Obra milionária acelera desembarque de fertilizantes e torna porto de Paranaguá mais competitivo


Por Redação Publicado 29/07/2022 Atualizado 17/02/2024
Cerca de 30% de todo o fertilizante importado pelo Brasil chega pelos portos do Paraná. (Arquivo)

A área de importação de fertilizantes no Porto de Paranaguá está passando por uma transformação. A ampliação das esteiras começou há cerca de quatro meses e deve levar mais um ano para ser concluída, o que significará uma mudança substancial na forma e no prazo de descarga dos produtos.

O porto de Santos já formalizou, em seu plano de metas, “roubar” três milhões de toneladas de fertilizantes que hoje são desembarcados em Paranaguá. Mas o diretor-presidente da empresa pública Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia da Silva, afirma que trabalha para evitar a transferência da carga. No entanto, para isso, é preciso aumentar a competitividade. Ele lembra que a escolha do porto de desembarque envolve fatores como logística e capacidade de armazenamento, mas principalmente, custos. E tempo é dinheiro. Ou seja, se o navio ficar menos tempo atracado para a descarga, mais interessante será usar Paranaguá como rota. Hoje 30% desse tipo de produto chega ao Brasil pelos portos paranaenses.

Antes da obra, dependendo da densidade e do tipo de fertilizante, a prancha operava com a capacidade de 6 mil a 7 mil toneladas por dia. Depois de concluída, o valor deve subir para 12 mil toneladas ao dia. Além disso, muito do que é desembarcado por grab (garra) em caminhões passará a ser transportado por esteira. Atualmente, cerca de 80% do fertilizante que sai dos navios é tirado com a ajuda de caminhões. Com a obra, a presença dos veículos na área de descarga de fertilizantes deve diminuir.

Os custos estão sendo pagos, em parceria, pela Fertipar e pelo Rocha Terminais, e estão estimados em cerca de R$ 800 milhões. A parte que está dentro da área pública será revertida para o porto ao fim dos contratos. Segundo Garcia da Silva, uma das preocupações foi garantir que a obra não fosse excludente, ou seja, que impedisse a participação de operadoras não envolvidas no projeto. O diretor-presidente afirma que tudo foi feito de forma a gerar benefícios para todos os envolvidos na operação. É preciso destacar que o setor de fertilizantes está operando em parâmetros anormais por causa da situação política de Belarus, da Guerra na Ucrânia e do esgotamento da capacidade de armazenamento.

Movimento no pátio de triagem supera julho do ano passado


O mês de julho ainda nem terminou e a quantidade de caminhões que passou pelo pátio de triagem do Porto de Paranaguá, neste ano, já supera o total registrado no período, em 2021. Do dia 1 até o último dia 24, 36.901 veículos chegaram para descarregar granéis sólidos de exportação nos terminais paranaenses. No ano passado, durante os 31 dias completos do mês, 33.994 caminhões passaram pela triagem.

Conforme avança a colheita do milho no campo, principalmente do Paraná – onde já passa de 30% da área – a chegada do produto no porto vai se intensificando. Os picos de caminhões entrando no pátio diariamente, nesta semana, tem alcançado a média de 1,5 mil caminhões/dia. Em dia de maior movimento, neste mês, chegou a 2 mil caminhões em 24 horas.

Em julho, com a safra de milho, pátio de triagem chegou a registrar a entrada de 2 mil caminhões por dia. Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

PRODUTOS – Os destaques entre as cargas recepcionadas neste mês de julho, em comparação com o mesmo mês no ano passado, é justamente o milho – em grão e em farelo (DDGS). Enquanto em julho de 2021, nenhum caminhão ainda havia dado entrada no Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá com os dois produtos, neste ano – os terminais já receberam 5.707 caminhões carregados com 221.333,5 toneladas de milho – principalmente do Paraná. Outros 768 caminhões chegaram com 29.328,62 de DDGS (farelo de milho). Esse último com origem no estado do Mato Grosso (MT).

Para este 3º trimestre, o aumento mais significativo é esperado para os volumes de milho a serem carregados: 2.071.000 milhões de toneladas do cereal – 3.256% a mais que o embarcado no período em 2021 (61.709 t), de julho a setembro. Até agora, no mês, já foram embarcadas 247.656 toneladas do cereal a granel. No mesmo mês, em 2021, foram somente 1.464 toneladas embarcadas, mas em contêineres. Nada a granel.