“Prepara que o batido vai soar longe”, assim é a chamada para a 13ª Festa Nacional do Fandango Caiçara na internet. A abertura oficial é nesta sexta-feira (26), às 12h30, com festejos que se estendem até domingo (28), porém, atividades já estão sendo realizadas desde terça (23) na Praça Cyro Abalem, na Ilha dos Valadares.
O evento realizado no formato de mutirão, isto é, por voluntários, traz atrações variadas, comidas e bebidas típicas do litoral paranaense e conta com a presença de grupos de fandango de diversos estados. Como destaca a produtora, Mariana Zanette, “esta é a maior e mais antiga Festa do Fandango Caiçara no Brasil. A comunidade é muito participativa”.
Além dos tradicionais bailes de fandango, a festa une, em um só evento, pessoas, sabores, cores e sons da cultura caiçara, além de exaltar e reafirmar as construções, lutas e debates característicos deste povo sobre seus territórios tradicionais e seus direitos. Vale lembrar que caiçaras são a mistura de povos indígenas já extintos, europeus e negros, que no Brasil colonial foram praticamente isolados no estreito território entre mar e serra se estendendo pelo sul do Paraná até a região mais ao centro, no Rio de Janeiro.
Segundo organizadores da festa, as edições anteriores receberam cerca de 3 mil pessoas diariamente. “Mas a expectativa é boa por conta da volta das atividades presenciais pós-pandemia. Neste ano também teremos o lançamento da Feira da Ilha dos Paladares que servirá comida e bebidas típicas”, conta o mestre Aorelio Domingues.
Para o mestre Domingues, o que mais chama atenção na Festa do Fandango “é o próprio público, a própria comunidade é a atração, as mesmas pessoas que estão por ali dançando são as que depois estarão no palco tocando, as comunidades são o espetáculo e isso é o mais interessante. Falo comunidades pois teremos grupos de todo território caiçara, desde Paraty (RJ), até a Itapoá (SC), então todo este público trás suas histórias, suas músicas, suas receitas”, explica.
Na Feira da Ilha dos Paladares, o público pode experimentar as delícias da gastronomia caiçara, como o tradicional barreado, arroz lambe-lambe, pirão de peixe, bolinho de camarão; e bebidas já consagradas da Festa do Fandango Caiçara: Mãe Ca Filha, Cataia e Consertada. Haverá ainda uma feira de artesanato caiçara e venda de produtos agrícolas.
Katlyn Eliege, supervisora de projetos ambientais da TCP, que está apoiando a realização do evento, destaca que “o principal objetivo da TCP é colaborar para propagação da cultura do Fandango Caiçara, e assim salvaguardar este bem imaterial que é tão importante para o litoral paranaense. Além disso, a festa movimenta o comércio local, o que é muito importante para a geração de renda da comunidade”.
O que mais você irá encontrar na Festa do Fandango Caiçara
- Uma exposição fotográfica de Ivan Ivanovick, sobre festas caiçaras no Paraná, estará disponível aos visitantes a partir do dia 26
- Oficinas de técnicas musicais e das danças do fandango, o famoso “batido” dos tamancos de madeira e coreografias, que já estão acontecendo desde terça-feira (23)
- Grupos de fandango
- Haverá ainda mesas de debate sobre os desafios da salvaguarda do fandango caiçara e sobre educação popular e saberes tradicionais.
- Também será realizado um bingo.
O evento é uma idealização e produção da Associação de Cultura Popular Mandicuera, com a realização da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Paranaguá, e apoio da TCP, Klabin, Cattalini, Redebras e MST.