Por Marinna Protasiewytch
Com uma carreira inteira voltada à logística e comércio exterior, envolvendo anos de cargos administrativos dos portos de Paranaguá e Antonina, Juarez Moraes e Silva é um velho conhecido da população litorânea. Afinal, foram seis anos na Secretaria de Administração e Planejamento do governo do estado do Paraná, 16 anos na iniciativa privada no âmbito do comércio exterior, três anos como diretor do Porto de Paranaguá, quatro como presidente do terminal portuário Ponta do Felix em Antonina e, por fim, 13 anos como diretor superintendente do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP).
Mas, no mês de dezembro, o nome de Juarez se envolveu com uma área, que até então, não fazia parte da sua história publicamente: a do futebol. Convidado pelo amigo de longa data, Renato Follador Junior, para integrar a chapa Coritiba Ideal, o gestor de portos aceitou o desafio de se tornar o primeiro vice-presidente do clube. Obtendo a vitória nas urnas com 75,77% dos votos, Juarez e toda a chapa iniciaram o processo de gestão do clube Alviverde da capital paranaense.
Discreto, mas competente
Apesar de não gostar de aparecer na mídia, Juarez Moraes e Silva tem seu nome marcado em diversas publicações que envolvem prêmios de boa gestão e quebras de marcas no litoral. Em entrevista exclusiva ao JB Litoral e a primeira após assumir o cargo no Coritiba, ele contou como as suas habilidades no meio corporativo podem colaborar com o mundo do futebol.
“Me dediquei muito durante toda a minha vida para a minha carreira. Fiz uma imersão de anos em Antonina, então eu tenho uma entrega plena. Se não fizer algo com esse sentimento, não sou eu. Consegui muitos feitos, levando cargas pela via férrea novamente, com aço vindo da Gerdal e quebrando várias barreiras que identificamos na área portuária da época. Eu acredito que, sem falsa modéstia, durante todos os anos que atuei no porto, devo ter sido uma das pessoas mais destacadas do setor”, contou Juarez.
Governança, compliance, processos e meritocracia, essas são algumas das vertentes que ele, em conjunto com o grupo gestor, vão priorizar no Coxa.
“A gente vai fazer do Coritiba uma empresa modelo, uma referência internacional em gestão. Isso dá para fazer em um ano”, afirmou.
Juarez Moraes e Silva, vice-presidente do Coritiba.
Envolvimento com o Coritiba
Da história com os portos para o futebol, ele conta que o motivador de tudo isso teve origem em uma figura ímpar em sua vida, o senhor Alfredo de Moraes e Silva filho, meia atacante do Verdão e seu pai.
“Tenho ainda três ídolos na minha vida, um deles é meu pai. Quando eu tinha 4 anos ele me levou ao Couto Pereira e desde então se tornou uma paixão e um envolvimento emocional muito forte. Em 2013, eu perdi meu pai, e uma das fotos que ele me deixou foi com uma camisa do Coritiba sendo campeão. Com isso, eu nunca deixei de acompanhar a equipe em todos os jogos”, explicou o gestor.
“Eu não previa que quando eu saísse da TCP entraria para o meio do futebol. Eu planejei a saída para continuar dando consultoria na área de infraestrutura portuária e logística. Mas, durante a pandemia, tudo mudou e surgiu uma frustração muito grande por conta da ‘não gestão’ que o Coritiba teve no último triênio. Levando um clube campeão brasileiro para uma quase falência”, pontuou Juarez que aceitou o convite de Renato Follador para integrar o G5.
Rio Branco Sport Club
Apesar de estar fora da cidade, Juarez Moraes e Silva carrega uma gratidão e um carinho por Paranaguá. Por isso, mesmo assumindo um cargo dentro do Coritiba, ainda pensa em como é possível ajudar o Leão da Estradinha. “Estive conversando com membros da diretoria do Rio Branco, junto com o nosso executivo de futebol, José Carlos Bruno, estamos abertos para emprestar jogadores em condições especiais”, explicou o 1º vice-presidente do Coritiba.
“Acho que o Leão merece esta preferência, sei que o prefeito Marcelo Roque (do Podemos) também tem feito um trabalho de resgate do clube na cidade. Mesmo estando no Coritiba, eu nunca deixei de pensar no que a gente pode fazer pelo nosso time da Estradinha e, mesmo sem muito planejamento, podemos conseguir alguma coisa boa para este ano já e também o que é possível fazer no ano que vem. Inclusive podendo estabelecer uma coirmandade entre Coritiba e Rio Branco de Paranaguá”, ressaltou.