Vereadores de Paranaguá se recusam ouvir Viação Rocio sobre demissões de grevistas
Depois de ignorar, por duas vezes consecutivas, a convocação para prestar esclarecimentos para Câmara Municipal de Paranaguá, representantes da Viação Rocio estiveram na sessão desta terça-feira (22) e não foram ouvidos, depois de esperar mais de uma hora. Segundo os vereadores, não houve comunicação de que a empresa estaria nesta reunião e por isso eles não foram atendidos.
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Alegando não terem sidos avisados da presença da empresa, que deveria prestar esclarecimentos sobre a demissão de funcionários que integraram o movimento de greve, os vereadores recusaram ouvi-los, sem terem preparado os questionamentos necessários.
Desde a aprovação do Requerimento n° 0045/2021, ocorrido em março deste ano, foram marcadas duas datas para presença na sessão plenária remota, entretanto, nas duas oportunidades a empresa alegou impossibilidade de participar, sem especificar o motivo. A presença dos representantes surpreendeu os vereadores, mesmo após o presidente da Câmara, Fábio Santos (PSDB), afirmar que a participação na sessão desta terça-feira foi avisada.
Os parlamentares Irineu Cruz (Republicanos), Adalberto Araújo (MDB) e Luizinho Maranhão (PSB) apelaram dizendo não terem sido avisados e se recusaram a receber os representantes da Viação Rocio na sessão. Eles ainda cobraram o presidente para que marcasse uma nova data, que ficou definida para a próxima segunda-feira (28).
Indignação
Luizinho Maranhão considerou um absurdo a atitude da empresa, de querer se manifestar na data que não foi divulgada. “Quem tem que definir quando eles devem falar é a Câmara e não a Viação Rocio”, disparou o parlamentar que foi apoiado pelos seus pares.
Antes mesmo da revolta dos vereadores, o sistema de microfone e internet que dá suporte as falas dos vereadores passou por problemas e a sessão ficou interrompida por quase 20 minutos, para que o técnico de informática resolvesse a falha de comunicação.
Quando eles deveriam comparecer?
A convocação foi aprovada no dia 22 de março e a presença deveria ocorrer no dia 27 do mês passado. Porém, a empresa enviou um ofício, informando de sua impossibilidade e pediu agendamento de uma nova data, marcada para sessão remota desta segunda-feira (10), à partir das 17 horas. Vale destacar que a ausência, sem justificativa adequada ou a prestação de informações falsas, caracterizam crime contra a administração pública.
ENTENDA O CASO
Após aprovação do subsídio de R$ 2.4 milhões (2.495.346,92), para sanar dificuldades financeiras da Viação Rocio, durante o estado de emergência da Covid-19, a Câmara Municipal, dia 22 de março convocou a família Gulin para prestar esclarecimentos na sessão.
Ocorreu que após a empresa garantir o repasse mensal, por parte da prefeitura, de R$ 226 mil (R$ 226.849,72) por 11 meses, vazou a informação nas redes sociais, que funcionários que integraram o movimento de greve foram demitidos, alguns por justa causa. Isto motivou a aprovação do requerimento, convocando Donato Gulin, José Mauro Gulin, Rebeca Weldt Golin, todos integrantes do quadro de sócios e administradores na concessionária do transporte coletivo de Paranaguá.
Na época, foi dado um prazo de oito dias, a partir da ciência desta convocação, para que a Viação Rocio enviasse, ao menos, um dos administradores convocados para falar sobre a operação da empresa no município e compromissos pactuados para recebimento de recurso público na forma do subsídio. Entretanto, após duas convocações não consumadas, nos últimos dois meses e meio, somente nesta terça, a empresa decidiu aparecer e não foi ouvida.