“O Paraná precisa de renovação política”, diz Aline Sleutjs, pré-candidata ao Senado


Por Luiza Rampelotti Publicado 28/07/2022 às 14h54 Atualizado 17/02/2024 às 13h54

A deputada federal pelo Paraná Aline Sleutjs (PROS) esteve em Paranaguá, na redação do JB Litoral, na quinta-feira (21). A agenda no município litorâneo constava visitas e entrevistas à imprensa, com o intuito de se apresentar como pré-candidata ao Senado à população da região.

Natural de Castro (PR), a professora de educação física é a única de sua família a estar inserida na política. Começou como vereadora em 2005 e, então, se elegeu deputada federal em 2018, assumindo seu lugar na Câmara dos Deputados, em Brasília, em 2019.

Fiel apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL), Aline sempre defendeu as mesmas pautas conservadoras de direita do atual governo. De acordo com ela, foi o próprio Bolsonaro que a incentivou a entrar na disputa pelo Senado no Paraná, em novembro de 2021.

No entanto, em maio deste ano, ela foi surpreendida com o apoio público do dirigente da nação ao deputado federal Paulo Martins (PL), afirmando que ele era seu candidato ao Senado no Estado. Com isso, houve dúvida de que ela se manteria na disputa, mas Aline não recuou.

Houve, obviamente, uma tristeza, não só minha, mas, também, dos meus apoiadores e simpatizantes, que falavam que eu era a mais fiel a ele. Houve uma frustração, porém, no mesmo dia, percebi que não havia mudado nada nos meus grupos, meus prefeitos e vereadores não me abandonaram, os mais de 300 grupos de direita que participo não me abandonaram. Então percebi que o que eu tinha feito durante esses três anos e meio na Câmara era um legado que não seria manchado ou diminuído por uma opção do presidente, e sei que no fundo do coração dele talvez não fosse o desejo, mas que a conjuntura política exigiu que ele tomasse algumas posições”, diz a deputada sobre o apoio de Bolsonaro a Paulo Martins.

Apoiadora de Bolsonaro até o fim


Ela garante que sua relação com o presidente não foi afetada. Aline afirma que nada mudou de maio para cá; continua defendendo as bandeiras do governo federal, será apoiadora de Bolsonaro até o fim e, se eleita, será voto de apoio da base do governo no Senado, pois entende que o atual chefe do Executivo Nacional será reeleito e que ele é a melhor opção para o Brasil.

Quando saí para deputada federal, não tinha sequer uma foto com o presidente pedindo voto para mim, mas sempre fiz materiais pedindo voto para ele, e não precisei usá-lo como bengala, como muleta. Quando cheguei em Brasília, era base do governo, não pelo presidente, mas pelos propósitos, valores, pelo que ele representa, que é, também, o que eu represento. Quando lancei minha pré-candidatura em Curitiba, no meu discurso falei que não sabia se Bolsonaro me apoiaria, mas que continuaria o apoiando até o final, porque acredito no que ele acredita e no que ele defende”, comenta.

Questionada sobre os motivos que a levaram a desistir da tentativa de reeleição na Câmara Federal e buscar uma vaga no Senado, Aline é enfática em afirmar que o Paraná merece e precisa de renovação política. Ela diz que, ao andar pelos 300 municípios onde atua, ouve dos prefeitos e vereadores que eles nunca foram atendidos ou tiveram algum recurso vindo do Senado.


Mulher, mãe, conservadora de direita e representante do agro


Além disso, ela se vê como uma representante da maioria do povo paranaense e brasileiro. “Como mulher, mãe, conservadora de direita e representante natural do agro; fui a primeira mulher da história do Brasil a presidir a Comissão da Agricultura, tenho hoje uma representatividade no segmento. É evidente que o trabalho que fizemos foi importante para o nosso setor, acredito que o Senado é uma grande oportunidade. Enxergo nessas eleições uma janela muito propicia para a renovação, para colocarmos pessoas novas, com olhar diferenciado, e tenho certeza de que não é só um desejo da deputada Aline, mas do Paraná vermos essa mudança acontecer. Conservadorismo é o nosso pilar, a maioria da população brasileira e paranaense é cristã e conservadora, estamos alicerçando as bases da família, dos nossos costumes e valores”, diz.

Aline fala com orgulho sobre sua trajetória política e conta que, antes dela, Castro nunca havia eleito um deputado federal. Ao longo dos três anos e meio de atuação na Câmara, ela afirma que apresentou 177 proposições; atende 300 cidades e conta com o apoio de 200 prefeitos e 500 vereadores na trajetória rumo ao Senado.

A deputada ainda destaca que trouxe, por meio de emendas, R$ 220 milhões ao Paraná. Desse valor, R$ 6.7 milhões vieram para o Litoral desde janeiro de 2019. Para Paranaguá, o total é de, aproximadamente, R$ 650 mil.

Porém, ela avalia que, caso seja eleita senadora, sua atuação será mais notável, uma vez que o orçamento do Senado é mais “robusto, as emendas são bem maiores”. “Lá, poderemos pensar em obras estruturantes, coisas que realmente fazem a diferença e, às vezes, não só para um município, mas para uma região por um todo”, comenta.

Político deve ter hora para se aposentar”, diz


Em sua análise, no Senado Federal a possibilidade de contribuir com o Estado será maior, especialmente no que diz respeito às legislações benéficas para o Paraná e Brasil. Aline ressalta que a Câmara Federal já aprovou temas como licenciamento ambiental, regularização fundiária, autocontrole e defensivos agrícolas e que essas leis estão engavetadas no Senado.

Essas leis só estão esperando alguém ter coragem de pegar esses projetos e dizer ao presidente do Senado que eles precisam ser colocados para votação. Quem está sendo prejudicado com isso é o povo brasileiro. Então, tudo isso compõe com a ideia que tenho de que o Senado é o caminho certo para podermos resolver essas demandas”, afirma.

Sobre os atuais senadores pelo Paraná, a deputada comenta que hoje eles não fazem a ponte necessária entre o governo do Estado e o governo Federal e, sendo assim, não brigam por obras e projetos que beneficiariam o Estado. No entanto, ela diz que não julga, mas que acredita que o político deve ter hora para se aposentar.

A política cansa, é desgastante. Eu nem julgo, ele [Álvaro Dias, senador há 32 anos e pré-candidato à reeleição] deve ter cansado, porque todos cansam, mas devemos ter a ciência da hora de parar. Por isso, acredito que dando o meu nome, abro um leque de oportunidades para a população poder rever e pelo menos ter curiosidade de saber quem é essa candidata. Acredito muito que temos oportunidade de mudarmos o quadro político do Estado, mas os novos nomes precisam colocar-se à disposição”, opina.

Projetos para o Litoral


A respeito de possíveis projetos para o Litoral caso seja eleita senadora da República, Aline diz que “o Senado tem um orçamento mais robusto, então podemos brigar muito mais”.

O Litoral é uma das regiões mais diferenciadas do Estado, porque aqui temos vários segmentos importantes, como os portos, o ponto final de tudo que acontece no Paraná na área de produção, e que chega no porto para ser exportado. Aqui tem turismo como geração de emprego, de renda e desenvolvimento; tem o momento de lazer da família paranaense; temos produtos artesanais, agricultura familiar. Vejo o Litoral com um olhar diferenciado dos demais municípios, me coloco à disposição sempre dos prefeitos, vereadores e lideranças para que possamos construir juntos programas, projetos e obras que sejam significativas. Não moro aqui, mas não é por isso que não posso representar essa região”, finaliza.