Ônibus que circulam no litoral podem transportar pranchas de surfe


Por Redação JB Litoral Publicado 11/02/2014 às 21h00 Atualizado 14/02/2024 às 02h15

Os deputados estaduais derrubaram, nesta quarta-feira (12) na Assembleia Legislativa do Paraná, um veto governamental ao projeto de lei que determina que empresas de transporte intermunicipais metropolitanas, que operam no Litoral, reservem 5% da sua frota com bagageiros para o transporte de pranchas de surfe e afins. Com a decisão, as empresas terão que se adaptar a partir da promulgação da lei, que deverá ocorrer nos próximos dias.

De acordo com o projeto, de autoria dos deputados Rasca Rodrigues (PV) e Edson Praczyk (PRB), os “Surf Bus” poderão transportar pranchas de surf, bodyboard, longboard ou stand-up surf. Os equipamentos terão o mesmo tratamento e cuidado das demais bagagens pessoais em relação a danos e extravio.

A lei complementará o decreto estadual (1821/2000), que hoje é utilizado pelas empresas para proibir essa modalidade de transporte. “A falta de transporte nestas linhas de ônibus elitizou o surfe no Paraná, pois hoje, ou o surfista tem carro e mais de 18 anos, ou tem que ter um pai e mãe que faça esse transporte. Ou seja, muitos talentos não surgiram, neste período de proibição, por esse impedimento econômico”, destacou Rasca Rodrigues.

A derrubada do veto, por 38 a 1, foi comemorada pelos representantes dos surfistas, que acompanhavam a sessão. “É uma vitória do esporte paranaense e da nova geração de surfistas. Eu mesmo aprendi a surfar pegando ônibus da Graciosa, quando era liberado. Eu e toda uma geração campeã pegávamos ônibus. Com essa interpretação das empresas perdemos talentos, o turismo enfraqueceu e isso afeta todos os paranaenses, pois se aqui é proibido em outros estados não é”, afirma  o presidente da Associação de Surfe de Paranaguá (Aspar) e representante da Federação de Surfe do Paraná, Alessandro Gaspar, o Puga.

Segundo o surfista, a criação da lei é o ponto de partida para melhorar o acesso dos esportistas às praias paranaenses e movimentar a economia da região. “Somente os produtos do surfe geram mais de R$ 7 milhões ao litoral e gera 100 empregos diretos. O que queremos é um acesso mais democrático, que agrade a todos os passageiros e isso é possível. Nós surfistas, por exemplo, necessitamos mais das linhas operando no início das manhãs, horários de almoço e final de tarde”, completou Puga, indicando horários de pico que poderão facilitar o planejamento das empresas.