André Pioli, embora natural de Curitiba, é um nome já familiar aos moradores de Paranaguá, cidade que ele considera seu verdadeiro lar. Casado e pai de dois filhos, nos últimos 16 anos ele tem perseguido o sonho de conquistar um cargo eletivo para representar a Cidade Mãe do Paraná. No entanto, assim como nas últimas cinco eleições das quais participou, seu objetivo mais uma vez não se concretizou.
O empresário e jornalista, formado pela Universidade Tuiuti do Paraná, é especialista em Ciências Políticas e Comunicação Social, além de mestre em Logística e Gestão Portuária pela Fundación Valenciaport. Filiado ao PSD, ele ficou em segundo lugar na corrida pela Prefeitura de Paranaguá, com 18.847 votos (23,41%), no último domingo (6). O vencedor, Adriano Ramos (Republicanos), conquistou o apoio de 58.206 eleitores (72,30%). O resultado repete o desfecho das duas eleições anteriores em que Pioli tentou o mesmo cargo: em 2012, pelo PT, quando obteve 19.996 votos, e em 2016, pelo PSC, quando somou 25.446 votos.
Durante sua campanha, Pioli enfatizou repetidamente que sua atuação como diretor de Desenvolvimento Empresarial da Portos do Paraná, de 2019 a junho deste ano, lhe conferiu a experiência necessária para administrar a maior cidade do Litoral. Ele destacou em todas as oportunidades possíveis que, sob sua gestão, o porto trouxe para Paranaguá os navios de cruzeiro, que desde 2023 têm partido da cidade, impulsionando o turismo e movimentando a economia local. Ele também ressaltou seu papel no fortalecimento das relações entre o Poder Municipal e o Porto, que, em 2019, quitou uma dívida histórica com o Município, pagando R$ 25 milhões em tributos municipais atrasados desde 2014. Pioli atribui a si parte do mérito por esse acordo e pelas melhorias promovidas pela Portos do Paraná nas comunidades, como a construção de trapiches nas ilhas, entre outros projetos.
No entanto, apesar de sua experiência e do apoio político de peso — contando com o respaldo do governador Ratinho Júnior, que gravou um vídeo em seu favor, e do atual prefeito Marcelo Roque (PSD), que participou ativamente de sua campanha —, André Pioli enfrentou um alto índice de rejeição entre os eleitores. Nem mesmo sua atuação à frente da Diretoria de Desenvolvimento Empresarial da Portos do Paraná foi suficiente para superar a resistência de parte do eleitorado. Na última pesquisa de intenção de votos, divulgada na última terça-feira (1º), encomendada pela TVCI e realizada pelo IRG Pesquisa, ele apareceu liderando a rejeição, com 32,5% dos entrevistados afirmando que não votariam nele de forma alguma.
Trajetória política
A trajetória política de Pioli teve início em 2008, quando concorreu pela primeira vez a uma vaga na Câmara de Vereadores de Paranaguá, pelo PT, sem sucesso. Em 2012, lançou-se candidato à Prefeitura e, em 2014, tentou ser deputado estadual, ambas as vezes pelo PT. Em 2016, retornou à disputa pela Prefeitura, desta vez pelo PSC, e em 2018, candidatou-se a deputado federal pelo mesmo partido.
A derrota de André Pioli evidencia um enfraquecimento de sua influência política nas últimas eleições. Neste ano, ele registrou uma redução de 26% no número de votos em comparação à eleição de 2016, quando também concorria ao cargo de prefeito.
Seu Plano de Governo para 2024 apresentava propostas abrangentes, focadas em áreas estratégicas como trabalho, emprego e renda, educação, turismo, saúde, segurança pública, assistência social, inclusão, cultura, esportes, agricultura, meio ambiente, infraestrutura, obras e urbanismo e habitação. Segundo ele, seu objetivo na Administração Municipal seria, entre outros, o de promover “uma transformação significativa no ambiente empresarial de Paranaguá, com a ambição de posicionar a cidade entre as mais competitivas do país. A parceria entre o Porto e a Prefeitura, que já começou, precisa ser ampliada e fortalecida. A cidade só tem a ganhar. Nosso foco é implementar políticas inovadoras, simplificar processos burocráticos e oferecer incentivos que atraiam novos investimentos“.