Sem amarras: Péke Bocudo promete independência mesmo na base aliada de Adriano Ramos


Por Redação Publicado 14/10/2024 às 04h55
Marcelo Péke, o Bocudo, foi o vereador mais votado de Paranaguá, nas eleições 2024. Foto: Maickon Chemure/JB Litoral
Marcelo Péke, o Bocudo, foi o vereador mais votado de Paranaguá, nas eleições 2024. Foto: Maickon Chemure/JB Litoral

Nas eleições municipais de 2020, Marcelo Correa da Costa, mais conhecido como Péke Bocudo, se candidatou pela primeira vez ao cargo de vereador em Paranaguá, pelo PSDB, obtendo 301 votos, o que representou 0,41% do total, mas não conseguiu se eleger. No último dia 6, agora com 41 anos e concorrendo pelo partido Republicanos, ele foi o candidato a vereador mais votado da cidade, conquistando 1.782 votos (2,21%). Com esse resultado, ele assumirá seu primeiro mandato a partir de 2025.

Péke passou os últimos anos atuando como empresário no ramo da construção civil, mas foi na internet, com postagens críticas à atual gestão do prefeito Marcelo Roque (PSD) nas redes sociais, que ele ficou mais conhecido dos parnanguaras. O vereador eleito conversa com o JB Litoral e conta como pretende exercer o mandato de 2025 a 2028.

Convicto da vitória

Marcelo Péke afirma que tomou gosto pela política ao participar do pleito de 2020 e entender como funciona o processo. “O engajamento ficou ainda maior com o nome de ‘bocudo’, dado pelo prefeito Marcelo Roque, indiretamente, ao reagir a uma crítica que fizemos em uma postagem. Com mais visibilidade, fizemos um trabalho contínuo, desde a última eleição, e as pessoas se identificaram”, diz Péke.

Em relação a ser o candidato mais votado, o sul-mato-grossense, que mora em Paranaguá desde criança, relata convicção na vitória, mas que o grande número de votos foi uma grata surpresa. “A internet é uma incógnita, mas nos últimos dias a gente sentiu que venceria porque o movimento estava muito forte nas ruas. Nós imaginávamos que ia ser uma votação expressiva, mas poderia ser uma surpresa, e foi, só que ainda maior do que o esperado”, detalha.

Bocudo continua, mas na base

Péke Bocudo foi eleito graças à sua postura crítica ao Executivo Municipal, mas agora integra o partido de Adriano Ramos, que assumirá a Prefeitura de Paranaguá no próximo ano. Sobre essa mudança de posicionamento, ele explica como pretende atuar como parte da base de apoio ao governo municipal no Palácio Carijó.

A minha essência vai continuar, até porque a verba que recebi para minha campanha se resumiu em R$ 2.000,00. Então foi de custo muito baixo, com votos verdadeiros, de pessoas que não se corrompem. E a parceria que tenho com o prefeito eleito, Adriano Ramos, é manter minha essência, fazer o que vinha fazendo, porque eu não tenho amarras políticas”, garante.

Meu trabalho também será de fiscalização. É claro que também terei de fazer a parte política, saber fazer as coisas acontecerem, não vou ficar só batendo. Preciso saber que também tem o outro lado; de aprovar os projetos, participar de um todo da gestão, mas sem me afastar da minha essência, de cobrar, de fiscalizar”, completa.

Péke visitou a sede do JB Litoral acompanhado pela família. Foto: Maickon Chemure/JB Litoral
Péke visitou a sede do JB Litoral acompanhado pela família. Foto: Maickon Chemure/JB Litoral

“Pretendo voos mais altos”

O mandato só começa em janeiro, mas Marcelo Péke revela que é apenas o começo da sua trajetória política. “É um plano futuro de voos maiores. A gente não vai parar só como vereador. Para isso, eu já tenho projetos, inclusive tem um que vai beneficiar e muito a população, e já está alinhado com o Adriano, foi promessa de campanha de ambas as partes, que é o Tarifa Zero Náutica. Nós vamos implementar as embarcações gratuitas, como forma de fomentar o turismo local em todas as ilhas de Paranaguá”, diz Bocudo, dando a entender que se lançará a outros cargos em eleições futuras.

Marcelo Péke garante que sua postura não mudará ao assumir o cargo de vereador, ressaltando que os cidadãos poderão acompanhar de perto sua rotina parlamentar. “Os votos que recebi mostram que as pessoas entenderam que sempre fui verdadeiro. Acredito que meu mandato será uma continuidade do que já sou. Vou compartilhar o dia a dia de um vereador nas minhas redes sociais, e vocês poderão me ver trabalhando aos sábados, domingos, nas ruas — algo que muitos vereadores não fazem. Se os outros vereadores não acompanharem meu ritmo, ficarão para trás, porque estou com muita vontade de trabalhar“, afirma.

Trabalho social

Casado há 12 anos e pai de quatro filhos, Marcelo Péke é filho de um sul-mato-grossense com uma guaraqueçabana. Ao longo de sua trajetória, realizou muitos trabalhos sociais, mas que nunca foram divulgados, pois não tinham cunho político.

Os meus projetos sociais não têm cunho político, eu faço e não mostro. Por exemplo, uns três meses antes da eleição, pegou fogo na casa de uma mulher e, através da página, conseguimos todo o material e a mão de obra para a reconstrução. Qualquer um teria usado na campanha, eu não usei. Agora que já estou eleito vou lá tomar um café com ela e vou mostrar a casa”, alfineta Bocudo.

Então, acredito que fiz história. Ser o mais votado, ficando à frente de vários ‘medalhões’, sem comprar voto, com R$ 2 mil de campanha, é algo inédito, né?”, conclui Péke.

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