Um atentado a tiros em frente ao Comitê Popular de Lutas do Partido dos Trabalhadores (PT), em Pontal do Paraná, foi registrado na noite de terça-feira (1). O caso, que está sendo visto como violência política pelos petistas do Litoral, está sendo investigado pela Polícia Civil.
De acordo com o coordenador de campanha do PT em Pontal, Santino Moreira dos Santos, era por volta das 23h quando, aproximadamente, 10 disparos de arma de fogo foram ouvidos em frente ao imóvel que abriga o comitê, na PR-412, balneário Santa Terezinha. Ele explica que a proprietária da residência ligou para a Polícia Militar (PM), mas que foi informada que a corporação não atenderia a ocorrência.
“A PM questionou se tinha feridos e se ela havia pegado as cápsulas das balas. Como não havia feridos e ela pegou as cápsulas, os militares informaram que não poderiam fazer nada, porque as provas haviam sido corrompidas e porque não tinha ninguém ferido”, disse.
Ao JB Litoral, a comunicação do 9º Batalhão da Polícia Militar afirmou que não houve registro de ocorrência e, desta forma, os militares não foram acionados para atendimento. No entanto, um Boletim de Ocorrência (B.O) registrado no início da tarde desta quarta-feira (2) foi apresentado por Santino.
B.O realizado pela PC
No documento, assinado pela delegada de Polícia Civil Maria Nysa Moreira Nanni, é informado que a proprietária do local comercial e que reside ao lado ouviu vários disparos de arma às 23h. “Após o fim dos disparos, ela verificou que havia cápsulas de projéteis em frente ao local do comitê, que estava fechado no momento do atentado. Sem saber o que fazer, recolheu o que visualizou e chamou atendimento da Polícia Militar. Houve recusa na presença da Polícia Militar porque a senhora informou que havia recolhido as cápsulas”, informa parte do B.O.
De acordo com a delegada, até o momento, nenhuma imagem que possa indicar o responsável pelo atentado foi obtida. Contudo, há sinais de disparos no local.
Santino comenta que os tiros disparados foram para cima, não havendo marcas nos muros, por exemplo. Entretanto, ele afirma que as gravações de câmaras de segurança da região foram solicitadas tanto pela secretaria municipal de Segurança Pública, quanto pela delegada Maria Nysa.
“Acreditamos que tenha sido um atentado político, movido pelo ódio ao PT que estamos vendo nas ruas de todo o Brasil e, também, do Litoral. São bolsonaristas extremistas que, inconformados com os resultados das urnas, tentam intimidar aqueles que não pensam como eles e tomar o poder à força. Não aceitaremos e pedimos investigação policial para que os responsáveis sejam encontrados e punidos”, comentou o presidente do PT de Pontal do Paraná, Faedes Aparecido Faccioli.
PM diz que não foi procurada
De acordo com a comunicação social do 9º BPM, por mais que um B.O tenha sido registrado, o documento não comprova que a situação, de fato, aconteceu. A corporação ainda ressalta que, neste caso, a Polícia Militar não foi acionada via 190 e que nenhuma pessoa procurou o quartel da PM pessoalmente em Praia de Leste para denunciar a situação.
“O processo de atendimento via 190 é cadastrado em sistema, a Polícia Militar é obrigada a atender e existem mecanismos de fiscalização. Neste caso em específico, não houve a ligação para denunciar a situação e ninguém procurou a Polícia Militar. Salientando que a PMPR está 24h pronta a atender a qualquer cidadão que dela necessitar de seu serviço“, afirmou.