31º CooperaPortos em Paranaguá: sustentabilidade e cooperação marcam abertura com forte protagonismo feminino


Por Luiza Rampelotti Publicado 21/08/2024 às 16h30 Atualizado 23/08/2024 às 11h16

O 31º CooperaPortos, um dos eventos mais importantes do setor portuário brasileiro, começou nesta quarta-feira (21) em Paranaguá, reunindo autoridades, especialistas e representantes de diversas entidades para discutir os desafios e soluções na gestão portuária. Com o tema central “Desenvolvimento Sustentável no Setor Portuário”, a programação se estende até sexta-feira (23) e tem como objetivo principal promover a cooperação entre os diversos órgãos e entidades desse segmento, incentivando a troca de experiências e o aprimoramento de boas práticas sustentáveis.

A abertura do evento, que aconteceu no Palácio Taguaré, sede do porto parnanguara, contou com a participação de importantes figuras da área, como Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente da Portos do Paraná; João Paulo Santana, diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná; Larissa Amorim, diretora de Sustentabilidade do Ministério de Portos e Aeroportos; Gilmara Timóteo, diretora-executiva da Associação Brasileira das Entidades Portuárias e Hidroviárias (ABEPH); Cristina Castro, superintendente de Desempenho, Sustentabilidade e Inovação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e Bárbara Cavalcanti Rosa, coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP).

Sustentabilidade como prioridade

As autoridades presentes destacaram a importância da sustentabilidade para o futuro dos portos brasileiros, enfatizando a necessidade de práticas inovadoras e a busca por soluções para desafios como a mudança climática, a redução de emissões e a inclusão social.

Larissa Amorim, do Ministério de Portos e Aeroportos, ressaltou a evolução significativa dos portos em relação à sustentabilidade. “É impressionante ver como a perspectiva de sustentabilidade mudou significativamente nos últimos anos. Hoje, vemos grandes operadores portuários preocupados com a mudança climática, redução de emissões e inclusão“, afirmou.

Ela anunciou que o evento abordaria temas como o Índice de Desempenho Ambiental, políticas de mudança climática, transição energética e medidas de mitigação de gases de efeito estufa. “Eventos como o CooperaPortos são importantes para mapear desafios e apresentar boas práticas, destacando o compromisso do Ministério em endereçar os principais problemas do setor”, disse.

Cristina Castro, da ANTAQ, destacou a necessidade de união entre os diversos atores do segmento para pensar em soluções conjuntas e construir um futuro mais sustentável para os portos. “A ANTAQ regula e fiscaliza em torno de 250 portos no Brasil, com realidades e desafios distintos. Reforço que é fundamental estarmos sempre unidos, discutindo nossos problemas e soluções, e o que queremos é aprender com soluções e problemas compartilhados, pensando nos portos do futuro“, disse.

A importância do evento também foi ressaltada por Gilmara Timóteo, da ABEPH. “Encontros como esse trazem resultados significativos para que possamos implantar soluções benéficas e colocar nossos portos na ponta da tecnologia, inovação e, especialmente, no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável e à competitividade dos nossos portos“, declarou.

Cooperação e boas práticas

A importância da cooperação entre os diferentes atores do setor, incluindo terminais públicos e privados, foi outro tema central do evento. Bárbara Cavalcanti Rosa, da ATP, falou sobre a relevância da cooperação. “Quando falamos de sustentabilidade portuária, a concorrência fica de lado, e podemos compartilhar boas práticas e nos tornar colegas“, destacou, mencionando a parceria recente entre a ATP e a ABEPH no desenvolvimento de um guia de boas práticas em sustentabilidade e na Aliança pela Descarbonização.

Luiz Fernando Garcia, presidente da Portos do Paraná, reforçou a importância de discutir soluções sustentáveis para o desenvolvimento da comunidade. “Temos acordos de cooperação com o Porto de Roterdã, com a Fundação Valência Port, e participamos da Aliança Brasileira para Descarbonização. Não é possível desenvolver nossa infraestrutura sem estar atentos à sustentabilidade“, disse. Ele também elogiou a troca de experiências proporcionada pelo evento, “essencial para adaptar e replicar boas práticas em todo o Brasil”.

Por fim, João Paulo Santana, diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, expressou a honra de sediar um evento tão significativo para as práticas socioambientais no segmento portuário brasileiro. “Estamos mostrando nossas práticas inovadoras e de vanguarda, e, ao mesmo tempo, aprendendo muito com o que está sendo feito em outros portos“, afirmou, destacando a importância de compartilhar experiências e soluções para os problemas comuns enfrentados na área, como as mudanças climáticas e as práticas de ESG (Environmental, Social, and Governance – traduzindo: Ambiental, Social e Governança).

Mulheres protagonistas

O evento também chamou a atenção para a participação de mulheres em cargos de liderança nos portos. A mesa de abertura, composta majoritariamente por mulheres, simbolizou o avanço em direção à maior representatividade feminina no setor.

É inspirador fazer parte de uma mesa composta majoritariamente por mulheres. De acordo com uma pesquisa recente da própria ANTAQ, apenas 17,5% do setor portuário é composto por mulheres e, destas, apenas 0,8% ocupam cargos de liderança. Ver uma presença feminina tão expressiva neste evento é um sinal claro de que estamos avançando. Isso tem um impacto extremamente positivo, pois quanto mais mulheres ocupam esses espaços, mais contribuímos para o desenvolvimento da indústria. Inclusão, acessibilidade e diversidade são fundamentais para impulsionar a inovação e melhorar o setor como um todo”, concluiu Cristina Castro.

Confira a programação

image

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *