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