Uma área de 409.998,58 m2, localizada na região do Cidrão, na Ilha dos Valadares, determinada como parque municipal, vem sendo invadida por “grileiros” para fins de especulação imobiliária, causando o desmatamento da única reserva de mata nativa.
A localização privilegiada do parque vem despertando interesse de pessoas pelo local, uma vez que ela se situa entre os rios dos Correias e Itiberê, com um panorama ímpar, composto por espécies de plantas em extinção, como o araçaeiro, canelinha e a camarinha, além de pequenos animais e aves.
Segundo informações da Associação de Moradores, o parque foi criado pelo decreto n.º 3.768, na gestão do Prefeito Edison de Oliveira Kersten, como forma de preservar a área e garantir a legalização fundiária da Ilha dos Valadares, cuja lei exige aproximadamente 30% de área verde.
Segundo o decreto, “a área ora declarada de utilidade pública será utilizada exclusivamente para implantação de Unidade de Conservação, não sendo permitido qualquer outro uso”.
Conforme o que a reportagem do JB Litoral apurou, existem muitas moradias de forma irregular dentro do parque, inclusive grandes áreas cercadas que, segundo alguns moradores, pertencem a vereadores, ex-vereadores e funcionários da Secretaria da Ilha dos Valadares.
A Presidente da Associação de Moradores da Ilha dos Valadares (AMIV), Miriam Mathias, contou que a preocupação é com o futuro dos habitantes, que se não se preservar esta área, toda a ilha irá sofrer. “O parque é uma das partes mais bonitas da Ilha dos Valadares e necessita que cuidemos dele para a nossa qualidade de vida”, disse a presidente.
Ela adiantou que tem vários projetos para a exploração do turismo naquela região, como a implantação de um trenzinho colorido e trilhas orientadas para caminhadas. Mirian disse que luta junto às autoridades municipais para que haja mais preocupação com a coleta de lixo e esgotamento sanitário. Ela quer que os responsáveis pelo município voltem suas atenções para a questão fundiária, pois os ocupantes das terras da ilha não possuem documentos que provem que eles são donos das áreas que ocupam.
A presidente informou que já acionou o Ministério Público do Paraná (MPPR) com relação à invasão do parque, que a causa está sendo acompanhada e que a lei deverá ser cumprida, beneficiando os ocupantes antes de 2014 e, após este ano, as pessoas deverão deixar a área, sob pena de serem obrigadas a sair por força policial.