A busca pela prioridade na vacinação aos Caminhoneiros


Por Ewelyze Protasiewytch

Foto: Fabio Scremin

Tema frequente, nas últimas semanas, tem sido a discussão em relação à necessidade de se priorizar a vacinação dos nossos transportadores, os Caminhoneiros. Podemos dizer que assim como diversas profissões, os motoristas também têm sido a linha de frente nesta pandemia. Isto porque, grande parte do abastecimento do Brasil é feito por intermédio dos transportadores terrestres, os quais, se expõem constantemente ao risco de contaminação, diante do deslocamento regular pelas regiões do país.

Todos nós sabemos que a paralização da classe prejudica, em muito, o país, não só no abastecimento de produtos não essenciais, como inclusive daqueles essenciais e urgentes. Ironia do momento, é o fato de que até mesmo os medicamentos, produtos e equipamentos necessários para o combate à pandemia, são transportados por esses. Pode-se dizer que a própria vacina é distribuída e entregue pela classe de transportadores. Mas, por que não há essa priorização? Reinvindicações têm acontecido em todo país e, recentemente, representantes da categoria ameaçaram uma paralisação, buscando dos nossos governantes uma solução para o tema.

Em resposta, a promessa foi de que seria utilizada a vacina da Janssen para imunização dos caminhoneiros, mas até o momento, não foi cumprida. A vacina não chegou, e nenhuma outra informação foi prestada, enquanto os motoristas permanecem aguardando uma atitude por parte dos governantes.

Mas como será essa imunização? Em qual local? De que forma?

Até agora, em todo o país, a vacinação tem ocorrido na cidade de residência do imunizado, e essa foi a resposta recebida pelas autoridades. Segundo elas, os caminhoneiros também serão vacinados no local de sua residência. Mas, essa exigência vai acarretar inúmeras dificuldades de logística, considerando que o caminhoneiro está em frequente trânsito, sendo que, inclusive, alguns sequer possuem residência fixa. Então, indagamos aos governantes, por que os caminhoneiros não são vacinados como foi realizado com os trabalhadores portuários? É certo que a maior concentração dos motoristas se dá em torno dos portos. Nesse caso, para não gerar despesas ao motorista, que teria que retornar a sua cidade e, ainda, permanecer sem trabalhar, o ideal seria uma campanha centralizada nos locais de maior circulação de motoristas, imunizando sem restrições aqueles que comprovarem exercer a atividade de transportador.

A falta de informação do governo e a necessidade de uma medida imediata

Enquanto isso, o governo não traz maiores esclarecimentos, fica a promessa de vacinação que deveria ter iniciado na semana passada. A classe não só perde cada dia mais colegas, como vários, por conta do trabalho, acabam contaminando suas famílias. Infelizmente, não tem sido dada a devida valorização ao caminhoneiro, apesar de toda a população e governantes terem a real noção da importância desses trabalhadores para a logística de transporte e abastecimento de todo o país. Espero que o governo tenha consciência e traga uma priorização para os nossos guerreiros que movimentam nosso país e estão à frente da pandemia, sem deixar que tenhamos qualquer tipo de desabastecimento, mostrando comprometimento e dedicando-se a ajudar a população neste momento difícil. Nesta edição, trago meus sinceros e profundos sentimentos em prol das mais de 500.000 vidas perdidas para a Covid-19 no Brasil.

Direito na estrada por Ewelyze Protasiewytch

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