Após 15 anos sem operar transportes de cargas, área de porto de Antonina poderá virar complexo turístico


Por Flávia Barros

Revitalização do Barão de Teffé foi tema de audiência pública e marcou início do processo para conceder área à iniciativa privada

Um porto histórico, mas ocioso. Assim está o espaço de 250 mil metros quadrados do porto público Barão de Teffé, em Antonina. Denominada ANOP 01. A área não é operacional para o transporte de cargas e teve as atividades portuárias encerradas em 2008, por restrições à navegabilidade. O fechamento impactou na economia local e, desde então, o entorno do Barão de Teffé não registra atividade comercial relevante, ao contrário do cenário de décadas atrás, quando a atividade portuária era o principal motor econômico do munícipio. Atualmente continua relevante, mas ocorre apenas na parte arrendada do Porto Ponta do Félix.

Complexo Turístico


Para mudar a situação, estudos desenvolvidos pela Invest Paraná (instrumento que atua como ponte entre governo e iniciativa privada) destacaram o potencial turístico e náutico do local, o que baseou o projeto de concessão. A proposta é construir o Complexo Náutico/Turístico Marina Antonina.

Para que isso seja possível, a Portos do Paraná, empresa pública que administra os portos de Antonina e Paranaguá, realizou uma audiência pública na última quarta-feira (12). A reunião marcou o começo do processo de cessão onerosa da área. Segundo a empresa pública, a ideia é que a cessão seja por 20 anos, após processo licitatório.

Participaram da audiência pública, na sala de reuniões do Porto Barão de Teffé, cerca de 25 pessoas, entre elas o prefeito de Antonina, José Paulo Vieira Azim (PSD), o Zé Paulo; funcionários da Portos do Paraná; Vereadores; representantes dos Escoteiros (que ficam dentro do local a ser concedido); empresário interessado no negócio; representantes da Invest Paraná; entre outros.

Audiência Pública foi realizada de forma híbrida, com presença no porto de Antonina e participação pela transmissão ao vivo pela internet. Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná


O lugar onde se pretende instalar o empreendimento é uma região de passagem para pontos turísticos importantes do município, como a Ponta da Pita e o recém-inaugurado Trapiche, construído pela Portos do Paraná. A cessão onerosa desse espaço é inspirada nos modelos de revitalização do Cais do Valongo, em Santos, e do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.

A marina pode abrigar embarcações de diferentes tamanhos, com vagas secas e molhadas. Além de lugar para os diferentes tipos de barcos, o empreendimento poderá contar com estacionamento, equipamentos de transporte e manutenção, posto de combustível náutico, equipe de profissionais especializados, loja de consumo, entre outros. Também seria possível desenvolver atividades de lazer, cultura, esporte, comércio, serviços e indústria náutica, visando promover a integração entre porto e cidade.

Além de espaço para os diferentes tipos de barcos, o empreendimento poderá contar com estacionamento, equipamentos de transporte e manutenção, posto de combustível náutico, equipe de profissionais especializados, loja de conveniência, entre outros. Foto: Reprodução/Portos do Paraná
 


 “Gostaríamos que essa região passasse a integrar e interagir de forma mais harmoniosa com a cidade de Antonina. Ela tem um enorme potencial para se desenvolver e mudar a matriz econômica local, fortalecendo a prestação de serviços”, afirma o diretor do Meio Ambiente dos Portos do Paraná, João Paulo Ribeiro Santana.

Contribuições


Durante a audiência, a população presente e a que acompanhava a reunião pela internet, pôde participar e tirar dúvidas, a exemplo os e-mails enviados para a comissão, os quais questionavam se a cidade está preparada, se tem infraestrutura, água, energia elétrica, tratamento de esgoto e processamento de lixo. A resposta foi de que os estudos realizados contemplam a viabilidade técnica e ambiental do empreendimento.

Sobre o questionamento do impacto para o comércio e serviços locais, a Portos do Paraná afirmou que “extrai-se do projeto efetivo o fomento ao turismo e ao comércio local, através da prestação de serviços, com consequente geração de empregos, pelo que os reflexos econômicos para a cidade mostram-se significativamente favoráveis”, respondeu.

Área a ser concedida tem 250 mil metros quadrados e não está operacional desde 2008. Foto: Reprodução/Portos do Paraná

Humor e alma


De acordo com o prefeito de Antonina, Zé Paulo, o complexo turístico no local desativado melhoraria até o humor da população. “Ver o nosso Barão de Teffé reativado, com um complexo turístico bonito, que atenda nossos visitantes e os moradores, mexeria com o humor e a alma dos antoninenses”, disse.

Todos os questionamentos presenciais e on-line foram respondidos na audiência, onde imagens do projeto também foram apresentadas.

Sair da versão mobile