Nova Ferroeste irá dar novo fôlego ao setor produtivo de grãos


Por Publicado 25/03/2022 às 13h28 Atualizado 17/02/2024 às 04h46

O setor produtivo de grãos, que conta com a soja, milho e trigo, pode ganhar novo fôlego com a execução do projeto da Nova Ferroeste. Essa é a aposta da diretoria da Associação das Empresas Cerealistas do Paraná (ACEPAR), que esteve reunida quinta-feira (24) com parte da equipe do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário. O presidente da entidade, Alberto Araújo, entregou ao coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes, uma carta de apoio ao projeto. 

A Nova Ferroeste é um projeto do Governo do Paraná que vai ligar o Porto de Paranaguá a Maracaju, no Mato Grosso do Sul, por trilhos. Ao todo serão 1.304 quilômetros, que vão cortar o Oeste do Paraná, celeiro da produção de grãos. Um ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu vai permitir a captação de carga do Paraguai e da Argentina. Outra ligação de Cascavel com Chapecó, em Santa Catarina, está em fase de estudos.

Os cerealistas representam quase 35% da produção do agronegócio paranaense. Um dos eixos do projeto sempre foi observar essa dinâmica do setor produtivo, razão pela qual o empreendimento é uma aposta entre os empresários”, disse Fagundes. “Com a redução do custo logístico, as empresas vão poder fazer novos investimentos, isso também vai impactar o preço final dos produtos nas gôndolas”. 

Cada ano colhemos um volume maior e mais rápido de grãos, então precisamos de estruturas como as ferrovias, que são muito mais eficientes para escoar todo esse volume”, destacou o presidente da ACEPAR.

A  entidade nasceu em 2003 e hoje congrega 27 empresas cerealistas do Paraná. Juntas, possuem 200 unidades de recebimento e estocagem de grãos, boa parte localizada próximo ao traçado da nova ferrovia. Países da Ásia e Europa são o principal destino da colheita paranaense. Só no ano passado a exportação representou 70% da movimentação entre os associados. “Com essa estrutura vamos poder programar melhor a exportação e a cadeia ganha como um todo”, reforçou Araújo. 

Ele destacou que os associados comercializam em média 34% da safra de soja, milho e trigo colhida no Paraná. O principal atrativo do modal ferroviário frente ao rodoviário é o baixo custo. O Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) indicou que o valor do frete da Nova Ferroeste será quase 30% mais barato em comparação com o transporte rodoviário. Outro benefício será a eficiência. Hoje uma carga de Cascavel leva cinco dias para chegar a Paranaguá. A previsão é de que esse trecho seja percorrido em 20 horas na estrada de ferro.