GEPATRIA assume inquérito aberto contra Canduca e a irmã do Prefeito Zé Paulo


Por Redação JB Litoral

Dr. Leonardo do GEPATRIA assumiu investigação do inquérito civil

Denúncia que se arrasta na 1ª Promotoria de Justiça do Ministério Público do Paraná (MPPR) desde 2013, sobre a compra superfaturada de medicamentos feita pela Prefeitura de Antonina, na gestão do Prefeito Carlos Augusto Machado (Canduca) e da Secretária de Saúde, Maria Fernanda Vieira Azim, a partir de janeiro deste ano passou para a responsabilidade do Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (GEPATRIA).

Apesar de um, dos muitos secretários de Saúde da gestão passada, Manoel Medeiros Machado, trazer à tona a irregularidade em abril de 2013, durante sessão na Câmara Municipal, após o servidor estadual Nelson Edison de Moura Rosa, responsável pelo setor de compras na época, descobrir a grave irregularidade e expor em uma polêmica entrevista na cidade, o MPPR fez novos questionamentos aos envolvidos em janeiro deste ano.

Nelson Rosa descobriu e denunciou o superfaturamento na imprensa

Após a repercussão da denúncia, que ocorreu na gestão na qual o atual Prefeito José Paulo Vieira Azim (PSB), o Zé Paulo, geriu a saúde até passar o cargo para a sua irmã, o morador Roberto Carlos Posio passou a acompanhar o caso no MPPR onde tomou conhecimento de que o Núcleo de Apoio Técnico Especializado (NATE) do Ministério Público constatou a existência de superfaturamento na compra dos remédios no Pregão 23/2012.

O atual prefeito Zé Paulo, foi secretário de Saúde na gestão Canduca até sua irmã o suceder

Na época, um dia após ter denunciado as irregularidades da sua pasta na sessão, o Secretário Manoel Machado foi exonerado pelo Prefeito João Ubirajara Lopes (PSC), o João Domero.

Em 2014, o JB Litoral ouviu o Ex-secretário Manoel Machado que reforçou a denúncia das irregularidades, onde houve remédio com até 300% acima do preço. Além do MPPR, ele levou o caso ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCEPR).

Após denunciar a irregularidade na Câmara, Secretário de Saúde Manoel foi exonerado pelo prefeito. No ano seguinte, levou o caso ao JB Litoral

Relatório mostrou ágio e superfaturamento

Passados cinco anos de o problema vir à tona e sem nenhuma ação efetiva para ressarcimento, Posio procurou o JB Litoral para atualizar a situação e questionar porque não houve a penalização de todos os envolvidos. Ele recorda que, no relatório feito por Nelson Rosa enviado para a Secretaria de Finanças pedindo a anulação do processo licitatório, constatou-se compras de medicamentos com ágio nos preços que chegou até 429%. Foi o caso do sulfato de magnésio 50% amp, onde no mercado a unidade custava R$ 0,57, a Tríade Farmacêutica Ltda ofereceu a R$ 2,48.

O NATE do MPPR comprovou existência de superfaturamento no Pregão 23/2012

O morador lembra ainda que o relatório mostrou que a empresa Tríade apresentou preço de R$ 90,00 por atadura gessada 20 cm, porém, foi possível encontrar atadura de crepom 10 cm por R$ 26,35, um ágio de 341,5%; a caixa com 100 unidades de agulha descartável 25×7 foi oferecido por R$ 738,00 pela Tríade, no mercado foi encontrado o mesmo produto e quantidade por R$ 315,00. Ou seja, uma diferença de 234,30%. Também foi encontrada uma grande diferença no preço da atadura de crepom 10 cm, onde na licitação o preço por 180 dúzias foi ofertado pela Tríade por R$ 2.862,00 e foi encontrado no mercado o mesmo produto e quantidade por R$ 1.076,40, um ágio de 266%.Todos os produtos e valores faziam parte do Lote 4. Estes materiais e todos os lotes do Pregão atenderiam para o consumo dos laboratórios de análises clínicas, odontologia, fisioterapia, farmácia e sala de Raios-X e também para abastecer a Rede Saúde do Fundo Municipal de Saúde do município.

CEI nem chegou a ser instaurada

Após a denúncia, Posio lembra que, dia 14 de maio de 2013, o Vereador Ademir Rodrigues, o Barroca, protocolou na Secretária da Câmara Municipal pedido de instalação de Comissão Especial de Inquérito (CEI) a respeito dos medicamentos acima da tabela, com as assinaturas dos Vereadores Jackson Clayton de Paula e Silva, Givanildo Soares Cabral e Roberto Fernandes, conforme exige o Regimento Interno. Porém, a CEI sequer foi instaurada naquele dia e, 11 dias após, o então Presidente da Câmara, Marcio Hais de Natal Balera, publicou decreto deixando de instalar a CEI, pela falta do número legal de vereadores para apoiar o pedido, isto porque um dos vereadores teria retirado sua assinatura. Nesta semana, a reportagem irá procurar o Prefeito Zé Paulo e o atual Secretário de Saúde, Odileno Garcia Toledo, para saber a posição da prefeitura sobre este inquérito civil.

Câmara anunciou e não instaurou CEI sobre compra dos remédios superfaturados

 

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