As responsabilidades, cada vez mais crescentes, no cargo de secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários não impedem que Alex Sandro de Ávila mantenha os vínculos com suas origens no Litoral do Paraná. Ele conversou com a reportagem do JB Litoral enquanto estava no aeroporto, depois de passar o dia em Maceió, ao lado do ministro Silvio Costa Filho, esperando para pegar o voo para Curitiba. Aos moldes de um deputado federal, passa a semana em Brasília, mas não abandona a base – atualmente em Matinhos.
Hoje no centro das decisões portuárias, Alex Sandro tem em Paranaguá o seu ponto de partida. Foi de estagiário ao topo da carreira em menos de duas décadas. Também na estrutura do ministério, teve uma ascensão veloz. Em outubro de 2023 foi nomeado diretor de Outorgas. No mês seguinte, assumiu a presidência do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Paranaguá e também de Antonina. Poucos dias depois, foi escolhido como secretário nacional de Portos.
“Entrei para trabalhar no porto de Paranaguá com 17 anos e hoje estou com 35 anos. Estive em vários momentos importantes da história recente do porto. Quando consigo parar para refletir, olho para trás e dá um orgulho”, resume. Ele admite que – quando foi contratado para o estágio, pela funcionária Marinocência de Freitas, que cuidava do setor na época – jamais imaginou que chegaria à presidência do chegaria à presidência do Conselho de Administração ou Secretário Nacional de Portos ou Secretário Nacional de Portos. Era para ter durado só seis meses e ficou por 13 anos. “Queria um lugar para me desafiar, para aprender e acabei construindo a minha vida”, conta.
Pós-graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Alex Sandro não titubeia para responder qual foi o momento da virada de chave em sua trajetória profissional. “Foi no dia 8 de dezembro de 2015, quando assumi a diretoria administrativa e financeira do porto de Paranaguá, com 27 anos”. Com passagens também pelo setor privado, como os Terminais Portuários da Ponta do Felix (TPPF) e o Grupo ForteSolo, e ainda por outras partes do país, como a Companhia das Docas do Estado da Bahia, ele reconhece que, às vezes, é difícil dimensionar o tamanho do salto na carreira. Ele se diz grato pelo apoio recebido. “Contei com pessoas que me abriram portas, me ensinaram e acreditaram em mim”.
Diferenciais
Esse histórico, com laços muito fortes com o Litoral do Paraná, já é conhecido em outros portos e Alex Sandro precisa tomar cuidado para não despertar ciúmes.
“Em ambientes mais descontraídos, a gente comenta que eu devo me policiar para não dar atenção só para Paranaguá. Mas brincadeiras à parte, na secretaria temos uma política muito bem conduzida para dar atenção isonômica para todos os portos”, conta.
A posição estratégica e privilegiada permite que Alex Sandro espalhe aos quatro cantos os exemplos positivos vindos de Paranaguá. O secretário aponta que o porto paranaense é um modelo, com representatividade nacional e internacional e obviamente se destaca pela relevância. Ele aponta a geografia privilegiada, a localização estratégica no cenário brasileiro e a situação consolidada como algumas das vantagens. Mas também frisa que a comunidade portuária é diferenciada. “É natural a disputa por clientes, mas nos temas coletivos, os fatores de concorrência ficam de lado e há uma união”, compara.
Entre os pontos positivos que podem ser espelhados em outros lugares, Alex Sandro ainda cita o sistema de agendamento dos caminhões, com o pátio de triagem. “E obviamente o modelo de gestão que levou à realização dos leilões, fruto de uma boa gestão”, diz. Ele reforça que uma das funções da secretaria nacional é mostrar boas práticas, incentivando que exemplos vantajosos sejam implementados. Mas isso precisa ser feito respeitando as características típicas de cada lugar. O trabalho do órgão governamental cuida dos contratos vigentes de arrendamento e novos leilões, não apenas referente as áreas públicas, mas também dos terminais de usos uso privativo, os chamados TUPs.
Gestão
Sobre os temas tocados na secretaria, Alex Sandro enfatiza a tramitação do projeto para a concessão do canal de Paranaguá. Ele conta que o processo está avançando, dentro do cronograma previsto e que, no momento, estão sendo preparadas as respostas para questionamentos e contribuições apresentados durante a audiência pública. O secretário pontua que Paranaguá avança para ser novamente pioneira no país, com a primeira concessão desse tipo.
Esse conhecimento “por dentro” sobre a atividade portuária paranaense deve promover, nas próximas semanas, mais um modelo a ser seguido. Uma reunião será realizada em Brasília para apresentar a estrutura de governança de Paranaguá. Para Alex Sandro, é a consequência da excelência de gestão implementada pelo diretor-presidente da empresa pública Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia da Silva. “Eu sou suspeito para falar. Temos uma relação de amizade. Ele é jovem, dedicado, com uma trajetória profissional bem construída, é um entusiasta do setor, muito habilidoso na condução dos processos”, avalia.
Como presidente do CAP de Paranaguá – estrutura que tem uma função consultiva, mas auxilia a autoridade portuária –, Alex Sandro aproveita o momento de comemoração, pelo aniversário do porto, para declarar que acredita que virão “mais 89 anos na dianteira do setor, com excelentes resultados, que só foram possíveis graças à união da comunidade portuária, que continuar crescendo e não irá parar de ser destaque”.