Paranaguá e Paraná figuram em ranking de mais homicídios de LGBT no Brasil


Por Redação JB Litoral

Moranguinho foi assassinada em janeiro no Parque Agari (Foto: Agora Litoral)

Paranaguá figura com destaque em um ranking negativo: o de municípios que assassinaram pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) no Paraná. O estado já conta com 20 homicídios em 2017, batendo o recorde de assassinatos que era de 2012, quando houveram 18 mortes. O levantamento é do Grupo Gay da Bahia (GGB), que realiza há anos estudos aprofundados em torno da homofobia, violência e homicídios contra estas pessoas em todo o Brasil. O Paraná é o quinto colocado entre os estados que mais matam no país.

Segundo o GGB, o número de assassinatos de gays pode ser ainda maior, visto que alguns casos não são denunciados, sendo registrados como homicídios comuns, por familiares terem vergonha em admitir que membros morreram decorrentes da LGBTfobia. Segundo Márcio Marins, Presidente da Associação Paranaense da Parada da Diversidade (APPAD), o número de mortes é ainda mais alto do que o divulgado.

“Há travestis e transexuais que estão fora de suas cidades, são sepultadas como indigentes”, destacando também a necessidade de criminalização da homofobia.

Levando em conta os dados de 2016, o GGB afirma que um LGBT é morto a cada 25 horas no país, sendo que 17% de todos os homicídios registrados no ano passado estão sob investigação com identificação dos suspeitos, onde apenas 10% deles foram processados ou punidos. Segundo o grupo, os assassinos muitas vezes são os próprios pais, amantes, amigos, clientes ou conhecidos. Outro empecilho para a definição de estatísticas é que, no Brasil, a homofobia não é criminalizada, o que dificulta a oficialização das denúncias de homofobia. No ano de 2016 aconteceram, ao todo, 343 homicídios.

Caso de Paranaguá

No Paraná, 20 assassinatos de LGBT´s foram destacados pelos requintes de crueldade e violência do crime, com carbonização, espancamento e tortura, demonstrando ódio. Um dos casos foi em Paranaguá, onde a travesti conhecida como “Moranguinho”, com o nome Derek, estava em um ponto de ônibus no Parque Agari e foi surpreendida, morta por tiros a queima roupa. Segundo o Grupo Gay baiano, as leis de proteção LGBT andam a passos lentos, onde a Sugestão (SUG) nº5 de 2016 propõe a criminalização da discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, equiparando tais atos ao crime de racismo. “A ideia recebeu mais de 78 mil apoios no site do senado. Apesar da ampla reivindicação, o projeto ainda não foi discutido, uma vez que a forte pressão da Bancada Evangélica impede o debate”, informa a Revista Lado A, especializada na comunicação destinada ao público LGBT.


*Com informações da Lado A Comunicação.

 


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