Sem asfalto até a Ponta do Félix, Megapav não conclui obra paga pela Transpetro


Por Redação JB Litoral

Avenida Engenheiro Luiz Henrique de Leão Fonseca continua sem asfalto

Sem nenhuma explicação do Prefeito João Ubirajara Lopes (PSC), o João Domero, o qual encerrou quatro anos de gestão, a Construtora Megapav não concluiu a obra de adequação estrutural e a correta pavimentação das vias de acesso ao Porto Barão de Teffé e Terminal Privativo da Ponta do Felix em Antonina.

Alvo de uma Comissão Especial de Investigação (CEI) da Câmara de Vereadores da gestão anterior e que não resultou em nenhuma providência, a obra não foi realizada em consonância com o cronograma estabelecido no convênio assinado entre a prefeitura e a estatal Transpetro e parou diante da sede do Porto Público Barão de Teffé.

Em agosto de 2013, por meio da Lei Federal nº 12.527/2011, o JB conseguiu, junto a Transpetro, o Plano de Trabalho da obra. Este documento é um resumo das obrigações da Construtora Megapav e a sequência dos repasses financeiros feitos, desde o acordo firmando no dia 26 de junho de 2007 até a sua renovação em outubro de 2011.

De acordo com o cronograma, a obra foi divida em quatro metas e, a última delas, a Meta 4, previa o repasse final, orçado em R$ 944.236,57 na época.

A construtora precisava fazer, então, a recuperação da Avenida Engenheiro Luiz Henrique de Leão Fonseca, a qual tem início na Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e finaliza diante do Terminal Privativo do Ponta do Fêlix (TPPF).  Entretanto, após chegar até a sede do Barão de Teffé, a Megapav não prosseguiu a obra e sequer concluiu obrigações nas metas 1, 2 e 3. Até hoje ações como sinalizações normativas de trânsito, tachões, faixas, passeios para pedestres em lajotas pré-fabricadas, revestimento e bloquetes sextavados, que constam no Plano de Trabalho, não foram feitos 100% pela construtora.

CEI terminou em “pizza”

Criada em 2013 após a participação do Empresário João de Castro Junior, proprietário da Megapav, na Câmara de Vereadores, o trabalho da Comissão Especial de Inquérito (CEI) a qual investigou a obra, não resultou em nenhuma providência que fizesse a Megapav cumprir o cronograma estabelecido ou mesmo que o prefeito fiscalizasse a execução do trabalho da construtora.

Composta pelos Vereadores Odileno Garcia Toledo (PSD), José Dutra da Silveira (PR), César Luis Cordeiro, Jackson Clayton de Paula Silva (DEM), o “Galo Cego”, e Marigel Alves Machado (PSC), a CEI começou com problemas, mudando o horário das reuniões, o que inviabilizou a participação da então Vereadora Marigel na investigação das supostas irregularidades. Chegou ao ponto de em uma das reuniões participar apenas o Presidente da CEI, Vereador César Cordeiro (PRTB) e o Departamento Jurídico da Câmara. Logo após, a vereadora pediu seu desligamento, o mesmo ocorrendo com o Vereador Odileno e as vagas acabaram não preenchidas.  Mesmo com o presidente admitindo a existência de muitas irregularidades.

Histórico de valores

Vale destacar que o convênio firmado se deu com um valor total de R$ 7,2 milhões para que a obra fosse entregue no prazo de 470 dias.  Um mês após o convênio foi liberada uma parcela R$ 1.191.022,75, porém, como não houve a utilização de todo este valor, a prefeitura efetuou a devolução à Transpetro de R$ 1.147.698,84, corrigidos monetariamente, pela sua não aplicação. Isto mostrou que foram usados apenas R$ 43.323,90 na obra.

Porém, no dia 19 de outubro de 2011 foi assinado um segundo convênio com a Transpetro no valor de R$ 6.943.695,25, resultado do valor inicial, menos exatos R$ 256.304,00, utilizados no primeiro convênio. Entretanto, o mesmo documento informa que foi usado R$ 43.323,90 do primeiro repasse, o que apresenta uma diferença de R$ 212.980,10 que não é explicada no documento enviado. Segundo o cronograma de pagamento, informado no documento, a Transpetro havia repassado para a Megapav R$ 5.055.222, até 12 de dezembro de 2012 e mais R$ 944.236,56 até 2013, totalizando R$ 5.999.458,68.

Prefeitura não responde

A reportagem procurou a atual gestão para saber a situação da obra e os valores pagos para a construtora e enviou à Secretaria de Comunicação, quatro questionamentos. Foram eles: Qual é o projeto da obra que foi aprovado pela prefeitura? Todas as quatro metas da obra foram concluídas na sua totalidade? Qual o total do valor da obra já recebida pela Megapav que foi devidamente autorizada pela prefeitura? Quantos aditivos e quais valores foram firmados com a construtora com anuência da prefeitura? Entretanto, até o fechamento desta edição, a Secretaria de Comunicação não respondeu aos questionamentos, alegando que “não houve tempo hábil para localizar o material solicitado, mas que a Administração Municipal irá exigir a informação requisitada”. “A atual gestão tem absoluto compromisso com a transparência”, fechou a nota da prefeitura. Por essa razão, o JB protocolou pedido destas informações na prefeitura, através da Lei Federal 12.527/2011.

 

 

 

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