Porto de São Francisco vence Paranaguá em rapidez e em custo menor


Por Redação JB Litoral Publicado 15/12/2016 Atualizado 14/02/2024

No dia 03 deste mês o Presidente do Porto de São Francisco, Paulo César Corsi, concedeu entrevista ao jornal catarinense “Notícias do Dia”, em matéria sob o título “Como o Porto de São Francisco do Sul está driblando a crise”, onde realizou depoimentos ressaltando a concorrência direta do terminal vizinho com o Porto de Paranaguá. Na entrevista, feita pela Jornalista Alessandra Ogeda, demonstrou-se que o terminal catarinense, apesar de toda a crise do setor, conseguiu manter resultado financeiro igual ao de 2015, demonstrando sua solidez perante o porto paranaense e o cenário portuário nacional.

Uma das principais áreas de concorrência com o terminal de Paranaguá é a de importação de fertilizantes, algo destacado pelo próprio Presidente Paulo César Corsi na entrevista. Segundo ele, em resposta à Jornalista Alessandra Ogeda, o que tem feito o terminal de São Francisco levar vantagem perante Paranaguá é a eficiência.
 

“O mercado responde a isto. Eles podem operar aqui ou ali, então eles vão buscar onde é mais rápido, onde os custos são menores”, destaca, demonstrando as vantagens do porto catarinense perante Paranaguá, porto gerido há mais de seis anos pela gestão do Governador Beto Richa (PSDB).

 

Uma das principais áreas de concorrência com o terminal de Paranaguá é a da importação de fertilizantes
 

Com 62 anos, Paulo César Corsi é engenheiro paulista e completará uma década como Presidente do Porto de São Francisco no ínicio de 2017, mostrando uma maior solidez administrativa do terminal vizinho diante ao de Paranaguá, visto que o atual Diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Tessuti Dividino, está somente há cerca de quatro anos no comando do terminal paranaense, mais precisamente desde março de 2012.

 

Terminal prioriza o porto público e Paranaguá o privado

Enquanto o Porto de Paranaguá ainda está adequando sua estrutura administrativa e abrindo suas portas para uma maior terceirização e prezando pela iniciativa privada, passando inclusive em 2015 de autarquia para empresa pública, o Porto de São Francisco insiste em permanecer autarquia do Governo do Estado de Santa Catarina, sendo o maior terminal portuário do estado vizinho. Apesar de ser mais novo e menor do que Paranaguá, São Francisco começa a “incomodar” o âmbito portuário paranaense, sendo inclusive o segundo maior porto em movimentação de cargas levando em conta as transportadas fora de contêineres, atrás somente de Santos (SP).

Segundo a autarquia catarinense, apesar de uma queda de 7% a 10% em volumes, a redução foi compensada pela qualificação de produtos exportados neste ano, demonstrando outro diferencial do Porto de São Francisco: a busca por produtos de maior valor agregado e diversificação na pauta de movimentação, algo que não ocorre na Appa, que ainda busca comercializar produtos principalmente do setor graneleiro há décadas, com o carro-chefe da soja.

 

Superávit de R$ 82 milhões

De acordo com o Porto de São Francisco, atualmente o terminal possui um superávit de R$ 82 milhões para investimentos próprios em 2017, com melhorias previstas no asfaltamento, reforma do pátio e dos berços do porto, bem como do prédio administrativo e, por fim, uma dragagem do canal de acesso ao porto.  Outro diferencial leva em conta toda a realidade logística e portuária de Santa Catarina em comparação com o Paraná. Enquanto o estado vizinho desenvolveu um conjunto portuário amplo em portos diversificados, o governo estadual paranaense há décadas insiste apenas nos portos de Paranaguá e de Antonina, esboçando somente agora a construção de um porto em Pontal do Paraná.

“Um Estado como Santa Catarina, que possui três portos públicos, dois terminais de grande porte movimentando contêineres e mais vários outros terminais menores que também complementam isto. Então estamos falando de um Estado que tem este patrimônio que o distingue de Estados que tem um único porto. Têm países no mundo que tem um único porto. Como é uma infraestrutura de difícil implantação, o fato de ter isto já é um diferencial e um potencial muito importante”, finaliza o Presidente do Porto de São Francisco, Paulo César Corsi.

 

 

*Com informações de Alessandra Ogeda – Jornal Notícias do Dia – RBS//Crédito foto: Rafael Rosseti – Divulgação/ND