Ponta do Félix assina contrato para exportação de 1,4 milhão de toneladas de açúcar VHP a granel
O porto Ponta do Félix, em Antonina, assinou contrato de dois anos, para as safras de 2024/2026, prevendo o embarque de 1,4 milhão de toneladas de açúcar VHP a granel, com a trading EDFMan. A empresa do Grupo FTSPar, firmou o contrato na quarta-feira (25), com possibilidade de renovação por mais dois anos.
De acordo com o presidente do porto Ponta do Félix, Gilberto Birkhan, o novo contrato demonstra o potencial do terminal para este tipo de carga, que todas as vezes superou as metas de produtividade. “Mais uma carga para o portfólio do porto Ponta do Félix, reforçando o seu diferencial como terminal para cargas customizadas no Brasil“, afirma o presidente.
Alavancado pelos números do 2º semestre
De acordo com o Grupo FTSpar, o contrato ocorreu após embarques de sucesso pelo terminal, ocorridos no segundo semestre deste ano.
“O Ponta do Félix abre caminho para escoamento da safra sucroalcooleira brasileira“, diz o CEO do FTSpar, Valdecio Bombonatto.
No mês de agosto, foram exportadas 16 mil toneladas de açúcar VHP produzido no estado de São Paulo com destino à Venezuela. A produtividade no carregamento do navio Irvine Bay foi de 457 toneladas/ hora e, aproximadamente, 11 mil toneladas/dia.
O açúcar VHP (Very High Polarization) é o açúcar bruto, menos úmido e ainda com a camada de mel que cobre o cristal do açúcar, por isso sua cor é semelhante a cor do mel. O açúcar VHP é usado como matéria-prima para o tipo refinado, conhecido e comercializado em supermercados de todo o mundo.
Operação diferenciada e mercado
Responsável pela carga, o diretor-presidente da ED&F MAN Brasil, Rodrigo Ostanello, avaliou a operação realizada pelo terminal paranaense. Para ele, entre as principais vantagens de operar por Antonina, está o tempo de operação.
“Não há fila de atracação, diferentemente dos demais portos que estão sobrecarregados com filas médias de 15 dias e sem espaço adicional para o volume nominal disponível para exportação. A operação foi cheia de desafios, surpreendente e muito positiva“, destaca. Segundo ele, outros navios estão previstos para operar ainda este ano.
“Nossa previsão para produção de açúcar no CS Brasil da safra 2023/24 é de aproximadamente 39 milhões de toneladas. Deste total produzido, cerca de 10 milhões de toneladas são para consumo localmente e o saldo, cerca de 5 milhões de toneladas de açúcar ensacado e 24 milhões de toneladas de açúcar a granel, destinados para exportação“, afirma Ostanello, ressaltando, ainda, a expectativa de produção adicional de 3,2 milhões de toneladas de açúcar no NE Brasil.
Em franca ascensão
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que a produção de cana-de-açúcar na safra 2023/24 deverá crescer 4,4% em relação ao ciclo 2022/23, uma estimativa de 637,1 milhões de toneladas. O incremento é influenciado tanto pelo melhor rendimento das lavouras como pela maior área destinada ao cultivo da cultura. Para área, a estatal espera que sejam destinados 8,4 milhões de hectares de cana para a colheita, com um rendimento médio de 75.751 quilos por hectare.
Ao longo dos próximos meses, o porto Ponta do Félix também contará com novos armazéns, que possibilitam o aumento de 85% da capacidade de armazenagem, passando de 280 mil toneladas para 520 mil toneladas, de forma gradativa.
“O incremento da capacidade estática abre mercados em novos segmentos. Temos também no cronograma das operações, por exemplo, além da cabotagem de trigo, a importação de barrilha, que é um produto a base de sódio usado pela indústria para a produção de alimentos”, detalha o presidente do porto.
*Com informações do porto Ponta do Félix