Na manhã desta sexta-feira (18), ocorreu um acidente náutico na baía de Paranaguá que resultou na morte de Leno Francisco, de 33 anos. O incidente ocorreu na região do Canal da Galheta e envolveu a embarcação em que Leno trabalhava como taxista náutico, conhecida como “Zuiuia”, e uma lancha utilizada para serviços de praticagem. A colisão foi de extrema violência, deixando a lateral da proa da embarcação da vítima completamente destruída.
De acordo com testemunhas, a lancha de praticagem colidiu lateralmente com o barco onde Leno se encontrava. O piloto da lancha de praticagem sofreu apenas ferimentos leves e recebeu atendimento imediato de equipes do Corpo de Bombeiros, que chegaram rapidamente ao local do acidente.
Tripulantes de outras embarcações, que realizavam a travessia para a Ilha do Mel, foram os primeiros a prestar socorro, ajudando no resgate da embarcação de Leno Francisco. Após a confirmação do falecimento de Leno, seu corpo foi transportado para o ponto de embarque em Pontal do Sul, no município de Pontal do Paraná. A Polícia Científica foi acionada para a remoção do corpo, que será encaminhado à cidade de Paranaguá para a realização de exames complementares.
Davi Rocha, que é o proprietário do táxi náutico em que Leno trabalhava, desabafou em um vídeo divulgado nas redes sociais. “O barco da praticagem passou por cima da minha lancha, matou meu marinheiro e não tiveram a capacidade de ficar lá para prestar socorro. A lancha que puxa o navio na barra, estava com o pratico dentro e ele não teve a capacidade de mandar os marinheiros da lancha ficar para prestar o socorro“, disse.
“Essa aqui é uma lancha de trabalho, que leva meu filho para o colégio. E ele abandonou minha lancha, abandonou tudo, abandonou meu marinheiro morto“, lamentou o proprietário.
Davi denunciou a recorrência de acidentes no canal de Paranaguá, causados por lanchas de praticagem em alta velocidade. Este, segundo ele, não foi o primeiro incidente do tipo. “Isso está acontecendo todo dia aqui no canal que sai de Paranaguá para a barra. Não foi a primeira vez que as lanchas da praticagem causaram acidente, já causou em outras vezes, por causa da velocidade“.
As causas exatas da colisão ainda estão sendo investigadas pelas autoridades marítimas.
Nota da Marinha do Brasil
A Marinha do Brasil emitiu uma nota oficial informando que a Capitania dos Portos do Paraná (CPPR) já está investigando o acidente.
“A Marinha do Brasil (MB) tomou conhecimento, na manhã do dia 18 de outubro, do acidente envolvendo duas lanchas nas proximidades da Ilha da Galheta, no litoral do Paraná. A CPPR instaurará um inquérito administrativo para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades do incidente”, diz a nota.
A Marinha do Brasil também destacou a importância da participação da sociedade no processo de investigação. Denúncias e informações podem ser encaminhadas pelos seguintes canais: 185 (para emergências marítimas) e (41) 3721-1542 (diretamente com a Capitania dos Portos do Paraná). Também é possível contatar a ouvidoria da CPPR pelo e-mail cppr.ouvidoria@marinha.mil.br.
Nota da Praticagem
A Praticagem do Paraná também se posicionou por meio de nota em que lamentou o acidente e afirmou que o socorro foi acionado assim que houve a colisão.
“A Praticagem do Paraná lamenta profundamente o acidente ocorrido na manhã desta sexta-feira, nas imediações da boia 12, entre uma de suas lanchas e uma pequena embarcação, cujo tripulante veio a falecer. A entidade se solidariza com sua família a quem presta sinceras condolências. Assim que o abalroamento aconteceu, a praticagem imediatamente acionou o Corpo de Bombeiros e a Autoridade Marítima, permanecendo no local até a finalização dos trabalhos de atendimento”, diz a nota.
Sobre o que teria causado o acidente, a entidade alegou ser prematuro afirmar quais fatores teriam levado à colisão.
“Quanto à dinâmica do acidente e suas possíveis causas, todos os esclarecimentos estão sendo prestados às autoridades investigativas competentes. A análise de acidentes na navegação é complexa e se processa com base na legislação, sendo prematuro qualquer juízo de valor sobre responsabilidade antes da conclusão do inquérito pela Capitania dos Portos e do posterior julgamento pelo Tribunal Marítimo”, finaliza o documento.