Paranaguá e a saudade de 12 anos sem Vicente Elias


Por Redação JB Litoral Publicado 29/04/2015 Atualizado 14/02/2024

A data de hoje jamais será esquecida pelos parnanguaras e, mais ainda, por aqueles que defenderam e propagaram por muito tempo a era do vicentismo na história política de Paranaguá. Neste dia faz 12 anos que o saudoso prefeito José Vicente Elias foi assassinato com requintes de crueldades em seu apartamento por uma pessoa que ele sempre ajudou em sua vida. Essa ingratidão está sendo paga por 25 anos de prisão.

Personalidade da história parnanguara e único político que criou algo bem maior que um grupo político; o vicentismo que deu início a primeira revolução na cidade, José Vicente Elias, dia 14 de janeiro deste ano teria completado 78 anos se ainda estivesse com sua forte e importante presença na Terra de Fernando Amaro.
Desde 2003, o prefeito mais popular da Terra de Fernando Amaro, deixou como legado para família, amigos e aos parnanguaras, sua maneira de fazer política voltada aos anseios do população e que ficou conhecida por “vicentismo”.

Um parnanguara da gema

Um parnanguara da gema como sempre gostou de se identificar, Vicente Elias, era filho de Júlio Groth Elias e Anathália Rodrigues Elias, pai do ex-vice-prefeito, Fabiano Vicente Venete Elias, do secretário municipal de Obras de Paranaguá, Juliano Vicente Venete Elias e da jovem Alessandra Christina Venet Elias.

Apaixonado por sua terra natal, Vicente foi criado nas ladeiras do centro histórico da cidade-mãe do Paraná e na paradisíaca Ilha do Mel, onde seu avô foi faroleiro e prático da barra.

Formado em Direito pela Faculdade de Direito de Curitiba em 1968, sempre foi exemplo para a família, pois foi um vencedor mesmo tendo que precocemente largar os estudos aos 14 anos para ajudar no sustento da família. Seu primeiro emprego foi de empacotador nas Casas Pernambucanas.

Desde cedo aprendeu que a solidariedade, a fraternidade e o respeito ao próximo eram necessários para qualquer avanço em sociedade. Dona Nathália, como era carinhosamente chamada sua mãe, sempre foi exemplo de bondade e perseverança e essa lição foi repassada aos filhos.

Do Leão aos movimentos estudantis até o seio da política

Apaixonado por trabalho, Vicente Elias foi advogado e professor e marcou seu currículo como presidente do Rio Branco SC, sindicato dos Auxiliares do Comércio do Café, Centro Estudantil Fernando Amaro (CEFA), Diretório Acadêmico da Fafipar, União dos Estudantes Secundaristas de Curitiba (UPES), vice-presidente da União Paranaense dos Estudantes (UPE) e diretor do colégio Alberto Gomes Veiga.

Na administração pública foi chefe de almoxarifado da Fundepar, Diretor Administrativo e Superintendente dos Portos de Paranaguá e Antonina, dos Portos de Paranaguá e Antonina, Diretor da Secretaria de Estado da Educação, Diretor Administrativo, Superintendente da Sudepe/Sul – Superintendência do Departamento da Pesca para a região Sul, Superintendente da CONAB/Pr/SC – Companhia Nacional de Abastecimento para o Paraná e Santa Catarina, Assessor Parlamentar, Assessor de gabinete do Ministério dos Transportes, do Ministério da Agricultura e do Ministro da Indústria e Comércio e assessor da 1ª Secretaria do Senado Federal.
Trânsito nos poderes

Com os ensinamentos da vida, ingressou na política através da Juventude Democrata Cristã, pelas mãos de vários amigos, entre eles João Elísio Ferraz de Campos, Affonso Camargo e Jaime Canet Júnior.

Possuidor do dom da oratória e com raciocínio veloz, Vicente foi prefeito da cidade por uma década em dois mandatos, de 1976 a 1982 e 1988 a 1992.

Na sua última eleição, em 2000, perdeu por uma diferença de 1,6% de votos para o ex-prefeito Mário Manoel das Dores Roque. Foi o único prefeito parnanguara que recebeu dois presidentes da República na cidade, os generais Ernesto Geisel e João Baptista de Figueiredo. Este último inaugurou a obra de remodelação da Praça do Rocio e o Silo Vertical de 100 mil toneladas da extinta Portobrás.

Veja um pouco de sua trajetória traduzida em fotos.