Moradora ilhada pelo esgoto na própria casa. Foto: JB
Garantido pela Constituição Federal como um direito básico ao cidadão, o acesso ao saneamento básico ainda não é uma realidade concreta em algumas ruas, becos e vielas dos Bairros Vila Guarani e Beira Rio em Paranaguá.
Atendendo ao pedido dos moradores, a reportagem do JB esteve na quinta-feira (21) no acesso Maria Gouveia, entre os dois bairros, onde diversas famílias sofrem com problemas de esgoto a céu aberto e manilhas entupidas.
“Conviver diariamente com o esgoto a céu aberto em vários trechos dessa região é revoltante. Faz com que a gente se sinta sem dignidade. Quando o tempo está seco, o cheiro é insuportável. Quando chove, não conseguimos sair de nossas casas. A água não escoa e alaga o acesso. O esgoto emerge e somos obrigados a pisar em fezes, o que pode tornar-se vetor de várias doenças”, disparou.
Para a moradora Marilene de Jesus, o desconhecimento por parte do Poder Público acerca da situação não pode ser utilizado como argumento, já que até o Ex-secretário de Obras, Juliano Elias, esteve vistoriando o local.
“Desde que o problema se acentuou, diversos vereadores estiveram aqui. Até mesmo o prefeito, a pedido dos moradores, veio e verificou nossa situação. Ele afirmou que daria atenção a este caso, mas, até agora, passados sete meses da visita, nada foi feito”, lamentou.
Opinião de consenso entre todos os residentes no acesso é a de que um trabalho de desobstrução solucionaria de forma paliativa ao problema. A longo prazo, contudo, a colocação de novas manilhas poderia pôr fim ao impasse. Para Irene de Lurdes, que mora há vários anos no mesmo local, independentemente da estratégia adotada pela prefeitura, o ideal seria iniciar, efetivamente, uma ação no local.
“Falaram que quem deveria mexer nas tubulações seria a CAB Águas de Paranaguá. Outra hora alegam que em alguns espaços do acesso não há como colocar manilhas. Sem contar que quando uma autoridade vem aqui, um discurso é lançado e nós ficamos esperançosos. Porém, nada é feito. Estamos fartos de palavras. Queremos soluções de verdade”, defende.
Nesta semana, o JB irá procurar a Secretaria Municipal de Obras Públicas (SEMOP), para saber quais medidas poderão ser adotadas pela pasta para tentar solucionar o problema.